Tese do “esgotamento das fontes de financiamento” para justificar atraso de salários é falsa, diz Tarso

Marco Weissheimer - SUL21:
O ex-governador Tarso Genro (PT) contestou na manhã deste sábado (21) a tese apresentada sexta-feira pelo governador José Ivo Sartori (PMDB) a um grupo de jornalista e reproduzida hoje na coluna de Política do jornal Zero Hora, segundo a qual se o Estado atrasar os salários do funcionalismo é porque o governo anterior “esgotou” as fontes de financiamento.
“Eu atribuo esta falsa informação a uma combinação de desconhecimento com a ansiedade de ajudar o Governador que, como é natural, passa por momentos difíceis no início do seu Governo, o que ocorre com todos os que se elegem, sem ter um plano prévio de como enfrentar as questões do Estado”, disse Tarso Genro ao Sul21. “É falsa a informação de que se os salários forem atrasados é porque nós, no nosso Governo, esgotamos as fontes de financiamento do Estado”, acrescentou.
Na sexta-feira, Sartori admitiu a jornalistas de Porto Alegre que o atraso de salários dos servidores “pode acontecer daqui um, dois ou três meses. “Vai depender dos resultados que a gente obtiver com as nossas medidas. Vai chegar uma hora em que vamos ter de decidir. Se não tiver dinheiro, não tem como pagar”, afirmou.
Tarso rejeitou o emprego da tese do “esgotamento” das fontes de financiamento para justificar um eventual atraso no pagamento dos salários. “Não só não esgotamos como reduzimos a relação dívida-PIB, no Estado, abrimos novos espaços fiscais e fizemos novos financiamentos, separamos dinheiro para contrapartidas com a União e captamos volumosos recursos; reestruturamos a dívida do Estado com a União e já deixamos uma proposta de novos financiamentos, para utilização do novo espaço fiscal. Usamos os recursos dos depósitos judiciais, para ajudar a financiar o Estado. Não atrasamos salários e fizemos investimentos, melhoramos a máquina pública, porque soubemos manejar uma situação que foi difícil e continua difícil”.
Além disso, acrescentou o ex-governador, os financiamentos são para investimentos, não para pagar salários. “Salários se pagam com a arrecadação do Estado e, é claro, usando o caixa-único, como fizeram todos os governadores. Não acredito que os salários sejam atrasados, mas, se isso ocorrer, não será porque o Estado esgotou a sua capacidade de buscar financiamentos. Não serão pagos os salários, se isso ocorrer, porque o Governo fez opções diferentes das nossas, o que é, aliás, um direito seu, pois foi eleito com uma procuração em branco”, disse ainda Tarso Genro.

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