As conquistas de Chávez e da Venezuela

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“Os 14 anos de governo Chávez são o que a sociedade venezuelana produziu de melhor em seu tempo histórico”, afirma o professor Alfonso Klein.
Patrícia Benvenuti, da Redação - Brasil de Fato.
Em meio à comoção causada pela morte do presidente venezuelano Hugo Chávez, ganham destaque os inúmeros legados deixados pelo “comandante” – apelido pelo qual era conhecido entre seus simpatizantes.
Reformas na educação, saúde, habitação, reforma agrária, política externa, muitas foram as áreas que receberam atenção do governo e melhoraram seus índices. Na avaliação do coordenador do Núcleo de Estudos Marxianos Latino-Americanos e professor de Relações Internacionais pela Unioeste de Toledo (PR) Alfonso Klein, o saldo do período é positivo e altamente simbólico para o país: “Os 14 anos de governo Chávez são o que a sociedade venezuelana produziu de melhor em seu tempo histórico, com muitas limitações e permanentes conflitos, porém com conquistas pró-revolucionárias importantes.”, afirma.
Na entrevista a seguir, Klein resgata fatos importantes da trajetória de Chávez, anteriores à sua chegada à presidência da República, e destaca os principais avanços ocorridos no período em que governou a Venezuela.

Brasil de Fato - Como você avalia os 14 anos de governo Chávez?
Alfonso Klein - Os 14 anos de seu governo sintetizam um longo processo histórico do país, incorporando todos os valores políticos coletivos dos revolucionários e reformistas. Contudo, os 20 anos (1992-2012) de vida pública de Chávez deixam estampada a marca de um líder carismático, ousado e um profundo conhecedor do marxismo, do bolivarianismo e do cristianismo libertário, comprometido com as causas populares e o internacionalismo anti-imperialista. Do marxismo adotou um caminho gramsciano de disputa da hegemonia e da participação popular para a construção de um novo bloco histórico; de Simon Bolívar (iluminista) adotou o caminho da construção da “Pátria Grande”, da independência e da integração da América Latina, e do cristianismo, a opção pela libertação dos pobres, conforme orientação da Teologia da Libertação. Dos governos da atualidade foi o que mais desmascarou a camuflada luta de classes na sociedade capitalista, através das reformas antineoliberais e anti-imperialistas, por isso pró-revolucionárias, construiu a unidade na diversidade latino-americana dos povos oprimidos em blocos de resistência, como a Alba.
Em linhas gerais deixou um governo nacional-desenvolvimentista, em permanente crise política resultante das reformas pró-revolucionárias. Contudo, penso que não seja possível avaliar os 14 anos do governo Chávez sem mergulhar na História da Venezuela das últimas décadas. Nos anos 80 os sindicatos e partidos políticos de representação da classe trabalhadora e das camadas populares viviam um distanciamento enorme das suas origens, extremamente burocratizados e em conciliação de classes (durante 40 anos), em aliança com os governos burgueses, desde 1958 (pelo Pacto Ponto Fixo), sob hegemonia da AD e COPEI (em revezamento), com base social junto à CTV e à burguesia pró-imperialista, que somente terminou em 1998 com o esgotamento do neoliberalismo. Dos partidos políticos existentes, apenas parte do Partido Comunista Venezuelano (PCV-1931) foi excluído do Pacto, que fez opção pela luta armada no período de1960-1970. Nas décadas 80 e 90, o neoliberalismo foi se consolidando, produzindo a expropriação e o sucateamento do patrimônio e dos serviços públicos. O petróleo, que desde os anos 20 é a principal fonte econômica do país, foi essencialmente negócio das transnacionais, essencialmente estadunidenses, e com os governos neoliberais produziu nas camadas populares revolta, indignação e protestos por todo lado. Surgiu nessa época um movimento social de novo tipo, independente e à revelia das organizações tradicionais do movimento sindical e partidário. O último governo desse período, de Carlos Andrés Pérez, agiu com violenta repressão, provocando inúmeras mortes e feridos entre os manifestantes, caracterizando o chamado Caracazo (1989), que culminou na cassação do mandato presidencial. O Caracazo se resume em uma insurgência das massas contra as forças neoliberais e pró-imperialistas de governo, que abriram uma brecha revolucionária na História do país. E que, devido à falta de partidos ou frentes revolucionárias com suficiente inserção na classe trabalhadora e suficiente capacidade organizativa, não se transformou em um processo revolucionário radicalizado, no sentido clássico do marxismo. Em 1992, Hugo Chávez comandou uma insurgência militar (MRB – Movimento Revolucionário Bolivariano) para derrubar o governo, cuja iniciativa fracassou e Chávez foi preso. A rendição do movimento se deu mediante negociação de um discurso em rede nacional da mídia. Com o discurso, Chávez fez conhecer as denúncias dos insurgentes ao neoliberalismo e a defesa do bolivarianismo. Após três anos de prisão começou a construir uma frente política para disputar o caminho eleitoral.
Em 1998, Chávez organizou o Movimento V República, uma frente de partidos de esquerda e de centro, além de representantes dos movimentos sociais de novo tipo. Lançou sua campanha antineoliberal em toda Venezuela e nas eleições de 1998 foi eleito presidente da República com maioria absoluta dos votos. Já no primeiro ano de governo apresentou ao Congresso Nacional a proposta da Constituição Bolivariana, que acelerou um processo de reformas jurídico-políticas, que podemos chamar de reformas pró-revolucionárias, à medida que instituem várias medidas que visam a organizar o poder popular. Os primeiros anos de governo já foram de confronto com os interesses neoliberais e imperialistas.
Em 2002, a oposição pró-imperialista dos donos do petróleo privado e da mídia, além de outros ricos proprietários dos meios de produção do país, com apoio dos Estados Unidos contra as reformas socioeconômicas, organizaram a greve patronal em abril de 2002 e realizaram o golpe que derrubou o presidente Chávez do poder, em dezembro do mesmo ano. Mas, ao mérito do massivo apoio popular dos pobres, dos movimentos sociais e de parte significativa das forças armadas, além de uma enorme sorte, foi reconduzido ao poder. A principal razão do campo das reformas socioeconômicas não apresentar grandes avanços deve ser debitado à resistência burguesa. Fato mais relevante disso se registra com a revogação imediata dessas leis, por decreto de Pedro Carmona nas suas poucas horas de governo golpista em 2002. Nas mesmas horas revogou também o convênio entre Venezuela e Cuba, do petróleo a preço de custo em troca de políticas de saúde e educação. Observa-se também que a mobilização social contra o golpe e a recondução de Chávez ao poder podem ser consideradas como a segunda importante insurgência popular (brecha revolucionária) do período, que não foi radicalizada no sentido revolucionário clássico marxista, devido à falta de um partido ou uma frente revolucionária suficientemente orgânica para conduzir a revolução, semelhante ao que ocorreu com o Caracazo em 1989.
Em 2004, sob referendo popular, seu mandato foi confirmado por ampla maioria, opção política de risco, que apresentou características de uma democracia representativa ousada, que colocou inclusive seu líder máximo sob referendo. Uma situação que deu muito conflito entre oposição e governo, e também dividiu os trotskistas, ocorreu na ocasião da não renovação da concessão de uso da RCTV em 2007. Registra-se que os proprietários deste veículo de comunicação estiveram à frente do golpe de 2002, além da constatação de sonegações de impostos, programas impróprios para a cultura venezuelana e a defesa intransigente do imperialismo estadunidense.
Em 2007, no referendo sobre a reforma de itens da Constituição, [Chávez] sofreu uma derrota significativa, embora a diferença tenha sido de 1% a favor da oposição. Entre outras questões, a reforma instituiria as milícias armadas, a propriedade social da terra, a redução da jornada de trabalho de 40h para 36h. Além dos pró-imperialistas da burguesia interna, parte significativa da esquerda trotskista fez campanha contra a aprovação das reformas, sob a argumentação de que Chávez estava com intenções de consolidar um poder vitalício e criar um novo bonapartismo.
Durante os 14 anos de governo Chávez, as políticas socioeconômicas somam conquistas importantes para a sociedade, em especial para a população pobre. O excedente de produção do petróleo, principal fonte econômica, foi instrumento para alavancar as políticas sociais de educação, saúde, moradia e alimentação, além da promoção de solidariedade com outros países pobres da América Latina, Caribe e África. Vale destacar a erradicação do analfabetismo; a Universidade Bolivariana, especialmente para jovens trabalhadores; e a saúde com postos avançados na periferia do país. A saúde foi qualificada, com a ajuda de equipes médicas e kits de medicamentos, em aliança com o governo cubano. Registra-se, também, a nacionalização de muitas empresas falidas ou estratégicas para o desenvolvimento do país. Muitas delas assumidas pelos trabalhadores em aliança com o governo, sob o formato de cooperativas. Essa experiência vive em crise, devido à reclamada falta de autonomia e independência dos trabalhadores e à dependência frente à burocracia do Estado. O nacional-desenvolvimentismo se justifica pela melhoria dos índices de qualidade de vida, resultantes das políticas sociais sustentadas com recursos do petróleo para o barateamento da moradia, do mercado popular a preço de custo ou por distribuição gratuita, das melhorias na saúde e na educação. Importantes reivindicações na área econômica ainda não tiveram implantadas as medidas necessárias: a reforma agrária ou revolução agrária, conforme defendido pela Frente Nacional Campesina Ezequiel Zamora [FNCEZ]; a suficiente produção de alimentos, já que 80% dos gêneros alimentícios continuam sendo importados, o que é consequência direta ou indireta da situação do latifúndio ainda hegemônico no país, de produção essencialmente exportadora. Nos negócios urbanos, a grande indústria, o grande comércio e os bancos, em sua maioria, ainda continuam nas mãos da iniciativa privada.
Em suma, os 14 anos de governo Chávez são o que a sociedade venezuelana produziu de melhor em seu tempo histórico, com muitas limitações e permanentes conflitos, porém com conquistas pró-revolucionárias importantes. Não é um governo que os socialistas e comunistas clássicos defendem, mas foi um governo que combinou a convicção bolivariana de integração latino-americana com a disputa de hegemonia no sentido gramsciano, em especial no campo político e jurídico. Hugo Chávez conduziu o país nesse período com elevado grau de centralismo político, por um lado devido à sua capacidade organizativa e, por outro lado, devido à insuficiência orgânica de partidos e movimentos sociais e revolucionários independentes para conduzir a revolução venezuelana. O governo Chávez criou a mídia estatal e alternativa para divulgação das políticas sociais, a organização das diferentes organizações populares para enfrentar a mídia sob controle dos pró-imperialistas. Além disso, motivou a leitura e o debate político nas ruas para o povo pobre, através do barateamento do custo dos livros e demais meios de difusão do conhecimento.
Chávez, como comandante da “revolução bolivariana” da Venezuela e ao mérito da grande capacidade de organização política na América Latina, tem espaço na História ao lado dos grandes líderes como Che Guevara, Fidel Castro, Mao Tsé Tung e Lênin.

Em qual área, na sua avaliação, foram implementadas as medidas mais importantes?
Considero as reformas pró-revolucionárias como sendo da maior importância do governo Chávez nos 14 anos. Embora essencialmente nos campos político e jurídico, colocaram em movimento as camadas populares e a classe trabalhadora para a construção, embora frágil, da experiência de poder popular, através dos conselhos comunais, dos referendos, das missões e das cooperativas mistas. Ao lado das importantes ferramentas de luta dos trabalhadores, por local de trabalho, da União Nacional dos Trabalhadores, da FNCEZ e demais organizações independentes, as reformas chamadas pró-revolucionárias garantem força popular e provocam a reação burguesa pró-imperialista. Exemplos de conflitos e de disputa de hegemonia não faltam entre revolucionários bolivarianos e pró-imperialistas: o golpe e contragolpe de 2002 e a reação contra os itens da reforma constitucional no referendo de 2007. Um processo revolucionário mais radicalizado está sendo incitado pela burguesia, como reação às reformas que consolidam lentamente o poder popular e a economia, que assume cada vez mais um caminho social desenvolvimentista. Penso que, se não houvesse acordos tácitos momentâneos por parte do governo com a burguesia interna contrarrevolucionária, em acelerar menos as reformas socioeconômicas, o processo revolucionário do país estaria mais avançado, mas as forças revolucionárias em partidos ou frentes da Venezuela me parecem não preparadas para tal tarefa. Além da conjuntura difícil, em nível mundial, com pouco apoio de outros governos e dos revolucionários para uma radicalização maior nas reformas.

Quais as conquistas do governo Chávez em termos de participação popular?
Em primeiro lugar, a aprovação da Constituição Bolivariana para consolidar um novo modo de operar o poder de Estado, combinado com o poder popular. Em segundo lugar, colocando em prática os referendos populares para assuntos mais polêmicos. Inclusive colocando sob votação se o Presidente da República deve ou não continuar na presidência em 2004. A Constituição Bolivariana garante que todos os cargos de poderes instituídos por referendo popular podem ser substituídos em nova eleição, se assim os eleitores em amplo abaixo-assinado o manifestarem. Tendo-se como referência a democracia representativa, não se conhece outra experiência mais avançada na sociedade capitalista. Percebe-se uma mistura de democracia representativa com democracia direta, chamada de democracia participativa. É claro que não se trata de uma democracia operária e nem operário-popular, conforme a defesa de muitos militantes da esquerda revolucionária da Venezuela. Mas, além da participação popular e dos trabalhadores nos espaços de poder, através dos conselhos populares, missões da área social e comitês de terra, outros sujeitos ativos nas chamadas minorias passaram a ser mais respeitados, entre esses, as nações indígenas que passaram a ter espaço nos conselhos políticos para defenderem suas causas. O governo Chávez assumiu postura veemente contra a discriminação de pobres, negros, mulheres e índios, além de criar espaço de poder nos conselhos para sua efetiva participação. No chamado poder popular nos bairros, nas chamadas subprefeituras, o gerenciamento da distribuição de alimentos, a gestão da saúde pública, da educação e da moradia popular ficou sob responsabilidade de militantes eleitos na comunidade. Registra-se, por outro lado, que a participação popular na Venezuela não está suficientemente madura, devido à falta de organização da classe trabalhadora e dos movimentos sociais de forma independente, para indicar seus representantes e substituí-los, quando necessário, nos espaços de poder do Estado. Uma das consequências disso é que as organizações dos trabalhadores e dos movimentos sociais, muitas vezes, ficam sem lideranças capacitadas para dar continuidade às lutas específicas da classe como sujeito histórico.

Qual a importância do governo Chávez para a integração da América Latina?
O governo Chávez buscou inspiração em Simon Bolívar (embora iluminista) e os demais protagonistas das independências latino-americanas, no sentido da necessidade da construção da Pátria Grande para fazer frente aos impérios e à exploração capitalista internacional. Chávez foi protagonista na idealização e organização da ALBA. Participou efetivamente da organização da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos [CELAC], além da presença importante na UNASUL e no Mercosul. A ALBA, discussão puxada inicialmente pelos governos da Venezuela e de Cuba, acrescidos pelos governos da Bolívia, do Equador, da Nicarágua. Hoje essa é uma experiência consolidada, não somente como organização econômica para fazer frente ao neoliberalismo e à ALCA, com a moeda alternativa ao dólar, o Sucre, e banco estatal unificado. Vários movimentos sociais organizam-se nas instâncias da ALBA. O governo Chávez garantiu petróleo para os países pobres da América Latina a preço de custo. O convênio com o governo cubano, trocando petróleo por educação e saúde, garante, em grande medida, a continuidade do caminho revolucionário daquele país. A imprensa alternativa à mídia burguesa, viabilizando a Telesur, também realidade presente em vários países da região, além da presença mundial via internet. A discussão do socialismo do século XXI, puxada pelo governo Chávez e o PSUV, em especial nos espaços do Fórum Social Mundial, contribuiu para uma necessária unidade entre os oprimidos da América Latina e do Mundo.

Quais as perspectivas agora para a Venezuela?
Com o falecimento de Hugo Chávez, interinamente assumiu seu vice-presidente Nicolás Maduro, no período necessário para que a sociedade venezuelana possa eleger o novo presidente em 30 dias. As forças políticas de situação e de oposição estão em movimento para definição do governo dos próximos 6 anos. A perspectiva é que a situação dê continuidade ao governo de Chávez por algumas razões básicas: o governo Chávez contava com um amplo apoio popular; melhorou a qualidade de vida para a população mais pobre; a comoção nacional está viva pela perda do seu líder; a máquina de Estado está sob controle do atual governo; os pró-imperialistas terão pouco tempo para a campanha, principalmente midiática; a oposição terá dificuldade de encontrar um líder carismático com suficiente inserção social.
Contudo, o candidato que vencer as eleições e assumir o governo terá pela frente alguns importantes desafios: reduzir o desemprego e a desigualdade; dar continuidade às reformas socioeconômicas (reforma agrária; reforma urbana – moradia; estatização das empresas estratégicas – indústria, comércio, bancos...); e continuar radicalizando as políticas sociais na educação, na saúde e na alimentação com o excedente dos recursos do petróleo, no sentido antineoliberal, anti-imperialista e em busca da superação anticapitalista. Portanto, essa perspectiva somente será viável por um governo pró-revolucionário, na continuidade do governo Chávez, ou um governo sob o controle dos trabalhadores e demais oprimidos do país. O conjunto dos revolucionários orgânicos na classe trabalhadora, no governo bolivariano e demais oprimidos do país, deverá assumir na unidade da diversidade a luta cotidiana das transformações necessárias junto aos demais revolucionários da América Latina e do Caribe.

Comentários

Salomão disse…
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Salomão disse…
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Salomão disse…
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Contraponto 586 - "Agora é Guerra!"

30/10/2009

AGORA É GUERRA!



Desabafo País - 30/10/2009

Texto de Giovani Corrêa Ávila - Blumenau SC

É verdade, começou ontem, de fato a corrida presidencial. Pro lado da oposição não muda muita coisa, está atordoada, aliada com a Globo, escolheram um caminho confuso, estão sem bandeira.
A Record escolheu outro caminho, viável à meu ver, quer crescer e vai com Dilma, logo vai com Lula.
A globo escolheu agir como o time desfalcado psicologicamente, que joga em casa mas não faz o dever de casa, não sabe vencer. Esse staff da globo, escolheu não jogar, e no futebol, na vida e na política vale a máxima, quem não faz, leva! Lula mandou um recado, e vai de cabo eleitoral de Dilma e vai fazer, começou fazendo a transposição de telespectadores para a Record, para depois fazer a dos votos para Dilma.
É só uma questão de lógica: O telespectador difere apenas em parte do eleitor, tem muitas semelhanças, e hoje ele cada vez mais não se enxerga na tela da Globo. Se 80% está satisfeita com o governo Lula, não pode ficar confortável assistindo ataques diários à imagem daquele que estima. Porém, a sorte de Lula é que a globo não vai corrigir seu rumo agora, vai radicalizar. Os que assessoram o Lula, onde está incluído Franklim Martins, e certamente deve ser o arquiteto dessa nova postura, deve ser considerado um gênio:
Colou Fhc, Serra, Aécio, Psdb e Dem num movimento só! E polarizou a disputa. É Lula x os contra o Lula.
Fácil, não precisa queimar os neurônios.
Agora é guerra!
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http://contrapontopig.blogspot.com.br/2009/10/contraponto-587-agora-e-guerra.html
Salomão disse…
domingo

A Física das Civilizações Extraterrestres

3:49 PM 17/03/2013

Quão avançadas elas poderiam ser?
Por Michio Kaku

1ª. Parte
Em seus últimos anos, Carl Sagan fez, em uma ocasião a seguinte pergunta: “Que significa para uma civilização ter a idade de um milhão de anos? Nós obtivemos radiotelescópios e naves espaciais há apenas umas poucas décadas; nossa civilização técnica tem apenas umas poucas centenas de anos... Uma civilização avançada de milhões de anos está muito mais longe de nós do que nós estamos de um pequeno arbusto na forma de um símio”.

Ainda que qualquer conjectura sobre tais civilizações avançadas seja só uma especulação, penso que podemos usar as leis da Física para estabelecer os limites superiores e inferiores destas civilizações.Em particular, agora que as leis no campo da Teoria Quântica, Relatividade Geral, Termodinâmica, etc., estão bastante bem estabelecidas, a Física pode impor amplos limites físicos os quais restringem os parâmetros destas civilizações.Esta pergunta não vai mais além de uma frívola especulação. Dentro de pouco, a humanidade pode sofrer um choque existencial quando a atual lista de uma dezena de planetas extra-solares do tamanho de Júpiter cresça a centenas de planetas do tamanho da Terra, gêmeos quase idênticos de nosso lugar celeste.Estamos iniciando o uso de uma nova classe de telescópio, O telescópio espacial de interferometria, o qual usa a interferência de os raios de luz para amplificar O poder de resolução de os telescópios.Por exemplo, a Missão de Interferometria Espacial (Space Interferometry Mission o SIM) consta de múltiplos telescópios situados ao largo de uma estrutura de 10 metros. Com uma resolução sem precedentes aproximando-se do limite físico da óptica. O SIM é tão sensível que quase desafia a imaginação: orbitando a Terra, pode detectar o movimento de uma lanterna agitada por um astronauta em Marte!O SIM, ademais, pavimentará o caminho para o Buscador de Planetas Terrestres (Terrestrial Planet Finder), que deverá identificar ainda mais planetas similares a Terra. Este poderá analisar as 1.000 estrelas mais brilhantes em um raio de 50 anos luz desde Terra e se centrará nos 50 a 100 sistemas planetários mais brilhantes.Tudo isto estimulará um esforço ativo em determinar se algum deles pode albergar vida, talvez alguns com civilizações mais avançadas que a nossa.Ainda que seja impossível predizer as características exatas de tais civilizações avançadas, podemos analisar seus limites usando as leis da Física. Não importa quantos milhões de anos nos separem deles, eles devem obedecer também às leis “de ferro” da Física, as quais estão já o bastante avançadas para explicar muito, desde as partículas subatômicas até a estrutura em enorme escala do Universo.

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Salomão disse…
Continuação 1 :

A Física das civilizações de Tipo I, II, e IIIEm concreto, podemos classificar as civilizações por seu consumo de energia, usando os seguintes princípios:

1) As leis da termodinâmica: inclusive uma civilização avançada está limitada pelas leis da termodinâmica, especialmente pela Segunda Lei, e pode, portanto ser classificada pela energia de que dispõe.

2) As leis da matéria estável: a matéria bariônica (baseada em prótons e nêutrons) tende a reunir-se em três grandes agrupamentos: planetas, estrelas e galáxias. Isto está bem definido pelo produto da evolução galáctica e estrelar, fusão termonuclear, etc.

3) As leis da evolução planetária: qualquer civilização avançada deve incrementar seu consumo de energia mais rapidamente que a freqüência de catástrofes que ameacem a vida (por exemplo, impactos de meteoritos, glaciações, supernovas, etc.). Se crescem mais lentamente, estão condenados à extinção. Isto marca O limite inferior para a taxa de crescimento de estas civilizações.

Em um artigo original publicado em 1964 no Journal of Soviet Astronomy, o astrofísico russo Nicolai Kardashev teorizou que as civilizações avançadas devem estar agrupadas de acordo com três tipos: Tipo I, II, e III, as quais chegaram a dominar as formas de energia planetária, estrelar e galáctica, respectivamente. Kardashev calculou que o consumo de energia destes três tipos de civilização estariam separados por um fator de muitos milhares de milhões. Porem, que tempo levará alcançar a situação de Tipo II e III?.

O astrônomo de Berkeley Don Goldsmith nos recorda que a Terra recebe ao redor de uma bilionésima parte da energia do Sol, e que os humanos utilizam só uma milionésima parte desta. De modo que consumimos ao redor de uma trilhonésima parte da energia total do Sol. Na atualidade, a produção energética total de nosso planeta é aproximadamente de 10 trilhões de ergs por segundo. Porém nosso crescimento energético aumenta de forma exponencial, e, portanto podemos calcular quanto nos levaria alcançar a situação de Tipo II ou III.

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Salomão disse…
continuação 2 :


Goldsmith disse: “Veja quão longe chegamos no uso da energia uma vez que compreendemos como manipular, como obter combustíveis fósseis e como criar energia elétrica a partir da força da água, e assim sucessivamente; temos aumentado nosso uso de energia em uma quantidade extraordinária em apenas um par de séculos comparado com os milhares de milhões de anos de existência de nosso planeta... e da mesma forma poderia isto se aplicar a outras civilizações”.

O físico Freeman Dyson estima que, em um prazo não maior do que 200 anos, deveríamos alcançar plenamente a situação de Tipo I. Deste modo, crescendo a uma modesta taxa de 1% por ano, Kardashev estimou que levaríamos 3.200 anos para alcançar a situação de Tipo II, e 5.800 anos a situação de Tipo III.

Por exemplo, uma civilização de Tipo I é plenamente planetária, dominou a maioria de formas de energia de seu planeta. Sua produção de energia pode estar em ordem de milhares de milhões de vezes a produção atual de nosso planeta. Mark Twain disse uma vez: ”Todo mundo se queixa do clima, porém ninguém faz nada para mudá-lo“. Isto poderia mudar com uma civilização de Tipo I, a qual tenha suficiente energia para modificar o clima. Também teriam suficiente energia para alterar o rumo de terremotos, vulcões, e construir cidades nos oceanos.

Atualmente, nossa produção de energia nos qualifica para o estado de transição do Tipo 0 para a consolidação do Tipo I. Derivamos nossa energia não do aproveitamento de forças globais, mas da combustão de plantas mortas (por exemplo, petróleo e carbono). Porém, já podemos ver as sementes de uma civilização de Tipo I. Vemos o começo de uma linguagem planetária (Inglês), um sistema de comunicação planetário (Internet), uma economia planetária (a força da União Européia, por exemplo), e inclusive os começos de uma cultura planetária (meios de comunicação, TV, música rock, e cinema).

Por definição, uma civilização avançada deve crescer mais rápido que a freqüência de catástrofes que ameacem a vida. Como o impacto de um grande meteorito ou cometa tem lugar uma vez a cada poucos milhares de anos, uma civilização de Tipo I deve dominar a viagem espacial para desviar os escombros em um lapso de tempo que elimine o problema. As glaciações têm lugar em uma escala temporal de dezenas de milhares de anos: então civilização de Tipo I deve aprender a modificar o clima dentro deste marco temporal.

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Salomão disse…
Continuação 3 :

2ª. Parte


As catástrofes artificiais e internas devem ser também levadas em conta. Porém o problema da contaminação global é só uma ameaça mortal para uma civilização de Tipo 0; uma civilização de Tipo I que tenha vivido durante vários milênios como civilização planetária, necessariamente leva a cabo um desequilíbrio planetário em nível ecológico. Os problemas internos supõem uma ameaça séria recorrente, porém têm milhares de anos de existência nos quais podem resolver conflitos raciais, nacionais e sectários.

Finalmente, depois de vários milhares de anos, uma civilização de Tipo I esgotará a energia de um planeta, e derivará sua energia do consumo da completa produção de energia de seus sóis, ou aproximadamente mil bilhões de trilhões de ergs por segundo.

Com sua produção de energia similar a de uma pequena estrela, deveriam ser detectáveis desde o espaço. Dyson propôs que uma civilização de Tipo II poderia inclusive construir uma gigantesca esfera ao redor de sua estrela para usar de forma mais eficiente a produção de energia total. Desde o espaço exterior, seu planeta brilharia como um árvore de Natal. Dyson inclusive propôs buscar especificamente emissões de infravermelho (mais que as de rádio e TV) para identificar estas civilizações de Tipo II.

Talvez a única ameaça séria para uma civilização de Tipo II seria a explosão próxima de uma Supernova, cuja súbita erupção poderia chamuscar seu planeta com um fulminante jorro de Raios-X, matando todas as formas de vida. Desta forma, talvez a civilização mais interessante é a de Tipo III, por ser verdadeiramente imortal. Esgotaram a energia de uma estrela individual, e então alcançaram outros sistemas estelares. Nenhuma catástrofe natural conhecida pela ciência é capaz de destruir uma civilização de Tipo III.

Para enfrentar uma Supernova vizinha, teriam distintas alternativas, tais como alterar a evolução da gigante vermelha moribunda que está à beira de explodir, ou abandonar esse sistema estelar e terraformar um sistema planetário diverso.

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Salomão disse…
Continuação 4 :


Sem dúvida, há limites para uma civilização emergente de Tipo III. Finalmente, se chocaria com outra das “leis de ferro” da Física, a Teoria da Relatividade. Dyson estima que isto poderia ser um obstáculo para a transição a uma civilização de Tipo III de talvez milhões de anos.

Porém, mesmo com a barreira da velocidade luz, há um número de caminhos para expandir-se a velocidades próximas à da luz. Por exemplo, a última medida da capacidade dos foguetes se toma mediante algo chamado “impulso específico” (definido como o produto do empuxo e a duração, medidos em unidades de segundos). Os foguetes químicos podem alcançar impulsos específicos de várias centenas a milhares de segundos. Os motores iônicos podem obter impulsos específicos de dezenas de milhares de segundos. Porém para obter velocidades próximas à da luz, se deve alcançar um impulso específico de aproximadamente 30 milhões de segundos, o qual está muito longe de nossa capacidade atual, porém não para uma civilização de Tipo III. Uma variedade de sistemas de propulsão poderia estar disponível para sondas de velocidade extremas (tais como motores de fusão, motores fotônicos, etc.).

Devido a que a distância entre estrelas é tão enorme, e o número de sistemas solares não aptos para a vida seja tão grande, uma civilização de Tipo III se encontraria com o seguinte dilema: Qual é a forma mais eficiente de forma matemática para explorar as centenas de milhares de milhões de estrelas da galáxia?

Na ficção científica, a busca de mundos habitáveis tem sido imortalizada por heróicos capitães que comandam valentemente uma solitária nave estelar, ou como os assassinos Borg, uma civilização de Tipo III que absorve uma menor civilização de Tipo II (como a Federação). Sem dúvida, o método matematicamente mais eficiente para explorar o espaço é bastante menos glamouroso: enviar flotilhas de “sondas Von Neumann” através da galáxia (chamadas assim em homenagem a John Von Neumann, que estabeleceu as leis matemáticas dos sistemas auto-replicantes).

Uma sonda Von Neumann é um robô desenhado para alcançar sistemas estelares muito distantes e criar fábricas que reproduziriam cópias de si mesmas aos milhares. Uma lua morta é um destino ideal para uma sonda Von Neumann, muito mais que um planeta, devido a que se pode aterrissar e se lançar mais facilmente delas, e também devido a que estas luas geralmente não apresentam mais problemas de erosão. Estas sondas viveriam do solo, usando os depósitos naturais de ferro, níquel, etc., para criar a matéria prima com o que construiriam uma fábrica de robôs. Criariam milhares de cópias de si mesmos, com o qual poderiam dispersar-se e seguir a busca em outros sistemas estelares.

De forma similar a como um vírus coloniza um corpo com um tamanho de várias vezes o seu, finalmente teríamos trilhões de sondas Von Neumann expandindo-se em todas direções, crescendo a uma fração da velocidade da luz. Desta forma, inclusive uma galáxia de 100.000 anos-luz de tamanho poderia ser completamente analisada em, digamos, meio milhão de anos.

Se uma sonda Von Neumann só encontra evidências de vida primitiva (tais como uma inestável e selvagem civilização de Tipo 0) simplesmente permaneceria na lua, esperando em silêncio que a civilização de Tipo 0 evolucione a uma civilização estável de Tipo I. Depois de esperar pacientemente durante alguns milênios, se ativariam quando a emergente civilização de Tipo I seja o bastante avançada para estabelecer uma colônia lunar. O Físico Paul Davies da Universidade de Adelaide propôs a possibilidade de que uma sonda Von Neumann descansou em nossa lua, numa visita prévia a nosso sistema há milhares de anos atrás.

fonte:cinciaeinvestigacao.blogspot.com

http://esquadraovni.blogspot.com.br/2013/03/a-fisica-das-civilizacoes.html