O Confuso PSDB Paulista

O que se passa com o PSDB em São Paulo? Dito de outra forma: que falta faz Mario Covas!
Criado em 1988, o PSDB nasceu em São Paulo. Foi lá que um grupo de políticos da “ala do bem” do PMDB resolveu que havia limites para tudo: o começo da administração de Orestes Quércia, no ano anterior, mostrava que o partido era pequeno demais para eles e o governador.
Não querendo compactuar com o que imaginavam seria o restante de seu governo, preferiram sair. Estavam certos. Quércia foi tudo que temiam.
(Isso não impediu que, anos depois, um candidato tucano a presidente fosse cortejá-lo, obsequiosamente pedindo seu aval para outra aventura mal sucedida. Antes de falecer, em 2010, Quércia ainda teve tempo de se revelar um sincero e prestimoso aliado de José Serra).


Em São Paulo, o PSDB foi um sucesso. Mário Covas, seu candidato a presidente em 1989 - apenas um ano após a criação do partido -, ficou em quarto lugar e ganhou o respeito do país, pela campanha que fez e pela coerência de apoiar Lula no segundo turno.

(Isso não desencorajou alguns quadros tucanos paulistas a se dispor, alegremente, a integrar o ministério do adversário de Lula. Se não fosse o veto de Covas, o governo Collor teria tido, no mínimo, um tucano de alta plumagem no primeiro escalão. Convidado, havia dito sim).

Com pouco mais de cinco anos de existência, o PSDB paulista tinha feito o presidente da República, o núcleo de seu staff, vário ministros, e estava instalado no governo do maior estado da Federação. Uma trajetória espetacular.

Desde 1994, o PSDB administra São Paulo e bate todos os recordes de permanência de um partido à frente de um governo estadual – sem contar a República Velha.

Ao término do atual mandato, Alckmin completará duas décadas ininterruptas de ocupação tucana do Palácio dos Bandeirantes, coisa que nenhuma oligarquia contemporânea conseguiu em outro lugar do Brasil. Sarney e o finado Antonio Carlos Magalhães teriam muito que aprender com eles.

É verdade que, nesses 20 anos, o PSDB só governou a capital por 15 meses, na fase em que Serra fez uma rápida baldeação à frente da prefeitura - depois de perder a eleição presidencial de 2002, ganhar a municipal de 2004 e antes de renunciar para concorrer ao governo estadual em 2006.

Mas continuou representado na administração municipal, quando Kassab assumiu o lugar deixado por Serra e se reelegeu em 2008. São, portanto, oito anos de presença tucana na prefeitura.

Como entender que o PSDB paulista seja tão incapaz de definir o que vai fazer este ano na sucessão de Kassab? Justo na capital de seu reduto?

Consta que procuraram Serra para ser candidato. Ele disse que não queria – o que pode ser considerado normal em seu caso, pois nunca tem certeza de uma candidatura. Deram-lhe tempo e ele foi peremptório: não o seria em hipótese alguma.

Quatro nomes se ofereceram, todos qualificados. Era a situação clássica para uma prévia entre os filiados. Estão às voltas com ela - a primeira na história do partido -desde o ano passado e a data combinada para fazê-la se avizinha.

E agora? Ficou o dito pelo não dito. Serra fez saber que talvez queira. Os pré-candidatos estão sem saber o que fazer. E se Serra voltar a desistir – o que seria totalmente normal para ele? Aí aconteceriam as prévias? Entre quatro candidatos desmoralizados?

Uma forma de entender porque os tucanos paulistas batem cabeça é imaginar o que estaria acontecendo se Mário Covas estivesse vivo.

É difícil dizer com segurança, pois ele era imprevisível. Mas de uma coisa podemos estar certos: vexame, o PSDB paulista não estaria passando.

No estado, o partido tem hoje líderes demais e liderança de menos. Entre os solipsismos e as obsessões de seus principais quadros, o PSDB paulista não consegue dizer o que quer.



Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

Comentários

Eduardo Campos disse…
Chinesa Proview garante que litígio com a Apple não tem objetivos económicos

18 de Fevereiro de 2012, 19:18


Pequim, 18 fev (Lusa) -- A empresa tecnológica chinesa Proview, conhecida por querer apoderar-se nos tribunais da marca 'iPad', garantiu que o litígio com a multinacional norte-americana não tem propósitos económicos, anunciou hoje a agência oficial Xinhua.

"A Proview Shenzhen está a salvaguardar os seus direitos e interesses e tudo o que queremos é um tratamento justo", disse o fundador da empresa, Yang Long-san, numa conferência de imprensa realizada na sexta-feira para esclarecer os motivos do confronto jurídico com a multinacional Apple.

Um dos advogados da companhia chinesa, Ma Dongxiao, negou as notícias divulgadas que referem que a Proview (empresa falida, com sede em Shenzhen) queria pedir à Apple uma indemnização cerca de 1,6 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros) e esclareceu que a empresa apenas quer que a multinacional pague as custas do litígio.

"Os 'iPad' da Apple são populares, mas a Proview não permitiu que fossem vendidos equipamentos de uma marca cujos direitos mantém", esclareceu o fundador da empresa chinesa.

Em dezembro, o Tribunal Popular Intermédio de Shenzhen, no sul do país e vizinha de Hong Kong, determinou que a multinacional Apple não tinha direito de usar a marca "iPad" para os seus 'tablet' na China, já que esta pertence originalmente à firma local.

Em 2009, a Apple adquiriu em Taiwan à Proview o direito de usar o nome "iPad" em todo o mundo, mas a marca chinesa manteve a utilização da palavra para fins comerciais na China, pelo que o Tribunal arquivou o processo contra a multinacional.

Depois de ter vencido a batalha nos tribunais, a Proview pediu a trinta divisões comerciais para pararem a venda dos 'iPad', tendo conseguido que em algumas cidades do país fossem retirados os equipamento de algumas lojas.

Contudo, não chegaram a ser retirados na íntegra e em todas as cidades da China, uma vez que as lojas oficiais da Apple, em Pequim e em Xangai, continuaram a vender aqueles equipamentos, muito populares entre os consumidores chineses.

JS

Lusa/Fim



http://noticias.sapo.tl/portugues/lusa/artigo/13837336.html