As falcatruas da Sabesp

Quando mexe, aparece!!!
As falcatruas da Sabesp e do Desgovernador Alckmin, motivo pelo qual ele implantou um "Top Secret".

Falso Hospital "Mamãe me Quer" e rua inexistente também estão em lista da Sabesp
Casos se somam ao do centro de saúde desativado e mesmo assim incluso na relação de “pontos prioritários” da companhia
Além de um hospital desativado, como o iG mostrou na sexta-feira (16), a Sabesp incluiu na sua lista de unidades de saúde que ficarão livres de um eventual rodízio uma casa na periferia de São Paulo e um endereço inexistente – ou que, no máximo, se refere a um imóvel comercial no centro. A companhia vinha se negando a divulgar a lista, com o argumento de que dados como esse poderiam levar "em hipótese remota", ao planejamento de ações terroristas.
" A Sabesp não deu meu endereço, não", desconversou, desconfiado, o morador do número 1144 da avenida José Rodrigues Santarém, no Jardim Colonial, bairro da zona leste da capital paulistana. Ali, segundo a lista da Sabesp, fica o Hospital Mamãe Me Quer, um centro de saúde que não consta do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES), do governo federal.
Morador há da casa vizinha há duas décadas, o comerciante Antônio da Costa Leite, de 49 anos, diz nunca ter ouvido falar do Mamãe me Quer. "Tem o São Mateus ", diz, referindo-se ao hospital que está a 2,9 quilômetros dali.
O único estabelecimento de saúde da avenida José Rodrigues Santarém - um sertanista que viveu no século XVII, segundo os registros municipais - é a Unidade Básica de Saúde Jardim Colonial, no número 464. O posto, onde o Mamãe me Quer é também um ponto de interrogação, não está na relação de pontos livres do rodízio pela Sabesp.
"Por enquanto não estamos tendo problema de falta de água ", diz Gisele Moreira, e Maternidade Alvorada. Mas única rua com esse nome na capital não fica na Saúde – bairro da zona sul –, e sim na Sé – região central. O número 293, nesse caso, abriga o histórico Edifício Conde Prates, onde funcionam órgãos públicos e privados de diversos tipos, mas não o hospital mencionado.
Um outro hospital, também com o nome de Alvorada – cujo nome fantasia
é Next Santo Amaro –, aparece na lista com o endereço correto, na rua
Barão do Rio Branco, 555, em Santo Amaro, na zona sul.
Procurada, a Sabesp não esclareceu as discrepâncias de informações. Informou apenas que os pontos foram definidos pelo Comitê da Crise Hídrica, um grupo que reuniu órgãos do governo do Estado, as 39 prefeituras da Região Metropolitana de São Paulo e representantes da sociedade civil.
A Prefeitura de São Paulo, entretanto, diz não ter pedido à Sabesp para incluir o Mamãe me Quer e o Alvorada da Líbero Badaró na lista de locais a serem poupados do rodízio.
A Sabesp também informou que nem todos os locais precisaram passar por intervenções físicas para ter o abastecimento ininterrupto garantido, e que o cenário rodízio está “devidamente descartado” atualmente.
Hospital inexistente
A lista de pontos prioritários, como são chamados pela Sabesp, tem 544 locais apresentados como estabelecimentos de saúde ou segurança pública e que, segundo a companhia, foram ligados diretamente às adutoras para poderem ter abastecimento ininterrupto de água caso ocorra um rodízio oficial.
Na sexta-feira (16), o iG mostrou que um desses 544 pontos é um hospital está desativado e que foi incluído com o endereço de uma clinica odontológica no Jardim Adutora, na zona leste paulistana. A companhia alegou que o hospital - cujo CNPJ está inativo desde fevereiro - constava como ativo até agosto, e que a lista foi feita
antes.
A reportagem buscava acesso ao documento desde março, quando o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, comentou publicamente a existência de 626 pontos prioritários que não poderiam ficar sem água. Em vez de divulgar a relação, a companhia decidiu decretar sigilo sobre todo o seu cadastro técnico e operacional por 15 anos.
Em comunicado enviado à Ouvidoria Geral do Estado, a quem a reportagem
recorreu para ter acesso aos dados, a Sabesp argumentou que a divulgação poderia levar a atos de violência, depredações e, em hipótese remota, ao planejamento de ações terroristas.
Ao jornal Folha de S.Paulo, o secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Benedito Braga, disse que seria como se o Departamento de Defesa dos Estados
Unidos informasse a localização de seus agentes que combatem o grupo
terrorista Estado Islâmico.
A revelação de que os dados da Sabesp foram classificados como secretos está sob investigação do Ministério Público do Estado de São Paulo, que também apura a imposição de sigilo sobre informações da CPTM, do Metrô e da EMTU - companhias estatais de transportes públicos - e da Polícia Militar, revelados pelos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de São Paulo, respectivamente.
O governo Alckmin (PSDB) criou uma comissão para reavaliar os sigilos sobre documentos públicos. Fonte: Último segundo.

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