Protesto contra onda conservadora reúne milhares em São Paulo

Retirada de direitos sociais, terceirização no trabalho e redução da maioridade penal são alguns dos pontos atacados
por Rodrigo Gomes, da RBA
São Paulo – Milhares de trabalhadores ligados a movimentos sociais e sindicatos realizam na tarde de hoje (25) manifestação contra o avanço da pauta conservadora e a retirada de direitos sociais da população, por meio dos projetos de terceirização, da redução da maioridade penal e do ajuste fiscal, entre outros. Os participantes, a maioria ligada ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), também reivindicam a realização de uma reforma política com participação popular e sem financiamento privado das campanhas e pelo lançamento do programa Minha Casa Minha Vida 3.
Os manifestantes pretendem marchar da avenida Paulista, onde estão se concentrando desde as 17h, até a região de Pinheiros. No caminho, vão passar pelo que consideram “símbolos” do atual momento de enfrentamento de forças políticas, como a Secretaria-Geral da Presidência da República, bancos e sedes de veículos de imprensa.
A coordenadora estadual do MTST, Jussara Basso, ressaltou que os movimentos não vão deixar as ruas enquanto não cessarem os ataques aos direitos sociais. “Estamos nas ruas contra todos os ataques que estamos sofrendo aos nossos direitos. E vamos continuar até que o Congresso e o governo federal atendam às nossas reivindicações”, afirmou.
Para os movimentos, o ajuste fiscal representa corte de verbas para moradia popular, educação saúde, ataque ao seguro-desemprego e as pensões, auxílio-doença, aos direitos previdenciários. “Afeta principalmente os trabalhadores pobres”, salientou Jussara. Ao mesmo tempo, defendem os movimentos, o lucro dos mais ricos é intensificado, com aumento das taxas de juros, pagamento da dívida pública, isenções de impostos e facilidade governamentais.
No caso do programa Minha Casa, Minha Vida 3, o MTST tem realizado ocupação em diversas cidades, reivindicando a nova fase. “Enquanto não for lançado não existe programa habitacional no Brasil. Essa situação afeta principalmente a construção de moradias populares. Está tudo parado. Desde o ano passado vem sendo prometido o lançamento. A gente não quer mais promessa”, disse Jussara.
Para os movimentos, a reforma política em discussão no Congresso Nacional, liderada pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está em total desacordo com os anseios da população, aprovando medidas que significam a legalização da corrupção, como o financiamento privado de campanhas.
Os movimentos também reivindicam que a imprensa deixe de dar cobertura somente a uma parte dos atuais escândalos de corrupção, envolvendo sonegação e grandes empresas. O escândalo do HSBC, que envolve empresários de todos os ramos, inclusive empresários da grande mídia, é responsável por cerca de R$ 19 bilhões em evasão de divisas. Já a Operação Zelotes denuncia que os grandes bancos sonegaram mais de R$ 19,5 bilhões. Porém, segundo os ativistas, somente a Operação Lava Jato ganha destaque.
Entre as entidades que participam da mobilização, estão a CUT, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Psol.

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