“A indústria do entretenimento quer combater a diversidade cultural”, diz Sérgio Amadeu

Reproduzido do Portal da Imprensa: O sociólogo é conselheiro do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI), Sérgio Amadeu, se notabilizou por defender o Software Livre, tema diretamente afetado por leis que combatem a “pirataria”, termo que Amadeu rechaça. “A pirataria é uma péssima metáfora. Eu falo sempre que eu sou contra a pirataria, não aconselho sequestrar navio em alto mar”, ironiza.
Amadeu ressalta à IMPRENSA que as leis Sopa (Stop Online Piracy Act) e Pipa (Protect Intellectual Property Act) responsáveis por um protesto mundial encabeçado pela Wikimedia Foundation em 18 de janeiro, são medidas arbitrárias da indústria de entretenimento para combater a “diversidade cultural na rede”. Amadeu não se opõe a uma legislação, entretanto, defende que ela não seja “exagerada e arbitrária”.

IMPRENSA – Com toda a popularização da rede o termo “pirataria” ainda faz sentido?
Sérgio Amadeu - No final dos anos 90 você vai ver que começa surgir a expressão “pirataria”. O que acontecia era que as pessoas sempre utilizaram vinil, botavam em um aparelho 3 em 1 e gravavam do jeito que queriam. A internet fez com que essa prática cotidiana das pessoas de emprestar tomasse uma escala amplificada. Acontece aí uma alteração tecnológica que liberta o texto do papel, a imagem da película e o som do vinil e joga tudo em uma única metalinguagem digital. As pessoas já tinham essa prática de compartilhamento em outras mídias. Mas com a rede, começam os ataques às práticas de compartilhamento por parte das empresas de conteúdo.
Mas o prejuízo que elas alegam é real?
Desde essa época, elas alegam prejuízo e vêm pedindo leis e uma ampliação da legislação. Com isso, eles não estão incentivando a criatividade, mas protegendo questões comerciais. Pelo contrário, estão reduzindo a criatividade. Resumindo, a indústria do entretenimento levou a discussão da propriedade intelectual para o âmbito do comércio. Com o advento da internet eles já tinham piorado a lei de propriedade intelectual e agora querem ampliar ainda mais seu enrijecimento. Não contentes querem criminalizar práticas cotidianas da internet.
Como o que, por exemplo?
A lógica é a seguinte: um garoto pega um iPod, ou um PC, ou um device qualquer e coloca na memória dele três mil músicas. Se você consultar qualquer adolescente, vai ver que ele tem uma infinidade de músicas. Pergunte quais ele ouve. Com frequência talvez 30, 40. Quantas daquelas ouviu até o final? Talvez 10%. Quantas ele nunca ouviu, centenas. Enfim, é algo impossível de mensurar. Aí vem a indústria do copyright e calcula três mil músicas de prejuízo. Mentira, se esse jovem tivesse que ir a uma livraria ou a uma loja ele jamais pagaria três mil músicas.
A indústria do entretenimento tenta combater a diversidade?
Se você observar, minha prática cultural mudou depois da internet. Ela é totalmente diferente. Eu tenho acesso a coisas que jamais teria se eu passasse pelo filtro da indústria cultural. Eu tenho acesso a músicas sueco-indianas, tenho acesso a coisas da Romênia. Quando estou ouvindo esse grupo sueco-indiano deixo de ouvir o que toca na rádio. O que está havendo é uma dispersão. A diversidade cultural rouba público. E o intermediário que, até então, estava lucrando, acaba perdendo força. Ele continua tendo força porque a mídia de massa tem força. Mas essa é a questão: disputar a atenção do público.
Diversidade cultural seria o alvo então?
Diversidade cultural é uma palavra chave por que a indústria não consegue compreender que esses internautas podem contribuir para alavancar a audiência do conteúdo. A conta que você faz é que tem muito mais gente que baixa do que compra. Mas se tivesse que pagar elas simplesmente deixariam de conhecer. O fato é que, ao contrário do que pensavam, não vão matar a diversidade cultural.
Neste caso, leis como Sopa e Pipa são arbitrárias?
Eles perceberam [a indústria do entretenimento] que não conseguiram convencer as pessoas que trocar bens culturais seja crime. As pessoas até fazem mea culpa quando assistem a Rede Globo falando da pirataria. Primeiro que pirataria é uma péssima metáfora. Eu falo sempre que eu sou contra a pirataria, não aconselho sequestrar navio em alto mar [risos]. Agora copiar pode copiar meus textos, meus livros, quanto mais copiar, melhor pra mim. Eu chamo atenção pelos exageros, já que não conseguiram convencer as pessoas pelo diálogo tentam pela força.
Bom, então eles perceberam que não é possível atuar sobre o internauta?
Chegaram à conclusão de que não da para atuar sobre o cidadão, mas sobre a estrutura da rede. Tanto Sopa como Pipa atuam na estrutura e no bloqueio à rede. Atacam indiretamente. As duas leis atuam da seguinte forma: alegando que estão roubando propriedade intelectual de cidadãos norte-americanos e empresas norte americanas. Eles perceberam que os mecanismos de busca mais importantes: Google e Yahoo estão em solo americano e toda referência às principais redes sociais estão nos Estados Unidos.
Mas de que maneira eles vão controlar tanta demanda?
Por isso que é uma lei arbitrária. Uma hora eles vão querer, outra hora eles não vão querer.

Comentários

Eduardo Campos disse…
O BRASIL É CHEIO DE "LADRÃO FINO"

TEM UM TAL DE ROGERIO MARINHO NO BRASIL QUE É UM PERIGO, É LADRÃO FINO, MÃO GRANDE, DOS COFRES PÚBLICOS, DINHEIRO PÚBLICO, DINHEIRO DO POVO.

PEGA O DINHEIRO PÚBLICO NA MÃO GRANDE !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eduardo Campos disse…
17/02/2012 - 10:20

Evolução do IBC-Br sinaliza PIB praticamente estagnado no 4º trimestre de 2011

Segundo o Banco Central, em dezembro de 2011 o IBC-Br superou em 1,5% o nível observado no mesmo mês de 2010, avançando 0,6% sobre novembro na série livre de influências sazonais. Esses números vieram em linha com a estimativa mediana do mercado (+1,6% YoY e +0,6% MoM) e ficaram um pouco abaixo da estimativa da LCA (+1,8% YoY e +0,7% MoM). Vale notar que o resultado de novembro foi revisado de uma alta dessazonalizada de 1,1% para 1,3%, pela atualização dos fatores sazonais.

Com o resultado de dezembro, o IBC-Br acumulou uma variação de +0,3% no trimestre outubro-dezembro de 2011, apresentando uma aceleração ante a variação de -0,2% verificada no trimestre julho-setembro.

De posse dos números do IBC-Br, bem como de outros indicadores, a LCA estima que o PIB brasileiro a preços de mercado tenha apresentado uma variação interanual de 1,3% no 4º trimestre de 2011, avançando 0,1% sobre o 3º trimestre em termos dessazonalizados.

A abertura mostra que o Consumo das Famílias, que havia ficado estagnado no 3º trimestre, já deve ter voltado a crescer em um ritmo forte no final de 2011. Por outro lado, a Formação Bruta de Capital Fixo deve ter aprofundado a queda que já havia sido observada no período julho-setembro. A Variação de Estoques deve ter subtraído uma parte relevante do crescimento do PIB no 4º trimestre – algo que pode ser notado pela evolução do PIB Indústria, pelo lado da oferta, com forte retração pelo segundo trimestre consecutivo, a despeito da retomada da demanda interna (puxada pelo consumo das famílias e do governo) no último trimestre do ano passado.

Confirmado esse resultado para o 4º trimestre, o PIB brasileiro deve ter fechado 2011 com uma alta de 2,7%, vindo de +7,5% em 2010. O carry-over para 2012 – isto é, a variação média anual em 2012 sob a hipótese de que o PIB dessazonalizado se mantenha estável ao longo de todos os trimestres deste ano – é de +0,2 p.p., bastante abaixo do carry-over médio histórico (de cerca de 1 a 1,5 p.p.).

Para janeiro de 2012, a LCA estima que o IBC-Br tenha superado em 2,0% o do mesmo mês de 2011, o que corresponderia a um avanço dessazonalizado de +0,2% sobre dezembro. Como o carry-over do 4º trimestre é bastante elevado (por conta da forte expansão do IBC-Br em novembro e dezembro), um avanço de 0,2% em janeiro seguido por variações dessazonalizadas nulas em fevereiro e março deste ano seria suficiente para fazer com que a variação trimestral do IBC-Br passasse de +0,3% no 4º trimestre de 2011 para +0,9% no 1º trimestre de 2012, feito o ajuste sazonal.

Desse modo, a LCA avalia que o PIB brasileiro, depois de ficar praticamente estagnado durante todo o 2º semestre de 2011, deverá registrar expansão no intervalo de +0,5% a +1,0% no 1º trimestre deste ano. O ajustamento de estoques ainda incompleto em alguns setores, bem como a demanda de investimento ainda titubeante, deverá pesar sobre os dados de atividade neste começo de ano, sobretudo na indústria.

A LCA -Presente no mercado há 16 anos, a LCA é uma das mais respeitadas e atuantes consultorias econômicas do país. Com uma equipe de mais de 70 especialistas em economia, conta com ampla experiência em inteligência de mercados, economia do direito, investimentos e finanças corporativas, análises macroeconômicas e políticas. Além da expressiva atuação nacional, hoje a LCA atende clientes internacionais e já exportou sua tecnologia e produtos para mais de dez países da Europa, Américas e Ásia.

Entre os clientes da LCA estão empresas líderes de bens de consumo e de produção, players de destaque nos serviços e no varejo, os principais escritórios de advocacia, bancos, instituições financeiras e grandes investidores em infraestrutura.


http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=192163
Eduardo Campos disse…
Continuação 1 :



Projeções 2012

A projeção do ministro para o resultado do PIB de 2011 é de aproximadamente 3% mas afirmou, para este ano, que "o importante é que esse PIB [de 3%] já está ficando para trás, nós estamos caminhando para um PIB maior em 2012".

Para ele fatores como a queda da inflação, que da a possibilidade ao Banco Central ter uma política monetária mais flexível, um possível aumento do crédito e investimentos fortes para 2012 devem ajudar a dinamizar a economia e terminar 2012 com um PIB entre 4,5% e 5%. O representante do governo estima que haverá "uma trajetória de aceleração da economia um pouco mais moderada no primeiro semestre e uma boa acelerada no segundo semestre", deste ano.

O professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais do Rio de Janeiro (IBMEC-RJ), Nelson de Sousa , afirma que "o ministro está no papel dele de passar um otimismo, mas os cenários não estão favoráveis". O especialista acredita que fatores como "muitas dificuldades nas exportações, economia do mundo intero mais travada e dívida interna muito grande" contribuem para que os dados não sejam tão otimistas como o esperado pelo governo. Para ele se o PIB de 2012 "ficar um pouco acima do que [o dado] desse ano, já será positivo".

Na opinião de Gonella, há a possibilidade de manutenção das taxas de crescimento do PIB e devemos ter esse crescimento entre 3% e 3,5% em 2012 já que o Brasil vive uma situação de equilíbrio macroeconômico. O especialista questiona "até quando vamos continuar crescendo entre 3% e 3,5%? Enquanto não fizermos reformas vamos caminhar em média nesse ritmo". E acrescenta que da forma que está nunca o País vai passar de emergente para desenvolvido.


http://www.dci.com.br/Economia-cresceu-2_8_-em-2011_-apura-o-Banco-Central-6-411272.html
Eduardo Campos disse…
3 Comentários para “PIB do Brasil pior que Brics e europeus endividados”


Celso D'Costa disse:

7 de dezembro de 2011 às 15:22
Pib brasileiro estagnado preocupa países vizinhos, a wolkswagen esta com mais de 40mil carros encalhados, isto não é porque o povão que acreditou estar na classe média, devido a tanta propaganda mentirosa dos des-governos LuLLa/DiLLma entendeu que não deve comprar um gol a 40 mil reais, enquanto na Argentina custa 19 mil reais, é porque esta na mer…… e não tem dinheiro para prestação em 80 vezes, o churrasquinho na laje também esta ameaçado devido o alto custo da carne e o endividamento da população, as compras de natal então …. a maioria nem pagou a do natal passado. Será que agora o governo da presidANTA DiLLma, acorda e faz algumas das reformas que o país tanto precisa. Ou continuarão diminuindo imposto de geladeira e tv, como se isso fosse muito importante pro país

Celso D'Costa disse:
7 de dezembro de 2011 às 15:25
Corrigindo:

isto é porque o povão que acreditou estar na classe média, devido a tanta propaganda mentirosa dos des-governos LuLLa/DiLLma, e não porque entendeu que não se deve comprar um gol a 40 mil reais, enquanto na Argentina custa 19 mil reais, é porque esta na mer…… e não tem dinheiro para prestação em 80 vezes

Francisco SP disse:
7 de dezembro de 2011 às 19:29
Falou tudo, haja vista tambem, que os salários não acompanharam a inflação real, pois a oficial nem bóde engole, inclusive a desgraça que fizeram com os aposentados do INSS vetando seus aumentos e correções! O Pinóquio aqui no Brasil perderia para a turma do PT e a base aliada descabida!


http://www.alvarodias.blog.br/2011/12/pib-pior-do-que-brics-e-europeus-endividados/
Eduardo Campos disse…
7 de dezembro de 2011 - 10:10

PIB do Brasil pior que Brics e europeus endividados


O desempenho da economia brasileira teve o pior resultado no terceiro trimestre entre o grupo de países emergentes chamado Brics, integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e ainda África do Sul, na comparação com o mesmo período de 2010, segundo o IBGE. Enquanto o PIB do Brasil registrou expansão de 2,1% no período, a China teve alta de 9,1%, a Índia conquistou um aumento de 6,9%, a economia russa alcançou 4,8%, e a performance da África do Sul resultou num crescimento de 3,1%. Na comparação com o segundo trimestre, o Brasil teve crescimento nulo (zero) igual ao de nações europeias mergulhadas na crise da zona do euro, como Espanha e Bélgica. O desempenho brasileiro ficou atrás do da União Europeia, que cresceu 0,2%, e de países como França (0,4%) e Alemanha (0,5%). Na América Latina, o resultado do Brasil ficou distante do México (1,3%) e do Chile (0,6%). Os Estados Unidos, em lenta recuperação, cresceram 0,5%. O ritmo de expansão do PIB brasileiro vem perdendo fôlego em relação ao crescimento dos demais Brics desde o segundo trimestre de 2010. (Postado por Eduardo Mota – assessoria de imprensa)

http://www.alvarodias.blog.br/2011/12/pib-pior-do-que-brics-e-europeus-endividados/