Kassab pode trair Serra e fechar com Russomano

POLÍTICO PROFISSIONAL, O PREFEITO DE SÃO PAULO, GILBERTO KASSAB, AJUDARIA A DAR SUSTENTAÇÃO POLÍTICA A UM EVENTUAL GOVERNO DE CELSO RUSSOMANO EM SÃO PAULO; PARA JOSÉ SERRA, A DERROTA PARA UM CANDIDATO NANICO SERIA A HUMILHAÇÃO SUPREMA------
247 – Gilberto Kassab e Celso Russomano têm algo em comum: ambos já foram malufistas. Kassab foi um dos principais secretários da administração de Celso Pitta e Russomano entrou na política pelas mãos do ex-prefeito e ex-governador de São Paulo conhecido pelo bordão “rouba, mas faz”. Nenhum dos dois jamais confirmará, mas fontes próximas a ambos garantem: as conversas para uma composição após eventual vitória de Russomano na maior cidade do País já começaram.
Kassab hoje apoia José Serra mais por obrigação e lealdade do que por desejo. Afinal, só se tornou prefeito porque Serra abandonou a cidade para se tornar governador em 2006. Mas, se dependesse mesmo da vontade de Kassab, o seu recém-criado PSD teria fechado com Fernando Haddad e ele já teria um ministério no governo Dilma. Serra decidiu ser candidato e ele ficou sem alternativa, a não ser apoiar o padrinho Serra.
Para o tucano, uma derrota para Russomano seria encarada como uma tragédia. Um fim de carreira política melancólico e humilhante, que ele não seria capaz de imaginar nem nos seus piores pesadelos. Mas o fantasma da derrota é real. Russomano lidera no Datafolha, com 31 pontos, e venceria Serra no segundo turno. Nesse cenário, dificilmente Serra teria apoio do PT – o que ajuda o candidato do PRB.
Para Kassab, no entanto, uma vitória de Russomano não seria encarada como tragédia. Eleito por um partido nanico, ele necessitaria de sustentação política e de um aliado que conhecesse as entranhas da máquina pública de São Paulo, como é o caso de Kassab.
Mais do que serrista, Kassab é um político profissional. E a derrota tucana poderia funcionar como uma libertação em relação a Serra. Kassab continuaria influente em São Paulo e livre para embarcar na base de apoio do governo Dilma, no plano federal.
Os pesadelos que assombram José Serra, hoje, não assustam em nada Gilberto Kassab.

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