Eleições 2014: PSDB na mesma e PT deve recuperar votos nordestinos

Por Weden Alves no Facebook
Apesar das comemorações da GloboNews – eles nem tentam disfarçar –, o PSDB está muito pouco melhor do que estava em 2010. Deverá terminar o 1º turno com 1% acima do desempenho do José Serra. Isso não representa evolução significativa. O PT, sim, perde cerca de 5,5%: ao menos 2% para Marina, e 2% para os nanicos, principalmente, para Luciana Genro.
Mas, se olharmos para o Nordeste, veremos que Marina teve votação significativa na região. Lá Aécio não emplaca. Estes votos tendem a migrar para Dilma, assim como os de Luciana.
No frigir dos ovos, pouco mudou. A diferença de Aécio para Dilma é de cerca de 8%. A mesma entre Lula e Alckmin, em 2006.
O texto abaixo, também de Weden Alves, foi escrito na manhã de 5 de outubro, ou seja, antes da eleição.
Se houver amanhã: Os filmes da campanha
Se houver 2º turno, todos os riscos que a atual presidente corre com Aécio correria com Marina, mas o contrário não é verdadeiro. A campanha da Firma – grandes corporações midiáticas pro-Aécio – será mais intensa e convicta, mas não deixaria de ser pró-Marina, embora sem muita convicção. A desconfiança com Marina não era Mais Forte que o Ódio do PT.
A candidata fez acenos neoliberais e até Proposta Indecente, justamente com o propósito de “conquistar” financistas e grande imprensa. Foi descontruída, como Harry, por isso, e pelas suas contradições, mas com dez minutos de tempo de tevê, e com Fernando Meirelles na direção de imagem, esta disputa retórica poderia ser revertida levando Marina à Grande Vitória.
Agora as vantagens de Dilma sobre Aécio.
1 – A Máquina
Uma vantagem de Aécio sobre Marina é ter um partido mais estruturado do que o frágil PSB. Só que isso não garantiu vitória da oposição em outras eleições, nem com o PT, em 1989, 1994 e 1998, e nem com o próprio PSDB, em 2002, 2006 e 2010. Assim como a fragilidade partidária não deixou de levar Collor à Presidência. De qualquer forma, máquina por máquina o PT possui mais, pelo simples fato de que tem o poder federal nas mãos.
2 – De Volta ao Passado
O fator FHC. Não é nada difícil associar o nome de Aécio ao passado do tucanato no governo federal. Para falar a verdade, este é o grande trunfo do PT.
3 – Deus e o Diabo na Terra do Sol
O fator Nordeste. Esta região simplesmente ignora Aécio. Ignora não. Foge das opções tucanas nas últimas eleições como o diabo da cruz. Além disso, há o personagem Lula. Deus para muitos. E, mesmo que Aécio tivesse um maior apoio em São Paulo, não conseguiria tirar a diferença. Rio anula Minas. E Rio Grande do Sul anula Paraná e Santa Catarina, onde Dilma tende a perder. Norte e Centro-Oeste, cada região para um lado, se assemelham em peso eleitoral.
4 – Apocalipse Now
A forte campanha midiática: “O país está numa crise sem saída e sua vida vai virar um inferno se eleger o PT” não é muito novidade. Isso já está sendo feito contra Dilma há dois anos. Será mais intensa daqui pra frente, mas também o seria com Marina, que não teria a próxima desvantagem.
5 – Mudança de Hábito
Mudança com Marina seria, para seus eleitores, “meia mudança”, na verdade mais na postura, do que na direção do País. Com Aécio é “mudança demais”. O candidato tucano tem de se esforçar muito para vender a ideia de que não é contrário de tudo que foi conquistado. Sozinhas, dificuldades econômicas não fazem perder eleição, como no caso de FHC em 1998, eleito com o País à beira da falência.
6 – A Grande Família, o filme
Aécio não é “Lula de saias”. Não há identificação por este viés entre Aécio e a nova classe média (muito menos com as classes E e D). Cerca de 70% dos brasileiros ganham até três salários mínimos. É a galera da batalha e da casa de subúrbio. A identificação com Marina estava se criando “uma mulher que conhece nossas dificuldades” diriam muitos. Se, por um lado, Dilma não é dona Nenê, e passa distância para estes grupos sociais, a figura “menino rico” de Aécio está muito distante de qualquer simpatia ou semelhança com Lineu.
7 – A Revanche
A má vontade do tucanato paulista com Aécio. Todos lembram o que aconteceu na eleição passada. Aécio deixou Serra sozinho em Minas. Esta é a hora do troco. Quem acha que o projeto Aécio é o projeto de Alckmin e Serra está redondamente engando. Em resumo: em São Paulo, a estrutura partidária tucana, ao contrário da Sabesp, faz água.
8 – Missão Quase Impossível
Projeções. As pesquisas indicam vantagem entre 6% e 10% de diferença entre Dilma e Aécio, num possível 2º turno. Reverter este quadro é difícil, embora não impossível.
9 – Adeus Minha Concubina
Votos de Aécio derrotado iriam mais para Marina, do que o contrário. Muitos eleitores de Marina gostariam de uma terceira via. E nisso tiveram um caso de amor com a candidata. Estão longe, no entanto, de desejarem uma volta ao passado.
10 – Curtindo a Vida Adoidado
Passado de Marina é inatacável. De Aécio não. Com tantas trapalhadas na vida pessoal, se a campanha enveredar por este rumo, Aécio enfrentará sérias dificuldades.
11 – Atire a Primeira Pedra
A campanha moralista ao estilo UDN será a tônica do PSDB, mas atire a primeira pedra Iaiá… Já Marina tem pouco telhado de vidro.

Comentários

Anônimo disse…
Neoliberalismo

Fernando Henrique e Margaret Thatcher: políticos que representaram a ação neoliberal no mundo

Entre as principais características do neoliberalismo da época, destacam-se a retração do Estado de Bem-Estar Social, readaptação de direitos trabalhistas aos interesses empresariais, privatização de inúmeras empresas geridas pelo Estado e desregulamentação de mercados. Até mesmo governos historicamente reconhecidos por características de esquerda e trabalhista, acabaram optando por receitas de cunho neoliberal. Apesar da redução da inflação e dos gastos sociais, o desemprego e a desigualdade social continuaram a crescer.
Anônimo disse…
Outra faceta específica da política neoliberal também atinge diretamente a relação de gastos que o Estado mantém com as necessidades essenciais da sociedade civil. De acordo com tal teoria, os gastos públicos do governo neoliberal com educação, previdência social e outras ações de cunho assistencial devem ser reduzidas ao máximo. Caso essas demandas se ampliassem, o próprio desenvolvimento da economia proveria meios para que a sociedade civil resolvesse tais questões.

Anônimo disse…
Liderança sólida de votos - 07/10/2014 às 08h46

Pilar de Dilma e do PT, região Nordeste mantém economia em alta


Principal pilar dos votos pela reeleição da presidente Dilma Rousseff, a região Nordeste não passa pela retração econômica atacada pelos candidatos oposicionistas.

Segundo cálculos do Banco Central, a economia nordestina cresceu 2,55% no segundo trimestre do ano, na comparação com o primeiro –que já havia mostrado expansão de 2,12%.

São taxas sem paralelo no restante do país. Nenhuma das demais regiões obteve dois trimestres consecutivos de alta, e as taxas, mesmo quando positivas, foram bem mais modestas.

Pela medição do IBGE, a economia do Brasil encolheu 0,2% de janeiro a março e 0,6% de abril a junho. Por uma convenção internacional, duas quedas consecutivas são um sintoma de recessão.

Os dados do BC e IBGE não permitem detalhar o que distingue os resultados do Nordeste e do Brasil, mas ajudam a entender por que as críticas à política econômica dilmista têm eco menor na região.

Lá, a petista teve 50,5% dos votos válidos, contra 28,2% do tucano Aécio Neves e 18,1% de Marina Silva (PSB). Nos nove Estados nordestinos, Dilma só não venceu em Pernambuco.

Pelo menos parte da explicação está no peso da administração pública na economia da região. Dependendo do Estado, o peso dos serviços prestados pelos governos –federal, estadual e municipal– na renda local varia de 18%, semelhantes à média nacional, até 32%.

Isso significa que aumentos nos gastos com previdência, saúde, educação e Bolsa Família têm um impacto muito maior nesses locais do que, por exemplo, em São Paulo, onde a administração pública responde por apenas 9% do Produto Interno Bruto.

O peso do Estado é ainda maior no Norte, onde Dilma também foi amplamente vitoriosa –com 59,6% dos votos válidos. Nesse caso, as proporções são infladas pelas dimensões reduzidas da população e da economia da região.

Enquanto o Nordeste abriga 28% da população e 13% do PIB do país (pelo cálculo mais recente do PIB regional, de 2011), as participações do Norte são de apenas 8% e 5%, respectivamente.



Fonte: Com informações da Folha de São Paulo

Publicado Por: Manoel José

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