O fim da liberdade na internet?

Lobby de grandes blocos econômicos mostra suas forças e garante o quinto adiamento consecutivo da votação do Marco Civil da Internet. Projeto pioneiro criado no Brasil pode sofrer revés e distorção, restringindo de forma violenta o uso da rede
*por Irlan Simões - Revista Rever
Na terça-feira, 20 de Novembro, ao encerrar mais uma sessão do Plenário da Câmara o deputado gaúcho e presidente da casa, Marcos Maia (PT), afirmou em tom de indignação: “A questão não está sendo tratada com a devida prioridade. Mais uma vez adiamos a votação, o que significa que há uma vontade do plenário de não votar o projeto”.
O deputado se referia à opção dos colegas em retirar da pauta do dia a votação do Marco Civil da Internet, projeto que se arrasta no Congresso desde 2010, e tem como proposta regular as atividades na rede. Naquele dia o projeto deixou de ser votado pela quinta vez consecutiva, e só deve retornar à pauta em 2013.
Partidos como PDT e PTB pediram a retirada do tema alegando  que pretendem pressionar a votação do Fator Previdenciario, assunto muito distinto do que estava em pauta na terça-feira. Outros partidos, a exemplo do PMDB e PSD alegam que é preciso mais tempo para discutir o tema, mostrando discordancia com alguns pontos.
Esse segundo grupo, liderado pelo carioca Eduardo Cunha (PMDB), acredita que a votação deve se dar após a conferência da União Internacional das Telecomunicações, evento da Organização das Nações Unidas, que será realizado em Dubai, já em Dezembro de 2012.
O relator do projeto, o também petista Alessandro Molon, foi claro quanto à sua insatisfação com mais uma obstrução, numa entrevista ao jornal O Globo: “Quem defende deixar para depois de Dubai tem uma posição de colônia. Nunca vi se adiar projeto por discordância de um artigo. Quem é contra um artigo emenda e destaca e manifesta. No fundo o que está se buscando é protelação para evitar a votação. A Câmara tem que ter coragem de votar o projeto”.
Em entrevista à REVER, o advogado Guilherme Varella explicou a importância do projeto: “O Marco Civil da Internet cria regras gerais da questão dos conteúdos na rede. Com ele, você cria uma segurança jurídica para relação na internet, incentiva como princípio a liberdade de expressão”, afirmou.
Guilherme Varella é membro da gerencia técnica do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), uma das organizações civis que acompanhou a elaboração e a construção do Marco Civil da Internet. Para ele a construção do Marco Civil “representou um novo paradigma de contrução normativa”, já que foi a primeira lei que se utilizou da rede e da participação dos usuários da internet na sua elaboração.
“É a própria materialização de todo esse potencial de cidadania que a internet tem”, acredita o advogado ao ressaltar a importância da rede e da garantia da sua liberdade nos dias de hoje.

Interesses privados que interferem no projeto
Os maiores meios midiáticos brasileiros, historicamente vinculados aos grupos que tem interesse no tema, alegam que o projeto não é encaminhado por conta dos acordos políticos que tentam definir outras prioridades de votação.
“Existem dois grandes grupos econômicos que serão afetados com a nova lei e por isso estão operando para que ela não seja aprovada ou mesmo para que não se faça o debate de forma franca. São eles: as multinacionais de telecomunicações e a indústria cultural”, foi o que afirmou Pedro Ekman, coordenador do Intervozes – Coletivo de Comunicação Social, também em entrevista à REVER.
 Esses blocos econômicos reagem por dois motivos distintos, mas que coincidem na tentativa de criar uma forma de regulação na internet que, invariavelmente, restringe os direitos dos usuários em detrimento dos interesses particulares dessas empresas.  O representante do Intervozes, assim como do IDEC, são categóricos em seus posicionamentos ao identificar esses atores de forma mais precisa.
 No Brasil os intermediários da indústria cultural, como a Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR), a Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD), o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD) e a Motion Picture Association of America já se posicionaram contrários ao texto que prevê o princípio da “inimputabilidade de rede”.
 Por sua vez, as empresas de telecomunicações, articuladas em torno do SindiTeleBrasil, estão se posicionando abertamente contra a votação do Marco Regulatório, por “desacordo com os textos” que discutem o tema da “neutralidade de rede”.
Esses dois pontos centrais são os que estão em disputa no Marco Civil. “Nós temos o receio de que esse texto comece a perder seu caráter inicial e a sociedade civil retire o seu apoio ao projeto. Assim ele será meramente um projeto empresarial que só vai atrapalhar a internet no Brasil, ao invés de ajudar”, lamentou Guilherme Varella.

Industria Cultural e “Inimputabilidade de Rede”
Às vésperas da sessão que discutiria novamente a votação do Marco Civil da Internet, no dia 7 de Novembro, um substitutivo foi lançado sobre o original. O novo texto previa a inserção de um segundo parágrafo ao artigo 15, referente à “inimputabilidade de rede”.
Esse tema, fundamental para os novos tempos de compartilhamento da internet, prevê a criação uma norma jurídica que regula de forma mais equilibrada os conteúdos dispostos na rede, evitando a interferência privada na liberdade da internet.
Com a aprovação do novo texto, estaria aberta uma exceção que favoreceria apenas à industria cultural: em casos de compartilhamentos de arquivos registrados sob propriedade intelectual, não seria necessária o intermédio da Justiça.
“A segurança jurídica fica perdida dessa forma. Isso é ruim porque num provedor (como o Facebook, ou a Localweb),  no qual ousuário posta um vídeo de um show que ele foi, ou uma música, ele fica sujeito a punições. O titular do direito autoral reinvidica a retirada daquele conteúdo sem intermédio de uma ação judicial”, frisa Guilherme Varella, justificando a necessidade da retirada deste substitutivo.
O coordenador do Intervozes, Pedro Ekman, vai além e pontua a importância da regulação como fundamental para a liberdade de expressão; “Essa insegurança cria pretextos para censuras de ordem políticas que são bem mais graves e até comuns no caso brasileiro onde prefeitos pelo interior do país com um simples telefonema aos pequenos provedores locais retiram do ar blogs críticos as suas administrações”, afirma.
Caso passe esse texto substitutivo, uma grave distorção continuará existindo, prejudicando usuários braisleiros. Dados da Associação Brasileira de Música e Artes (Abramus) apontam que em dois anos, 18 mil links relativos a conteúdo musical tiveram pedidos de remoção pelas entidades de direitos autorais listadas acima, quando 95% dos pedidos foram atendidos sem nenhum intermédio da Justiça.
Outras 50 mil notificaçoes foram realizadas para a retirada de conteúdos literários com a mesma taxa de atendimentos. Esse número se deu, em grande parte, pela não obrigação de uma decisão judicial pra que os provedores possam manter o conteúdo na rede sem receios. A matéria que você lê, neste momento, pode ser retirada do ar caso o autor de algumas das imagens postadas requisite, por exemplo.
A questão dos direitos autorais tem importancia vital no fucionamento da rede e no uso da mesma por coletivos independentes de produção cultural. Em Setembro, a Ministra da Cultura, Ana de Hollanda foi demitida após sofrer grandes críticas dos produtores culturais independentes, quando defendeu publicamente o fim de licenças alternativas e mais flexíveis sobre produtos culturais, como os creative commons ou o copyleft.

Multinacionais das Telecomunicações e a “Neutralidade de rede”
Eduardo Levy, diretor-executivo do Sindicato das Empresas de Telefonia do Brasil
As grandes empresas de Telecomunicações passaram por um grande teste nos últimos meses após intervenções consecutivas da ANATEL, buscando regularizar seus serviços que passavam por grande desaprovação pelos seus consumidores. O que foi um gesto elogiado  pelos cidadões brasileiros, mostrou-se uma exceção à parte e expôs que o poder das teles estava longe de ser controlado.
O tema da “Neutralidade de Rede” incomodava às teles enquanto uma medida que manteria fechadas algumas torneiras das suas fontes de lucro. “Elas são donas dos cabos. Não se trata de uma perda, mas vão deixar de ganhar, o que leva a uma resistência forte do setor”, afirmou o relator Alessandro Molon sobre a pressão que o projeto vem sofrendo das empresas de Telecomunicações.
O primeiro motivo a ser destacado é o impedimento, garantido pela lei, de que as teles definam diferentes formas de transmissão de dados ao uso da rede. Com isso, poderiam reduzir a qualidade da conexão para determinados serviços
“Uma operadora que vende o serviço de voz (telefone fixo) não gostaria que os usuários tivessem um excelente tráfego se serviço de voz por IP [como o programa Skype], pois querem que ele consuma o serviço que ela vende e não do que é gratuito na rede”, explica Pedro Ekman. Para ele, a intenção é ter o direito de degradar a o tráfego da rede assim que identificado um serviço gratuito que compromete os outros serviços oferecidos – por altos custos – pelas próprias teles.
O segundo ponto, contido no artigo 12, se refere ao amarzenamento e venda de informações particulares dos usuários da internet, mais conhecido como “logs”.  Esses dados são os mesmos utilizados por provedores como o Google para direcionar os links que são exibidos nas páginas da internet de cada usuário, em formato de publicidade.
Com o auxílio de algoritmos complexos, essas empresas conseguem criar padrões de distribuição de links e anúncios aos usuários de forma mais precisa. Para tanto negociam de forma mais vantajosa esses serviços com os anunciantes, justificando os seus valores pela precisão do software em questão.
É com base nisso que os provedores, ao disponibilizarem determinado serviço a um usuario comum, necessitam de uma confirmação de acordo de normas de uso de informações pessoais. Essa mina de ouro – que significa uma forma mais direta de publicidade, diferente de meios como a televisão e o impresso – é cobiçada pelas teles.
O próprio diretor executivo do SindiTeleBrasil, associação que reúne as empresas de telecomunicações, Eduardo Levy,  afirmou que é uma questão de “tratamento isonômico, uma vez que os provedores de conteúdo pode guardas as informações”.
Pedro Ekman frisou a dimensão da segurança na internet que essa medida tem: “As teles querem poder guardar os dados dos usuários com fins comerciais, o que colocará o internauta sob constante investigação”, afirmou.
“Seria o mesmo que uma utilizar uma coleira eletrônica. Saberão não apenas onde estivemos, mas também o que fizemos. Tentando desviar da motivação comercial, alguns advogam a necessidade do monitoramento para prevenção de ciber crimes, mas isso seria o mesmo que presumir a culpa de todos, teríamos um verdadeiro AI-6 digital”, completou em entrevista o coordenador do Intervozes.

Perspectivas incertas para o futuro
Segundo Guilherme Varella, do IDEC, o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo estaria fazendo o jogo das teles
A conferência da União Internacional das Telecomunicações acontecerá em Dubai, com a presença dos maiores conglomerados econômicos que dominam o setor em todo o mundo. As empresas que operam no Brasil são em sua maioria multinacionais, ou seja, não operam em uma única nacionalidade e vislumbram uma forma de regulação internacional.
Sobre o tema, Guilherme Varella, do IDEC, afirmou: “O processo da UIT foi obscuro, sem a devida participação social e com pouco tempo para uma discussão real e qualificada entre os diferentes atores envolvidos, especialmente a sociedade civil. Há sérios riscos de saírem decisões ruins de lá, considerando a natureza da UIT e a influência que as empresas lá dentro”. Ele também afirma, ao fim da entrevista que, sob comando de Paulo Bernardo, o Ministério das Comunicações estaria “fazendo o jogo das teles”.
Quando perguntado sobre a importância de discussões como a que envolve o Marco Civil da Internet, Pedro Ekman pontua que a pauta da Democratização da Comunicação não cabe apenas às organizações que a estudam, mas a todo conjunto dos movimentos sociais.
 “Num país onde muitos direitos se naturalizaram como privilégios, a luta social assume uma complexidade ímpar. A democracia não se consolidará se não democratizarmos a comunicação. Assim como a luta pela reforma agrária não é uma luta apenas dos camponeses e a luta contra o machismo não é uma luta exclusiva das mulheres, a luta pela democratização da comunicação também é uma luta de todos”, concluiu.

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Salomão disse…
OCDE diz que Economia do Brasil será a de menor crescimento no Grupo BRICS em 2012

Brasil vai crescer 1,5%; Russia, 3,4%

27/11/2012 14h29

Relatório da OCDE, Organização Para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, divulgado na terça-feira, 27 de novembro, indica que a economia brasileira fechará o ano com um crescimento de, no máximo, um e meio por cento. Der acordo com a OCDE, este será o menor percentual entre os países que compõem o Grupo Brics: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A maior previsão de crescimento é a da China, com sete e meio por cento. Depois, aparecem Índia com quatro vírgula quatro por cento, Rússia com três vírgula quatro por cento e África do Sul com dois vírgula seis por cento.

Pelas projeções da OCDE para os anos de 2013 e 2104, China e Índia manterão a liderança no Grupo Brics, com crescimento superior a seis e meio por cento O Brasil, segundo as estimativas, deverá crescer quatro por cento em 2013 e quatro vírgula um por cento em 2014. Rússia e África do Sul terão crescimento entre três e quatro por cento, na avaliação da entidade.

Em relação ao Brasil, a OCDE informou que a economia registra melhorias, porém abaixo da tendência geral de crescimento. Segundo o relatório, há indicadores de confiança e projeções de queda no desemprego. O estudo diz ainda que a inflação diminuiu e se estabilizou.

http://www.diariodarussia.com.br/economia/noticias/2012/11/27/ocde-diz-que-economia-do-brasil-sera-a-de-menor-crescimento-no-grupo-brics-em-2012/
Salomão disse…
Rússia não descarta hipótese de levantar embargo às importações de carne brasileira

27/11/2012

Víktor Kuzmin, especial para Gazeta Russa

Decisão definitiva pelo fim do embargo será tomada após a Rússia analisar todos os documentos apresentados pelos brasileiros e depois de as partes chegarem a acordo sobre um sistema de acesso de produtos desses Estados brasileiros ao mercado russo, disse o diretor do Rosselkhoznadzor, Serguêi Dankvert.


Foto: RIA Nóvosti / Vitali Ankov

Duas notícias de impacto diametralmente opostos chegaram após as negociações entre as autoridades sanitárias russas e brasileiras no final deste mês. O Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) anunciou não descartar a hipótese de levantar o embargo às importações de carne brasileira dos Estados de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul.



A decisão definitiva pelo fim do embargo será tomada após a Rússia analisar todos os documentos apresentados pelos brasileiros e depois de as partes chegarem a acordo sobre um sistema de acesso de produtos desses Estados brasileiros ao mercado russo, disse o diretor do Rosselkhoznadzor, Serguêi Dankvert, em uma reunião com o embaixador do Brasil na Rússia, Carlos Antônio da Rocha Paranhos.



O embargo foi decretado em 15 de junho de 2011 em relação a 85 empresas de carne do Brasil e teve como causa uma violação das normas e exigências veterinárias e sanitárias da Rússia e da União Aduaneira (Rússia-Belo-Rússia-Cazaquistão). Mesmo assim, os produtos brasileiros mantêm a liderança no mercado russo.



"A Alemanha e outros exportadores europeus de carne não podem competir com os países latino-americanos. Comprar carne no Brasil é muito mais rentável, apesar da grande distância. O país oferece melhores condições e tem um melhor apoio do Estado ao setor", disse o diretor-executivo da União Nacional de Processadores de Carne da Rússia, Vasili Prochenko.

http://gazetarussa.com.br/articles/2012/11/27/russia_nao_descarta_hipotese_de_levantar_embargo_as_importacoes_de_c_16631.html

Salomão disse…
Continuação 1 :

No entanto, um dia antes, em uma reunião com o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Enio Antônio Marques Pereira, o diretor-geral da vigilância veterinária da Rússia, Evgeni Nepoklonov, manifestou a preocupação das autoridades russas com o uso extensivo na pecuária brasileira de agentes melhoradores de desempenho da classe dos beta-agonistas, como a ractopamina. Segundo ele, caso esses agentes continuem a ser detectados na carne importada do Brasil, Moscou pode proibir todas e quaisquer importações de carne brasileira.



A ractopamina pertence ao grupo dos agonistas beta-adrenérgicos e atua como agente melhorador da produção de tecidos musculares e promotor de crescimento. Seu uso está proibido nos países da União Aduaneira e na Europa.



Em agosto, o Rosselkhoznadzor pediu ao serviço veterinário do Brasil para criar um sistema de controle a fim de garantir seguramente que a carne de animais que receberam adição de ractopamina não chegasse ao mercado dos países da União Aduaneira. Se a substância fosse detectada na carne proveniente do Brasil, as despesas com a destruição da mesma correriam por conta dos importadores russos, salientou com especial ênfase a entidade russa.



Como essa substância é também utilizada nos EUA, Canadá, México e Austrália, o Rosselkhoznadzor também está de olho na carne originária desses países. A Rússia insiste que o Brasil conceda garantias do não uso de promotores de crescimento para cada lote de carne importada.



"Para tanto, o Brasil deve ter um sistema de monitoramento que possa garantir documentalmente que os produtos enviados à Rússia preenchem os requisitos vigentes na Rússia e na União Aduaneira", disse Nepoklonovo.



Segundo ele, resíduos de ractopamina foram detectados em uma das amostras de carne bovina brasileira. Violações semelhantes foram descobertas também pelas autoridades competentes chinesas.



Segundo o Rosselkhoznadzor, o Brasil insiste que a declaração do fabricante anexada ao certificado veterinário é suficiente para comprovar que a ractopamina não foi utilizada. Para a Rússia, porém, esse documento não pode substituir a vigilância ativa por parte do Serviço Veterinário do Brasil.



Ao que tudo indica, Moscou utilizará o embargo às importações de carne brasileira como último recurso. Enquanto isso, sua intenção é fazer com que o Brasil cumpra as exigências. Se a Rússia fechar seu mercado aos produtos brasileiros, o Brasil não terá para onde comercializar o excesso de oferta de carne. Por outro lado, a Rússia sofrerá uma grande escassez do produto e uma disparada de preços no mercado de alimentos.



"A produção nacional de carne está na fase inicial, para não dizer em estado embrionário. Nós dependemos muito das importações", disse Vasili Prochenkov.



Além disso, segundo ele, ninguém sabe realmente se essa substância é mesmo nociva.



"A Europa impôs a proibição por causa de seus problemas econômicos e políticos e para apoiar suas indústrias. Nós não somos atores ativos nesse mercado", disse o especialista.

http://gazetarussa.com.br/articles/2012/11/27/russia_nao_descarta_hipotese_de_levantar_embargo_as_importacoes_de_c_16631.html

Salomão disse…
COMPANHEIRAS E COMPANHEIROS DE LUTA UMA DERROTA PARA A EUROPA :

A EUROPA NÃO ACEITA, A EUROPA NÃO ADMITE, MAS É UMA DERROTA PARA A EUROPA !!!!!!!!!!!!!!!!!!

A EUROPA ESTÁ FRAGILIZADA !!!!!!!!!!!!

Será que a Europa terá êxito na Ásia Central?

28.11.2012, 20:45, hora de Moscou

Os políticos europeus pretendem incluir a Ásia Central na esfera dos seus interesses estratégicos. Esta sua intenção deve-se à crescente influência da Rússia na região, à existência de grandes recursos naturais e à sua situação geográfica.

Desde as épocas mais remotas a Ásia Central foi o território em que se cruzavam as rotas de mercadorias e ideias de todos os recantos do continente da Eurásia – da Europa, do Sudeste Asiático do Oriente Médio. Estes territórios continuam a interessar os maiores jogadores mundiais mesmo hoje. Depois do desmoronamento da União Soviética, as antigas repúblicas da Ásia Central, – o Uzbequistão, o Turcomenistão, o Tajiquistão, Quirguistão e Cazaquistão, – passaram a ser Estados independentes tornando-se, ao mesmo tempo, uma zona de interesses tradicionais não somente da Rússia.

A atividade da China, dos EUA e do bloco da OTAN nesta região vem crescendo de ano para ano. Note-se que os seus interesses políticos se combinam organicamente com os interesses econômicos. A proximidade dos Estados da Ásia Central em relação à Rússia fez os estrategas ocidentais tomar medidas a fim de estabelecer o controle político-militar sobre a região. Quanto a Pequim, a China tem estado interessada, em primeiro lugar, na exploração dos seus minérios e na construção de vias de transporte. Os respectivos projetos nesta esfera estão sendo realizados já hoje – por exemplo, no Cazaquistão e no Tajiquistão.

A União Europeia também resolveu tornar mais claros os seus planos de longo alcance na Ásia Central. Todavia, os receios de que semelhante atividade afete os interesses da Rússia nesta região são um tanto exagerados. É esta a opinião de Ajdar Kurtov, perito do Instituto de Pesquisas Estratégicas.

"Na realidade, a estratégia da União Europeia na Ásia Central, adotada há cinco anos, não foi levada a cabo. Os europeus não conseguiram desalojar outros jogadores que ocupam posições-chave nesta região. Houve circunstâncias objetivas que contribuíram para isso. Por exemplo, a crise na União Europeia, que a faz estar mais centrada nos assuntos internos e não externos. A atual visita de Cathrine Ashton não passa de um tributo à diplomacia europeia, que tenta fazer de conta que tudo está bem enquanto que a situação não é tão boa assim. Os europeus estão, certamente, interessados nos recursos energéticos da região, mas todos os últimos contratos dos países da Ásia Central demonstram que eles preferem ter antes parcerias com a China do que com os europeus. A Rússia também mantém aí posições ponderáveis."

Cumpre assinalar que a ideia do presidente da Rússia Vladimir Putin de criação da Aliança Econômica da Eurásia, que poderá incorporar inicialmente a Rússia, a Bielorússia e o Cazaquistão, e mais tarde, também, os países da Ásia Central, provoca, como é natural, uma certa preocupação na Europa. Houve quem afirmasse, inclusive, que o Kremlin por pouco não fez uma tentativa de restaurar uma “mini-União Soviética”. Aliás, na Rússia, na China e nos países da região ninguém toma a sério estas teses alarmistas. É evidente que no presente caso se trata da integração econômica mutuamente vantajosa e que ninguém jamais falou da aproximação política e, ainda menos, da restauração dos órgãos do poder comuns.

http://portuguese.ruvr.ru/2012_11_28/Sera-que-a-Europa-tera-exito-na-Asia-Central/

Salomão disse…
Continuação 1 :

Há pouco, a União Europeia prometeu exercer o papel de patrocinador dos países da Ásia Central. Foi planejado, inclusive, destinar para este objetivo 750 milhões de dólares. No entanto, a crise da zona do euro fez congelar esta ideia e deixá-la para épocas melhores, o que minou em certa medida a confiança das elites dos países da Ásia Central em relação à direção europeia. Enquanto isso, os seus parceiros mais seguros, – a Rússia e a China, – continuam a investir nos projetos mais prometedores. Basta recordar que a China e o Turcomenistão construíram em conjunto um gasoduto que liga a Ásia Central à China ou que Moscou participou da construção de várias centrais atômicas e centrais hidroelétricas no Quirguistão e no Cazaquistão. Um outro fator que veio estragar os planos da União Europeia foi a decisão do Tajiquistão de ficar sob a proteção militar da Rússia. Este país admitiu a continuação, por tempo prolongado e de forma gratuita, da base militar russa 201 no seu território.

http://portuguese.ruvr.ru/2012_11_28/Sera-que-a-Europa-tera-exito-na-Asia-Central/

Salomão disse…
Faltam 55 dias para o “abismo fiscal” nos Estados Unidos

7.11.2012, 15:45, hora de Moscou

O chamado “abismo fiscal” subentende uma alteração súbita da política financeira do Estado. Este fenômeno pode acontecer nos Estados Unidos em 1 de janeiro de 2013, quando termina o período de facilidades fiscais.
A partir do Ano Novo, serão anuladas as facilidades fiscais concedidas aos empresários. A Casa Branca terá de reduzir bruscamente as despesas e voltar a elevar o teto da dívida pública, estabelecido pela última vez pelo Congresso ao nível de 16 trilhiões e 390 bilhões de dólares. Hoje em dia, os EUA dispõem apenas de 150 bilhões de dólares para cumprir os compromissos orçamentais. A tarefa torna-se praticamente inviável, levando em consideração os ritmos de despesas do país.

A economia americana pode perder até 5% do PIB e mais várias centenas de milhares de pessoas ficarão sem emprego. A crise nos Estados Unidos pode voltar a prejudicar seriamente a economia mundial, considera o economista Pavel Medvedev:

“Se as possibilidades financeiras dos Estados Unidos diminuírem, o país irá comprar menos. Tal significa que a China, Japão e Europa terão menos encomendas. Em resultado, diminuirá o número de postos de trabalho. Será uma espécie de cadeia de desgraças”.

Em toda a história, a América nunca se deparou com o “abismo fiscal”. Portanto, devem ser tomadas medidas sem precedentes para estabilizar a economia. Neste contexto, os ministros das Finanças do G20 apelam a que as autoridades dos Estados Unidos tomem uma decisão o mais depressa possível, como foi declarado ainda na cúpula no México. Ao mesmo tempo, o presidente do país terá o principal papel na solução deste problema, afirma o diretor do Departamento de Análise Estratégica da empresa de consultoria FBK, Igor Nikolaev:

“Se vencer Obama, o teto da dívida pública será elevado e o país escapará ao abismo fiscal. Mas tal não significa que este fenômeno não acontecerá no futuro. Mas tal é possível, se vencer Romney. A meu ver, o “abismo fiscal” deverá ser controlado, isto é, passar realmente para um programa de poupança de meios orçamentais e ver o que acontece com as facilidades fiscais”.

Seja como for, o Congresso terá a última palavra. O futuro da economia dos Estados Unidos dependerá da sua operacionalidade. Mas se Washington não conseguir superar as divergências políticas internas, o país poderá se deparar com uma segunda Grande Depressão.

Os peritos coincidem na opinião de que, se a Casa Branca permitir o “abismo fiscal”, a América poderá perder o estatuto de principal economia do mundo já a partir do próximo ano. As agências financeiras americanas comentam entre si a possibilidade de rever o rating soberano do país. Os investidores voltarão a procurar mercados mais estáveis para seus capitais. É evidente que a China e a Europa, levando em conta sua dependência da economia dos Estados Unidos, não ocuparão as primeiras posições nesta lista. É provável que, nestas condições, Moscou se possa tornar um novo centro financeiro internacional.

http://portuguese.ruvr.ru/2012_11_07/93806731/