Janio sepulta Johnbim e Tasso

Tasso é também o Pacheco do Eça de Queiroz!
Do artigo de Janio de Freitas "Em nome da solução", na Fel-lha:
(...) Sumiram as citações à exigência, para candidaturas a presidente, de filiação partidária seis meses antes da eleição. Com isso, Nelson Jobim torna-se presença constante no noticiário, em justa retribuição às suas relações jornalísticas. Mas as manobras que burlaram a concorrência para construção da base naval e produtora de submarinos no Rio, entregando-a à Odebrecht como se fora empresa estrangeira, podem sair do silêncio a qualquer hora. Por envolver a Marinha, a Lava Jato finge que o assunto não existe -como fazia com a corrupção de gente do PSDB. Mas nem tudo pode ser sempre controlado por lá- como se viu com a corrupção de gente do PSDB.
Quando ministro da Defesa, Jobim esteve, com Roberto Mangabeira Unger, no centro das negociações de investimentos militares altíssimos (e, em grande parte, duvidosos como estratégia). Dado como proponente dos caças franceses e, depois, dos americanos, Jobim não os fez vencedores. A FAB conseguiu impor sua preferência pelo acordo com os suecos. Mas a contratação e suas piruetas para a base e os submarinos, inclusive o nuclear, efetivaram-se. Com ausência de explicações muito além da necessária ao aspecto militar. Jobim já teve a honra de ao menos uma citação na Lava Jato. Se candidato, à indireta ou à direta, pode esperar mais, com intenções decisivas.
Mais político do que empresário, e empresário mais rico do que a grande maioria dos empresários brasileiros, Jereissati não está imune a cobranças variadas. Lá pelos anos 1990, assinei textos na Folha sobre um sistema de sonegação de impostos no Ceará. Numerosas empresas usavam uma espécie de central contábil, na qual notas fiscais, frias ou não, e outros documentos entrelaçavam-se para a mágica de reduzir ou evaporar impostos. Empresas de Tasso Jereissati eram parte importante do sistema. Como nem o seu prestígio de governador conseguia parar as investigações da Superintendência da Polícia Federal no Estado, Jereissati obteve de Romeu Tuma, então diretor da PF, a substituição do delegado-superintendente. Pronto. Mas o caso pode voltar à superfície.
(...)
Em tempo: e imperdiveis "Brasileirinhas":
1) Aécio Neves gastou horas de explicações, mas sem explicar por que os R$ 2 milhões tomados de Joesley Batista, "para pagar advogado", foram parar com o filho do senador Zezé Perrella, e não com sua defesa.
2) Raul Jungmann deu como mal-entendido sua afirmação de que o Exército foi chamado pelo deputado Rodrigo Maia, e não por Temer. Bem entendido, o Exército vai para as ruas sem que o ministro da Defesa precise saber sequer quem o pediu.
3) Mais um massacre, dez mortos, feito pela PM do Pará. A polícia do Pará precisa ser presa.
NAVALHA:
Sobre Johnbim, ver no ABC do C Af.
Memorável também foi aquele aparte do senador Tasso Jereissati a Aloizio Mercadante (que melhor faria se de lá do Senado não tivesse saído para se tornar o General Assis Oliva): "tenho jatinho porque posso!", bradou Tasso.
Aliás, a oratória de Tasso Jereissati enriquece os anais do "Mutismo Parlamentar", de que é patrono o personagem Pacheco, de Eça de Queiroz, na "Correspondência de Fradique Mendes", VIII", "Ao sr. E. Mollinet":
"Pacheco não deu ao país nem uma obra, nem uma fundação, nem um livro, nem uma ideia. Pacheco era entre nós superior e ilustre unicamente porque tinha um imenso talento. Todavia, meu caro senhor Molinet, esse talento, que tão soberbamente duas gerações aclamaram, nunca deu, da sua força, uma manifestação positiva, expressa, visível!"
PHA

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