Nosso repúdio ao Jornal O Povo

Por unanimidade de votos, os magistrados da 1º Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região determinaram a reintegração imediata do repórter fotográfico Evilázio Bezerra, diretor executivo do Sindjorce, ao quadro de funcionários do O Povo. Evilázio foi demitido ilegalmente pelo jornal mais antigo do Ceará logo após a empresa tomar conhecimento de que ele era candidato da Chapa 1 – Lutas, Conquitas e Esperança, vencedora das últimas eleições sindicais da categoria no Estado.
A juíza Rosa de Lourdes Azevedo Bringel, relatora do processo, determinou também o pagamento - com juros, correção monetária, recolhimentos fiscais e previdenciários -, de toda a remuneração do sindicalista a partir da data da demissão dele, ocorrida em maio de 2010. A sentença foi proferida dois anos após a demissão arbitrária do sindicalista.
Desligamento arbitrário
A 1ª Turma do TRT 7ª Região acolheu a tese do Sindjorce, reforçada por vasta documentação comprobatória, de que Evilázio foi demitido quando O Povo já havia sido comunicado da candidatura do jornalista à direção do Sindjorce. De acordo com o relatório da magistrada, “o contexto fático revelado pelas provas coligidas atesta a natureza abusiva do seu desligamento do emprego”.
Os magistrados entenderam que a demissão de Evilázio pelo jornal violou o artigo 8º, inciso VIII, da Constituição Federal, e o artigo 543, parágrafo 3º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Provas contundentes
Uma das provas contudentes contra a empresa é, por exemplo, a data do depósito da multa rescisória do FGTS do sindicalista, efetuado em 13 de maio de 2010, dois dias depois de O Povo ter sido comunicado da candidatura do jornalista à direção do sindicato da categoria, “o que só faz estremecer a tese da empresa”, descreve o relatório.
O documento também levanta suspeição sobre a imparcialidade da única testemunha de defesa apresentada pelo jornal. “Evidente que a parcialidade de tais depoimentos que não se prestam a formar convencimento sustentável”, descreve o texto.
Comemoração é dia 22
Na segunda-feira (18/06), às 16 horas, a direção do Sindjorce se reúne com a assessoria jurídica da entidade para discutir a volta do sindicalista à redação do O Povo. "Já marcamos também a comemoração de mais esta vitória do Sindjorce contra o arbítrio e as práticas antissindicais dos veículos de comunicação do Ceará", afirma a presidente em exercício do sindicato, Samira de Castro.
Ela se refere ao Arraial do Diploma 2012, agendado para o próximo dia 22, às 19 horas, no Espaço Cultural SindBar. "Vai ser o arraiá do cumpade Evilázio, uma homenagem do Sindjorce ao nosso diretor executivo, um dos jornalistas mais combativos e premiados do Brasil", encerra.

Comentários

Eduardo Campos disse…
Continuação 5 :

Wall Street quebra em 87, em 97 e em 98

A 19 de outubro de 1987 a Bolsa de Valores de Nova Iorque quebrou, registrando uma queda brutal de 12,5% que zerou quase todos os ativos dos acionistas. Mas houve logo uma retomada, graças à intervenção da mídia, que justificou o tropeço de Wall Street apenas "...pelo irracional uso dos Junk Bonds (título de risco norte-americano de longo prazo)...". Nada foi dito e escrito do irracional uso do capital especulativo que já controlava a própria Bolsa de Nova Iorque. Os poucos jornalistas do Washington Post e do Daily Mirror que tentaram denunciar esse fato foram logo afastados das colunas de economia e finança até hoje!!!.

Por exemplo: Donald Trump, dono da American Lines, comprou 55% das ações desvalorizadas de uma pequena empresa de motores aéreos e 30% de seus Junk Bonds. Com a cumplicidade da mídia, jornais e televisões logo anunciavam a futura reestruturação da empresa e isso provocava a imediata valorização de suas ações em Wall Street. Logo a corretora de Donald Trump vendia grande parte de ações adquiridas anteriormente até o início da reestruturação, isto é: o fechamento da empresa, a dispensa "temporária" de 90% de seus trabalhadores até a nova diretoria definir novas opções de mercado. Imediatamente essa operação provocava um processo de desvalorização que acabava quando as corretoras ligadas a Donald Trump haviam conseguido recuperar 90% das ações e 100% dos Junk Bonds. A partir desse momento a empresa era automatizada com a introdução de tecnologia avançada e 35% do seu capital acionário era vendido na Bolsa a preços ainda maiores, enquanto os antigos Junk Bonds eram substituídos por outros, mas com prazo menor.

É claro que esse mecanismo especulativo quebrou em 1987, mas pelo fato de ser apenas norte-americano, não modificou o rumo que os neoliberais queriam continuar a dar à economia mundial, pois o mesmo mecanismo, para sobreviver se espalha para os países emergentes do Terceiro Mundo. E não é por acaso que Alan Greenspan, presidente da Reserva Federal dos EUA, desautorizava qualquer tipo de crítica, afirmando que em 1987 houve apenas "erros irracionais que não influem no sistema global das transações".

Na realidade a crise de 1987 foi apenas um prelúdio norte-americano que teve alguns reflexos em 1991 e em 1995, para depois explodir violentamente na Ásia em 1997 e continuar a provocar contínuas baixas em todo o mundo já no início de 1998.

Agora, para os neoliberais o grande problema é como salvar o modelo macro-econômico neoliberal e suas instituições políticas. No Brasil, diante da incapacidade de André Lara Rezende e Antônio Kandir de criar uma alternativa que não destrua o palanque do Plano Real, essa operação está sendo realizada pela mídia que tenta desviar a atenção da população, em particular da classe média pelo menos até as eleições de novembro!!!

De fato, para salvar a imagem do Plano Real e do presidente Fernando Henrique —que como os presidentes da Tailândia, das Filipinas, da Malásia e de Cingapura, construiu o processo de estabilidade cambial do Real apoiando-se exclusivamente no fluxo de capital especulativo —, respeitáveis jornais, entre os quais a Gazeta Mercantil e a Tribuna da Imprensa, chegaram a acusar os irmãos bilionários George e Paulo Soros do ataque especulativo à Bolsa de São Paulo, pretendendo convencer seus leitores de que sem os "maldosos gregos bilionários" a Bolsa de São Paulo e o Real estariam fortes e seguros como em 1996!!!

Achille Lollo
Editor do Jornal Nação Brasil

Órgão Oficial da Associação dos Empregados de Furnas

http://aacastro.tripod.com/global5.htm
Eduardo Campos disse…
NOVOS TIGRES ASIÁTICOS TAILÂNDIA CAPITAL ESPECULATIVO
Eduardo Campos disse…
Continuação 4 :

Dragões e Pequenos Tigres

Num primeiro momento as instituições financeiras ocidentais e japonesas utilizaram o parque industrial e as bolsas dos quatro "dragões" asiáticos (Coréia do Sul, Hong Kong, Taiwan e Cingapura) para implementar essa nova relação capital/trabalho, para depois massificar a mesma em todo o sistema industrial dos "pequenos tigres", isto é: Tailândia, Malásia, Indonésia e Filipinas, onde o operário é o novo escravo do ano 2000.

Nesses países as taxas de crescimento logo pularam de 1,8% para 8,5% ou até 12%, proporcionando lucros na produção de quase 25% por ano. Quer dizer: uma multinacional que nos EUA ou na Europa demorava quase dez anos para recuperar o valor de um investimento, nesses países necessitava de apenas quatro anos. Por exemplo, uma multinacional que em 1990 investia 300 milhões de dólares para a construção de uma fábrica nas Filipinas, já em 1994 recuperava todo o capital original investido. Além disso possuía um complexo industrial capaz de gerar influências nas autoridades políticas para realizar outros "negócios" e uma fantástica remessa de lucros de até 25% ao ano!!!

Para alimentar esse ciclo, os "dragões" e os "pequenos tigres" asiáticos ficaram cada vez mais dependentes do fluxo de capitais "especulativos" das instituições financeiras ocidentais e japonesas, representadas pelos bancos privados mas, também, pelos bancos estatais, que estacionavam seus capitais voláteis em função das altas taxas de juros, da ausência de uma política trabalhista e dos baixos custos de produção.

A característica desse ciclo foi o crescimento desproporcionado da produção industrial, seguido pelo aumento da dívida externa e interna o que obriga os governantes a hipotecar toda sua reserva monetária e seus recursos minerais. O México, após a "crise tequila", é formalmente proprietário de suas reservas petrolíferas. Na verdade os donos são os bancos norte-americanos e europeus que cobriram o rombo da dívida externa.

http://aacastro.tripod.com/global5.htm