Marta e a ‘agenda maldita’ de Temer. Que dó!

Por Altamiro Borges
A senadora Marta Suplicy, recém-filiada ao PMDB do golpista Michel Temer e do correntista suíço Eduardo Cunha, parece que está colhendo os amargos frutos do seu oportunismo eleitoral e da sua inconsistência política. Segundo todas as pesquisas de opinião, ela despencou na disputa pela prefeitura de São Paulo e pode até ficar em quarto lugar na eleição deste domingo (2). Diante da eminente tragédia, a traíra aparentemente caiu no desespero e já tenta justificar o seu fiasco, segundo uma nota publicada na coluna Painel da Folha desta quarta-feira (28):
“A campanha de Marta Suplicy culpa a ‘agenda maldita’ do Planalto, aliada à exploração da relação da candidata com o presidente Michel Temer, por sua queda nas pesquisas. ‘É todo dia uma manchete ruim’, diz um general do staff da senadora”. A notinha do jornal serrista ainda apimenta a cizânia: “Bateu, levou – A recíproca é verdadeira: ministros do PMDB já vislumbram o desgaste para o Planalto caso Marta Suplicy chegue ao fim do primeiro turno atrás de Fernando Haddad”. Pelo jeito, o convívio no covil golpista não será nada tranquilo após a votação deste domingo!
Marta Suplicy deixou o PT após mais de 30 anos de filiação à sigla e depois de galgar vários cargos públicos com o apoio, inclusive logístico, da legenda – foi prefeita da capital, senadora e ministra nos governos petistas. Para a felicidade da mídia venal e do seu dispositivo partidário, ela saiu atirando contra a sua antiga sigla, acusando-a de ser uma “organização corrupta”. Nos seus artigos semanais na Folha tucana e nos seus pronunciamentos no Senado, ela fez questão de se posicionar como uma líder do golpe do impeachment contra a presidenta Dilma. 

No seu oportunismo, ela ingressou no PMDB pelas mãos do “ético” Michel Temer. A festança da sua filiação teve a presença de Eduardo Cunha, outra expressão da moralidade na política. A filiação à legenda dos golpistas lhe garantiu bom tempo no horário eleitoral de rádio e televisão e fartos recursos financeiros para a campanha. Também lhe propiciou a complacência da mídia chapa-branca, que até arquivou o velho rótulo de “Martaxa” e outras acusações levianas. Nada disso, porém, foi suficiente para enganar o eleitor paulistano. 
Segundo as mais recentes pesquisas, Marta Suplicy não atraiu a simpatia dos bairros “chiques” da asquerosa elite, que ainda a considera uma “petralha”, nem dos moradores das regiões periféricas da capital paulista, que a consideram uma traidora. A “agenda maldita” do Judas Michel Temer – com suas regressivas reformas da Previdência e das Leis Trabalhista e o corte de investimentos em programa sociais – afastou ainda mais os eleitores de São Paulo. Pelo jeito, Marta Suplicy pagará caro pela negação da sua trajetória política. Que dó!

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