Temer enfrenta sua maior crise de popularidade

Segundo a pesquisa “Pulso Brasil”, realizada entre 1 e 13 de junho e divulgada ontem (25-07) pelo Instituto Ipsos, Temer tem o maior índice de impopularidade: 94% dos brasileiros reprovam Michel Temer e apenas 3% o aprovam. A administração do governo federal também é mal avaliada. De acordo com o levantamento, 85% dos brasileiros a consideram ruim ou péssima, 11% a consideram regular e 2% ótima ou boa.
Temer é o primeiro e único presidente do Brasil em exercício, denunciado por crime de corrupção, após ser gravado em uma conversa comprometedora com o empresário Joesley Batista. Sua desaprovação é maior que a da ex-presidente Dilma Rousseff em maio de 2016, quando 80% da população reprovavam sua atuação e a Câmara dos deputados pediu seu afastamento.
O clima é de desesperança entre os brasileiros, para 95% da população o Brasil está no rumo errado, para 5% no rumo certo e 78% não têm nenhuma expectativa em relação ao futuro governo Temer e apoiam sua renúncia, impeachment ou não continuidade.
Em meio à maior crise de popularidade, tentando aprovar reformas rejeitadas pela maioria da população; envolvido diretamente em escândalos de corrupção; com a economia apresentando baixos sinais de recuperação e o apoio parlamentar sendo negociado com verbas e cargos, Temer teme que sua credibilidade seja ainda mais abalada por um juiz da 20ª Vara Federal de Brasília que determinou a suspensão do aumento de impostos sobre a gasolina decretado pelo governo na semana anterior
Segundo o juíz Renato Borelli a elevação do PIS/Cofins dos combustíveis deveria ter sido feita por lei no Congresso, não por decreto, e agride o princípio da legalidade tributária, que prevê prazo de noventa dias entre a decisão de elevar um imposto e seu aumento ao contribuinte. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) pediu a suspensão imediata do aumento. A Advocacia Geral da União (AGU) irá recorrer da decisão que suspende o aumento das alíquotas dos impostos sobre os combustíveis e o governo negou ter um plano B para a impossibilidade de aumento arrecadação do tributo.
Paralelamente, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) deu início à “Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária”, sob o lema "Corruptos, devolvam nossas terras!", cujo objetivo é ocupar propriedades de investigados em esquemas de corrupção e denunciar a relação do agronegócio com o governo de Michel Temer, além de chamar a atenção para a violência no campo, que, segundo o MST, só este ano matou 68 pessoas, entre eles treze jovens, seis mulheres, treze indígenas e quatro quilombolas. Além de diversas fazendas ocupadas, em 25/7, o MST bloqueou as vias de acesso à Base de lançamento de Alcântara, no estado do Maranhão, contra a negociação e entrega da base aos Estados Unidos e em defesa da soberania nacional. Fonte: Fundação Perseu Abramo.

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