''Chapéu'' de Kassab arranha imagem de Lula dentro do PT

Fracasso das negociações com o PSD do prefeito transforma ex-presidente em alvo de críticas dentro da legenda
A fracassada tentativa de aliança com o PSD para a disputa da Prefeitura de São Paulo arranhou a imagem de "semi-divindade" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no PT. Alguns petistas ainda custam a acreditar que Lula não tenha previsto a possibilidade de o ex-governador José Serra ser candidato, levando Kassab consigo e deixando o PT a ver navios, mas a percepção geral é que o ex-presidente foi enganado.
Segundo petistas, as negociações com o PSD deixaram o PT em um estado de paralisia, geraram fortes reações contrárias na base do partido, neutralizaram o discurso de oposição de Fernando Haddad e jogaram por terra seis meses de trabalho duro da direção municipal para emplacar o ex-ministro sem abalar a unidade partidária.
Para o PT, fiasco das negociações com Kassab jogou partido em situação de pararlisia Foto: AE
De acordo com relatos, nos quase dois meses de negociações Kassab sempre disse que não poderia deixar de apoiar Serra, mas dava garantias de que o tucano não entraria na disputa. “Ele dizia ao Lula que tinha autorização do Serra para levar adiante a negociação”, disse um dirigente.
Lula e alguns petistas com interesse direto na aliança acreditaram piamente no prefeito e passaram a forçar a aliança. Para isso, atropelaram a direção municipal e lideranças históricas, como a senadora Marta Suplicy, ignoraram a base petista e o próprio Haddad, que nunca escondeu o incômodo.
Kassab aproveitou a porta escancarada e ficou à vontade. Começou a falar diretamente com Lula, ganhar afagos públicos da presidenta Dilma Rousseff, negociar alianças em várias cidades importantes e posar de aliado do governo.
O ápice foi o aniversário de 32 anos do PT. A direção nacional do PT tem o hábito protocolar de convidar para a festa todos os presidentes de partidos, inclusive de oposição. Kassab, para surpresa geral, aceitou o convite. Até o último momento a direção petista acreditava em uma participação discreta. Até que um assessor de Kassab perguntou se o prefeito seria um dos oradores.
Kassab ainda perguntou quando poderia sair, pois seria paraninfo em uma formatura na FAAP, em São Paulo. Ficou combinado que o prefeito ficaria até o hino nacional. Foi tempo suficiente para o técnico que operava o sistema de vídeo colocar a imagem do prefeito em tamanho gigante no telão, levando a cúpula petista ao desespero, e o mestre de cerimônias o anunciasse como “companheiro” Kassab, provocando uma enorme vaia. “Só faltou o Kassab cortar o bolo”, resumiu um dirigente.
Cicatrizes
A manobra fracassada de Lula deixou cicatrizes. Dirigentes que se empenharam para emplacar Haddad a pedido do ex-presidente sentiram-se desrespeitados e excluídos. Alguns viram traços de arrogância no comportamento dos prepostos de Lula.
Além disso o PT, que conseguiu a façanha de definir o candidato em novembro, perdeu terreno na disputa por alianças e a aproximação com o PSD gerou um debate interno que ainda está longe de ser debelado.
Apesar de tudo, muitos petistas ainda enxergam no fracasso da manobra de Lula a melhor saída. “Haddad está aliavado”, disse um dirigente. “Embora seja uma criatura do Lula, ele ficava constrangido ao ter que explicar para os amigos uma aliança com Kassab”, completou. Fonte: CenárioMT.

Comentários

Eduardo Campos disse…
MAIS PRUDENTE PARA O BRASIL !!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Brasil vai crescer menos, porém inflação ficará na meta, diz BC

A previsão foi colocada no relatório Focus, do Bacen


14-11-2011 09:31
Os economistas do mercado financeiro baixaram, na semana passada, sua estimativa para o crescimento da economia brasileira neste ano pela sexta semana consecutiva, assim como também reduziram a sua previsão para a inflação deste ano e de 2012, informou nesta segunda-feira (14) o Banco Central, por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. O documento é fruto de pesquisa da autoridade monetária com os economistas dos bancos.





A estimativa dos economistas dos bancos para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2011 caiu de 3,20% para 3,16%. Para 2012, a previsão do mercado de crescimento da economia brasileira permaneceu estável em 3,50%. Os ajustes para baixo na previsão do PIB começaram a acontecer após a piora da crise financeira internacional, com a revisão para baixo da nota dos Estados Unidos pela Standard & Poors.

Recentemente, o BC informou, por meio do relatório de inflação do terceiro trimestre deste ano, que prevê um IPCA de 6,4% para este ano, com 45% de chance de "estourar" o teto de 6,50% do sistema de metas, e uma inflação de cerca de 5% para o próximo ano.


Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Neste momento, a autoridade monetária já está nivelando a taxa de juros para atingir a meta do próximo ano.


Para 2011 e 2012, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC busca trazer a inflação para o centro da meta de 4,5% em 2012.


Taxa de juros e câmbio

Os economistas dos bancos mantiveram, na última semana, a previsão de que a taxa básica de juros da economia brasileira, atualmente em 11,50% ao ano, voltará a recuar no fim de novembro, desta vez para 11% ao ano - patamar no qual fechará 2011. Para o fim de 2012, a previsão do mercado permaneceu recuou de 10,50% para 10% ao ano - o que pressupõe novos cortes no decorrer do próximo ano.

Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2011 permaneceu estável em R$ 1,75 por dólar. Para o fechamento de 2012, a previsão do mercado financeiro para a taxa de câmbio ficou inalterada em R$ 1,75 por dólar.


http://www.meionorte.com/noticias/economia/brasil-vai-crescer-menos-porem-inflacao-ficara-na-meta-diz-bc-149629.html
Eduardo Campos disse…
Economia » Notícias

'Economist': inflação do Brasil é como ''alcoólatra em recuperação''

28 de outubro de 2011 • 08h18 • atualizado 08h37


Os recentes e seguidos cortes na taxa de juros no Brasil podem estar sinalizando uma mudança nas prioridades do governo e a perda de independência do Banco Central, segundo a revista britânica The Economist. Na edição que chegou às bancas nesta sexta-feira, a revista ressalta o papel que o Banco Central vinha tendo no combate à inflação no País, que "em boa parte do século passado era tão importante na vida dos brasileiros como o futebol".



A revista conta que o país conseguiu controlar a inflação a partir do Plano Real em 1994 e quando, em 1999, o Banco Central "ganhou independência operacional para fixar taxas de juros de acordo com a meta da inflação". Mas os recentes cortes na taxa Selic (agora em 12%), que contrariam o curso normalmente adotado pelo banco, de manter as taxas altas para conter a inflação, causaram surpresa e lavaram a revista a questionar se o banco teria perdido sua independência e mudado de meta, trocando o combate à inflação pelo estímulo ao crescimento.



"Estaria o governo da presidente Dilma Rousseff, no poder desde janeiro, dando prioridade a outras metas, como sustentar o crescimento e prevenir a sobrevalorização da moeda, em vez de manter a inflação baixa?", diz a revista. A Economist cita os argumentos do banco justificando o último corte nos juros, de que o salto da inflação é resultado do crescimento acelerado do último ano e da alta das tarifas de ônibus e do etanol.



Menciona também a versão do governo de que a desaceleração da economia mundial e a provável queda no preço das commodities deverá puxar a inflação para baixo, abrindo espaço para a queda nos juros. "Os críticos do governo, porém, argumentam que ao começar a cortar (os juros) tão cedo e de forma tão agressiva, enquanto a inflação ainda está três pontos acima da meta, o banco mina sua credibilidade duramente conquistada. Como resultado, as expectativas de inflação para os anos seguintes têm aumentado".



A revista lembra que outros bancos centrais, como o Fed americano, têm mandato com o objetivo duplo de combater a inflação e também promover o crescimento. "Mas quando o assunto é inflação, o Brasil ainda é como um ''alcoólatra em recuperação'', que depende da ajuda do Banco Central para se manter na linha".

BBC Brasil
Todos os direitos de reprodução e representação reservados.


http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201110281018_BBB_80406106
Eduardo Campos disse…
Corte de gastos é eficaz contra inflação, constata BC


Simulações feitas com modelo matemático indicam que reduzir despesas é mais eficiente para conter a alta dos preços do que aumentar a carga tributária

10 de janeiro de 2012 | 3h 05


ADRIANA FERNANDES / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
O Banco Central constatou que uma política fiscal apertada tem impacto significativo para a queda da inflação e o seu efeito pode ser bem mais forte se a receita adotada pelo governo for a de corte de gastos.


Simulações feitas com base no "Samba", o novo modelo matemático usado pelo Banco Central para prever o comportamento da inflação, mostraram que a redução de gastos públicos é uma política mais eficiente no combate à alta dos preços do que medidas fiscais de aumento da carga tributária.

A inflação acumulada em 12 meses cai de forma mais pronunciada depois de quatro trimestres consecutivos se o desenho de política fiscal for feito, de fato, com um corte nas despesas e não por via de elevação da arrecadação.

A redução de gastos é interpretada pelo "Samba", no exercício feito pelo Banco Central, como um aumento temporário da meta de superávit primário, com reversão gradual. Uma diminuição de gastos de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), no período de quatro trimestres consecutivos, é equivalente a um choque negativo de 5% no consumo governamental (que corresponde a 20% da demanda agregada).

O que o Banco Central verificou foi uma reação inicial e consistente de queda da inflação, que se amplia ao longo dos trimestres. O efeito máximo é atingido em torno de um ano após o início do esforço fiscal.

A inflação cai porque a restrição fiscal provoca uma retração imediata na demanda de bens consumidos pelo governo, com impacto também no mercado de trabalho e na massa salarial.

Com isso, o consumo das famílias também diminui, provocando a queda do PIB. A redução da demanda diminui o custo marginal da produção de bens de consumo e leva a uma inflação menor.

O corte de despesas de 1% reduz o PIB em 0,98%, no acumulado de quatro trimestres, no caso de uma política monetária em que o Banco Central está promovendo mudanças na taxa básica de juros e reagindo ao choque fiscal, como ocorre agora no Brasil.

Se os juros não forem alterados durante o período do choque fiscal, o impacto é maior: 1,19%. O Banco Central não divulgou o tamanho do impacto do corte de gastos na inflação. Mas informou que os resultados são muito parecidos com os obtidos em simulações semelhantes feitas em outros países.

Novo mix. Divulgadas sem alarde num box incluído no último relatório de inflação, as simulações de política fiscal feitas pelos técnicos do BC ganham importância neste momento em que a equipe econômica do governo Dilma Rousseff resolveu dar mais ênfase à política fiscal para abrir caminho para a queda da taxa de juros ao nível de um dígito, o que foi chamado pelo governo de novo "mix" de política econômica.

As simulações quantificam o impacto da política fiscal e trazem mais argumentos contra os que defendem no governo a visão de que o cumprimento da chamada meta cheia de superávit primário das contas públicas não tem tanto peso no controle da inflação no Brasil.

Essa é a primeira vez que o Banco Central faz simulações do impacto fiscal segregando os efeitos de corte de despesas e aumento da tributação.

Segundo o Estado apurou, o Banco Central está construindo dentro do modelo "Samba" um bloco específico para a política fiscal que vai aprimorar os instrumentos de análise das projeções.

"Com corte de gastos, o freio é imediato. O aumento de carga tributária demora até se transformar em redução de gastos no setor privado", disse o professor José Ricardo da Costa e Silva, do Ibmec-DF. "É como a diferença entre uma injeção na veia e uma medicação oral." / COLABOROU LU AIKO OTTA


http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,corte-de-gastos-e-eficaz-contra-inflacao-constata-bc-,820809,0.htm
Eduardo Campos disse…
Economia » Notícias

Mantega confirma corte de gastos por superávit primário em 2012

23 de janeiro de 2012 • 21h23 • atualizado 21h44

O ministro garantiu que não haverá cortes de verbas de investimento


Diogo Alcântara
Direto de Brasília

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou nesta segunda-feira e expectativa de corte no Orçamento Geral da União de 2012. O ministro, no entanto, não quis fazer projeção de corte e disse que os rumores de R$ 70 bilhões de contingenciamento devem ser desconsiderados. Mantega disse que a conta deve fechar no fim do ano e o governo vai buscar o superávit primário de R$ 140 bilhões no ano. O ministro garantiu que não haverá cortes de verbas de investimento.


"O contingenciamento vai ser suficiente para cumprir meta fiscal. Os valores não estão definidos, porque orçamento está entrando no sistema agora", disse o ministro que completou que "tudo isso vai ser mantido com política fiscal sólida e responsável".




Para manter os investimentos em dia, o governo terá de cortar mais gastos. "Os ministérios vão ter de continuar na disciplina de controlar gastos de custeio", disse.




Num cenário com previsão de crescimento mundial de 3%, o ministro da Fazenda estima que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2012 seja de 4,5%. As forças propulsoras para o bom desempenho seria a maior distribuição de renda, aumento do poder de compra dos brasileiros que têm ascendido socialmente. "A classe E está em extinção", comemorou o ministro.




Apesar do otimismo, Mantega diz ter consciência de que um baixo crescimento mundial, aumentará a oferta de manufaturados no comércio exterior. "A economia mundial talvez encolha ou cresça menos e os mercados serão mais disputados. Nossa manufatura tem perdido terreno principalmente para a asiática", ponderou o ministro.





O objetivo do governo é que os investimentos respondam por até 24% dos PIB em 2014.


http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201201232323_TRR_80760421
Eduardo Campos disse…
13/01/2012 às 00h00

De olho no BC, governo avalia corte de gastos

Por Claudia Safatle | De Brasília


Março, na visão do Palácio do Planalto, será um mês decisivo para a estratégia de redução da taxa básica de juros (Selic). A primeira reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana que vem, deve trazer mais um corte de 0,5 ponto percentual nos juros, que cairiam para 10,5% ao ano. Isso, no entendimento de assessores da presidente Dilma Rousseff, "está dado". O próximo encontro do comitê será nos dias 6 e 7 de março e nessa ocasião, avaliam essas fontes, o Banco Central deverá indicar se os juros em 2012 poderão cair mais, para o patamar de um dígito, ou não.


http://www.valor.com.br/brasil/1192532/de-olho-no-bc-governo-avalia-corte-de-gastos
Eduardo Campos disse…
HOJE EU SONHEI COM AS ATRIZES "FERNANDA PAES LEME" E DÉBORA SECCO" JUNTAS COMIGO AO MESMO TEMPO NO MESMO SONHO !!!!!!!!!!!!!!!

EU SONHEI COM AS ATRIZES "FERNANDA PAES LEME" E "DÉBORA SECCO" JUNTAS COMIGO AO MESMO TEMPO NO MESMO SONHO !!!!!!!!!!!!!!!!!!

E PORQUE EU NÃO ASSISTO NOVELAS, NÃO VEJO O DIA-DIA DOS ARTISTAS !!!!!!!!!!!!!!!!!
Eduardo Campos disse…
Emergentes - Artigo publicado em 21 de Fevereiro de 2012 -

Atualizado em 21 de Fevereiro de 2012

África do Sul em defasagem nos BRICS, analisa Le Monde

Vista geral do centro de Joanesburgo, um dos principais centros urbanos da África do Sul, em foto de dezembro de 2009.

Daniela Leiras

Em abril, fará um ano que a África do Sul entrou para o grupo dos países emergentes, formando o BRICS. No entanto, ao contrário de Brasil, Rússia, Índia e China, o quinto país vem registrando pálidos resultados econômicos, com um ritmo de crescimento médio nos últimos cinco anos de apenas 2,7% ao ano, afirma o jornal francês Le Monde.
A edição do Le Monde que chegou às bancas nesta terça-feira apresenta uma análise da atual dinâmica econômica e social da África do Sul, às vésperas da apresentação do orçamento anual do país pelo ministro das Finanças Pravin Gordhan. O correspondente do jornal em Joanesburgo, Sébastien Hervieu, começa a reportagem lembrando que a África do Sul virou uma potência econômica com a ajuda do setor de mineração - é o primeiro produtor de platina e quarto de ouro -, mas a atividade sofreu um recuo no ano passado.

A crise europeia contribuiu para a desaceleração econômica do país, segundo o jornal, pois um terço das exportações sul-africanas são dirigidas ao continente europeu. Este mês, um importante economista do Standard Bank alertou para o que chamou de "um período de estagflação light", se referindo a um crescimento fraco e taxas de inflação e desemprego elevadas.

"Frequentemente criticado pela sua falta de visão e sua ineficiência, o presidente Jacob Zuma espera que sua política de investimento vai criar um choque positivo, mas existe um acúmulo de deficiência tanto no setor público quanto no privado", afirma Le Monde.

Desemprego

O primo pobre dos BRICS registrou um índice de desemprego de 23,9% no fim de 2011, chegando a 35,4% se forem contabilizadas as pessoas que desistiram de procurar trabalho. Um dos problemas citados pelo jornal é a falta de mão-de-obra qualificada - há 800 mil ofertas de emprego ainda em aberto para engenheiros e diretores.

Além do desemprego, Le Monde lista outros pontos fracos da África do Sul: corrupção, alto nível de criminalidade apesar de uma pequena melhora, riscos de apagão no sistema elétrico e elevada taxa de incidência da Aids. "O sucesso da Copa do Mundo de futebol em 2010 ajudou a melhorar a imagem do país diante de investidores, mas todos estes problemas continuam preocupando", diz o jornalista.


http://www.portugues.rfi.fr/economia/20120221-africa-do-sul-em-defasagem-nos-brics-analisa-le-monde
Eduardo Campos disse…
França/Eleição presidencial - Artigo publicado em 16 de
Fevereiro de 2012 - Atualizado em 16 de Fevereiro de 2012

Dívida francesa 'explodiu' durante o mandato de Sarkozy

Nicolas Sarkozy, agora candidato à reeleição, durante visita nesta quinta-feira a Annecy, nos Alpes franceses.


REUTERS/Philippe Wojazer

O mandato do presidente Nicolas Sarkozy ficará marcado pela explosão da dívida pública, que aumentou 21,4 pontos do Produto Interno Bruto (PIB) de 2006 até o final de 2011. Na avaliação de economistas, a crise financeira é a maior responsável pelo agravamento do rombo atual, mas Sarkozy também é criticado pelo afrouxamento da gestão dos gastos públicos.

O crescimento da dívida francesa foi quase idêntico ao da dívida global da zona do euro no período analisado pelo Observatório Francês de Conjunturas Econômicas (OFCE). A França se sai melhor do que os Estados Unidos, que viram sua dívida dar um salto de 29 pontos do PIB, e do que a Grã-Bretanha, um dos piores alunos do bloco europeu, com um crescimento de dívida da ordem de 40,6% do PIB nos últimos cinco anos.

Economistas franceses respeitados dizem que Sarkozy não é o único culpado da derrapagem, uma vez que os impactos da crise financeira internacional foram violentos na zona do euro. A França, porém, não estaria na situação atual, com uma dívida projetada de 89,1% do PIB em 2012, se o governo tivesse conciliado políticas de crescimento e cortes nos gastos públicos, avaliam esses mesmos economistas.

De 2006 a 2011, a dívida francesa aumentou 620 bilhões de euros. Tirando os juros do serviço da dívida e despesas decorrentes da crise econômica, a OFCE estima que o governo Sarkozy apimentou o valor da nota em 35 bilhões de euros.

O erro estratégico de Sarkozy foi não adotar, desde o início de seu mandato, uma política de redução drástica do déficit público. Seu maior erro de avaliação da conjuntura foi reduzir os impostos em vez de reforçar a arrecadação fiscal, o que lhe rende hoje o estigma de "presidente dos ricos".

Em seu último relatório, o Tribunal de Contas francês condena as políticas governamentais dos últimos 30 anos, que "acumularam ano a ano" os déficits orçamentários até tornar "a dívida um problema estrutural". O tribunal condenou os sucessivos cortes de impostos.

O economista Christian Saint-Etienne, da Universidade Paris Dauphine, diz que o mais preocupante são "os déficits exteriores" acumulados pela França, com um déficit comercial (diferença do saldo de importações e exportações) abissal e o "enorme volume da dívida pública francesa em posse de estrangeiros", cerca de 60% do volume total, segundo o economista.


http://www.portugues.rfi.fr/geral/20120216-divida-francesa-explodiu-durante-o-mandato-de-sarkozy
Eduardo Campos disse…
Continuação 1 :

Favoritos têm abordagens diferentes de combate à crise

No programa de 60 propostas lançado pelo socialista François Hollande, favorito nas pesquisas, o candidato da oposição diz que vai combater o déficit público cobrando impostos dos mais ricos e de grandes empresas que se beneficiam, sem precisar, de exonerações fiscais.

Hollande promete privilegiar políticas de incentivo às pequenas e médias empresas, que se tornariam em seu governo as principais fontes de novos postos de trabalho na França. O socialista preocupa alguns economistas quando afirma que vai rever a reforma das aposentadorias e a regra de equilíbrio orçamentário aprovadas por Sarkozy e consideradas medidas oportunas para reduzir o déficit público.

Sarkozy adota em seu programa econômico medidas fiscais compensatórias. Se reeleito, ele quer aumentar o imposto sobre produtos e serviços (TVA) de 1,6%, mantendo a taxa inalterada para alimentos, remédios e outros produtos de primeira necessidade. Em outubro, a TVA atual de 19,6% passaria para 21,2%.

O presidente também propõe um aumento do imposto cobrado nas aplicações financeiras, que subiria para 10,2%. Essa receita suplementar financiaria os 13 bilhões de euros de contribuições sociais obrigatórias que o Estado deixará de cobrar dos salários, para estimular a criação de empregos.


http://www.portugues.rfi.fr/geral/20120216-divida-francesa-explodiu-durante-o-mandato-de-sarkozy