A atividade jornalística trilha o caminho do obscurantismo quando jornalistas partem às ruas apenas para confirmar teses e reforçar conceitos já formulados nas redações dos jornais. Jornalistas que se portam como “cavalos com viseiras” prestam um grande desserviço à humanidade.
Entretanto, leitores atentos conseguem facilmente identificar que a mídia brasileira tem insistido cada vez mais no processo de editorialização das notícias, prática condenável por contaminar com opiniões textos informativos, impedindo contrapontos e impondo vieses.
Hoje em dia é muito comum observarmos repórteres que saem da redação com a matéria pronta. Na reunião de pauta, o editor pede uma matéria sobre a “passagem de Lula a Brasília para costurar um acordo com Cunha”. Não importa se é verdade ou não. A matéria é essa, o título está pronto e a tarefa do jornalista é conseguir uma declaração, ou uma aspas no jargão jornalístico, para dar crédito a narrativa.
Mesmo sem ouvir ninguém, o repórter ainda pode se valer do recurso do “off”. E este, muitas vezes, é o mais prático, pois, no limite, para proteger “minha fonte”, nem o editor precisa saber quem foi. Mas sempre é bom um “on”, até porque sem ele, às vezes, fica difícil justificar o salário.
Outra técnica primária utilizada é a de oferecer à fonte a frase necessária para ver se ele confirma e se torna autor. Ou uma pergunta capciosa que com um sim ou mesmo com um vacilo da fonte ou do entrevistado já vale um “confirmada pelo fulano”.
Mas e se a fonte nega? Se ninguém confirma? Se os personagens todos refutam a tese? Não importa. Nesta hora, o que vale é a vontade do patrão e ele quer que sua vontade seja verdade. E se ele quer, será publicado. Quem não gostar que se vire para desmentir, mas o estrago, na maioria das vezes, já foi feito. Entretanto, leitores atentos conseguem facilmente identificar que a mídia brasileira tem insistido cada vez mais no processo de editorialização das notícias, prática condenável por contaminar com opiniões textos informativos, impedindo contrapontos e impondo vieses.
Hoje em dia é muito comum observarmos repórteres que saem da redação com a matéria pronta. Na reunião de pauta, o editor pede uma matéria sobre a “passagem de Lula a Brasília para costurar um acordo com Cunha”. Não importa se é verdade ou não. A matéria é essa, o título está pronto e a tarefa do jornalista é conseguir uma declaração, ou uma aspas no jargão jornalístico, para dar crédito a narrativa.
Mesmo sem ouvir ninguém, o repórter ainda pode se valer do recurso do “off”. E este, muitas vezes, é o mais prático, pois, no limite, para proteger “minha fonte”, nem o editor precisa saber quem foi. Mas sempre é bom um “on”, até porque sem ele, às vezes, fica difícil justificar o salário.
Outra técnica primária utilizada é a de oferecer à fonte a frase necessária para ver se ele confirma e se torna autor. Ou uma pergunta capciosa que com um sim ou mesmo com um vacilo da fonte ou do entrevistado já vale um “confirmada pelo fulano”.
Exemplo disso ocorreu ontem (15). Embora o Manual de Redação da Folha de S. Paulo fale em “objetividade jornalística na construção das notícias”, o site desse jornal estampou: “Lula reúne bancada do PT para conter “fora, Cunha”, sobre uma reunião entre o ex-Presidente com deputados na capital federal. Observe que “Lula reúne bancada do PT” é um fato. Já o “para conter fora Cunha” não passava de pura conjectura, ou melhor, tratava-se apenas da vontade do editor, sem qualquer sustentação na realidade.
Desde que surgiram as primeiras denúncias contra o Presidente da Câmara dos Deputados, a imprensa brasileira engendrou todos os esforços para excluí-lo do noticiário. Quando não mais pôde ser complacente, a mídia brasileira, em vão, lançou outra estratégia: colocar Lula - de maneira fantasiosa - como personagem central de uma decisão que será tomada pela Câmara dos Deputados.
Aos deformadores da realidade, nunca é demais relembrar que a vontade pessoal dos patrões da mídia para que tal fato seja verdadeiro não é suficiente para transformá-lo em uma verdade. Patrick Charaudeau, linguista francês e fundador da Teoria da Análise do Discurso, ensina que o discurso deve sempre estar submetido aos acontecimentos, uma vez que, segundo ele, a instância midiática, ao relatar um acontecimento, não tem liberdade para criar, como na ficção, por exemplo. Como se observa bem diferente do que a imprensa brasileira tem feito para cumprir seu objetivo de tentar desconstruir a imagem de Lula junto aos brasileiros.
Antigamente, bom jornalista era aquele que ia às ruas em busca de fatos. Hoje, infelizmente, o profissional valorizado é aquele que deixa a redação para ratificar as posições ideológicas dos editores e dos patrões.
Autores:
Paulo Pimenta, jornalista e deputado federal pelo PT
Fabrício Carbonel, jornalista.
Fotos/Arquivo: Agência Câmara
GABINETE DEPUTADO FEDERAL PAULO PIMENTA
Jornalista Responsável: Fabrício Carbonel - Mtb 14.264
Assessoria de Comunicação: 61.8168.1313
Email: imprensa.paulopimenta@gmail.com
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