Melhor nome do PT para disputar as eleições em Fortaleza? @ptceara @ptfortaleza

Até o dia 15 de janeiro, o Partido dos Trabalhadores de Fortaleza vai decidir quem será o seu candidato para disputar a eleição municipal de 2012. Com a desistência do vereador Acrísio Sena para apoiar Waldemir Catanho, o quadro dos possíveis pré-candidatos: ARTUR BRUNO(Deputado Federal), CAMILO SANTANA(Secretário Estadual), CATANHO(Articulador Político da Prefeitura de Fortaleza) ELMANO DE FREITAS(Secreário de Educação de Fortaleza) e GUILHERME SAMPAIO(Vereador de Fortaleza). Participe da NOVA ENQUETE.
Acesse o BLOG DA DILMA: http://dilma13.blogspot.com/

Comentários

Eduardo Campos disse…
VEM AÍ ESPECIAL BRICs( BRASIL, RÚSSIA, ÍNDIA, CHINA) DA BBC BRASIL.

EM 2020 OS PAÍSES BRICs VÃO DOMINAR O MUNDO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

AGUARDEM !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

EM 2020 OS PAÍSES BRICs SERÃO AS MAIORES ECONOMIAS DO MUNDO, OS PAÍSES MAIS RICOS DO MUNDO !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

EM 2020 !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

ESPECIAL BRICs( BRASIL, RÚSSIA, ÍNDIA, CHINA) DA BBC BRASIL !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

EM 2020 OS PAÍSES BRICs SERÃO SUPERPOTÊNCIAS ECONÔMICAS E POLÍTICAS DO MUNDO !!!!!!!!!!!!!!!!
Eduardo Campos disse…
ESPECIAL BRICs( BRASIL, RÚSSIA, ÍNDIA, CHINA) 2020 DA BBC BRASIL AGUARDEM !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

EM 2020 OS PAÍSES BRICs SERÃO SUPERPOTÊNCIAS ECONÔMICAS E POLÍTICAS !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

ESPECIAL BRICs 2020 DA BBC BRASIL !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

AGUARDEM !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Eduardo Campos disse…
Brasil será o menor do Bric em 2020

30 de dezembro de 2011 • 17h09 • atualizado 17h53


O Brasil terá a menor economia entre os países que compõem o Bric (grupo formado por Rússia, Índia, China e o Brasil) em 2020, segundo relatório divulgado pelo Centro de Economia e Pesquisa de Negócios (CEBR, em inglês). De acordo com as projeções, o País terá Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 4,262 trilhões, enquanto que a economia da Índia será de US$ 4,501 trilhões. Já Rússia e China terão PIBs de US$ 4,584 trilhões e US$ 17,888 trilhões, respectivamente.





Atualmente, segundo dados do relatório, o Brasil, em sexto, está acima de Rússia e Índia, que ocupam a nona e décima colocação, com economias de US$ 1,885 trilhão e US$ 1,843 trilhão, respectivamente. Apenas a China, entre as nações do Bric, conta com PIB superior ao brasileiro. O movimento projetado até 2020 prevê que países tradicionalmente com economias fortes, como Alemanha e França, caiam no ranking, dando lugar aos atuais emergentes Índia e Rússia. O país alemão ocuparia a sétima colocação, enquanto que a França, a nona.





Este centro foi mesmo que, nesta semana, colocou o Brasil em sexto no ranking das maiores economias do mundo, ultrapassando o Reino Unido. A crise bancária de 2008 e a consequente recessão foram os pivôs da queda britânica, que pela primeira vez é ultrapassada por um país sul-americano. O topo da lista é ocupado pelos Estados Unidos, seguidos por China, Japão, Alemanha e França.



Confira a lista das maiores economias em 2020:
1 - Estados Unidos - US$ 21,278 trilhões
2 - China - US$ 17,888 trilhões
3 - Japão - US$ 7,630 trilhões
4 - Rússia - US$ 4,584 trilhões
5 - Índia - US$ 4,501 trilhões
6 - Brasil - US$ 4,262 trilhões


http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201112301909_TRR_80666517
Eduardo Campos disse…
Jim O"Neill: 'Brasil pode se tornar desenvolvido em 20 anos'

O Estado de S. Paulo - 27/11/2011



Para economista criador dos Brics, Brasil, Rússia, Índia e China não podem mais ser considerados países emergentes

DANIELA MILANESE , CORRESPONDENTE / LONDRES - O Estado de S.Paulo

Antes do fim desta década, um representante dos Brics ocupará a chefia do Fundo Monetário Internacional. Até 2020, o yuan e o real passarão a compor o Direito Especial de Saques (SDR, na sigla em inglês), "moeda" do FMI, ao lado do dólar, euro, iene e libra. O Brasil tem as maiores chances de se tornar um país desenvolvido, o que pode ocorrer em 20 anos.

Jim O"Neill continua sonhando com o futuro dos Brics. A história da criação do conceito, a evolução dos países e suas perspectivas estão no livro The Growth Map: Economic opportunity in the Brics and Beyond (O Mapa do crescimento: as oportunidades econômicas nos Brics e além), que terá lançamento global em 5 de dezembro e deverá ter versão em português em 2012.

Em entrevista exclusiva à Agência Estado, em Londres, ele mantém o tom sempre otimista e contemporizador. Admite que a grave crise da zona do euro afetará os Brics, mas acha que a China, longe de ser uma bolha prestes a estourar, tem capacidade de contrabalançar os problemas do velho continente.

Para ele, os Brics não têm coerência como grupo político, por serem países muitos diferentes. Porém, precisam fazer parte da governança global. O"Neill prevê que eles se tornarão parte de um novo grupo, um G-9, menor e mais efetivo do que o G-20, a ser formado também por Estados Unidos, Japão, zona do euro, Reino Unido e Canadá.

Fanático por futebol e torcedor do Manchester United, ele diz que estará no Brasil para a Copa de 2014 - afinal, esteve em todos os quatro últimos mundiais. A seguir, os principais trechos da entrevista:

O sr., em algum momento, imaginou que o conceito dos Brics se tornaria tão famoso?

Eu nunca imaginei, isso mudou minha vida profissional. É extraordinário.

Se pudesse voltar no tempo, teria feito alguma escolha diferente?


http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/11/27/jim-o-neill-brasil-pode-se-tornar-desenvolvido-em-20-anos/
Eduardo Campos disse…
Continuação 1 :

Nos três primeiros anos, eu pensei sobre o México. Mas, quando olho para trás, não me arrependo. Na época, a escolha do Brasil foi a mais controversa.

A inclusão do Brasil foi sua maior aposta. Arriscado, não?

(Risos) Foi muito arriscado. Pessoas no Brasil dizem isso ainda hoje. Mas, como eu já estava no mercado há muitos anos, eu sabia da importância das metas de inflação. Isso foi o que realmente me influenciou.

No livro, o sr. menciona a resistência do seu colega do Goldman Sachs, Paulo Leme. Ele foi contra a inclusão do Brasil?

Ele ficou surpreso, não estava muito disposto. Mas, depois, ele deu muito apoio.

O sr. diz que a maior conquista do Brasil foi o controle da inflação. Algumas pessoas acreditam que o BC acaba de abandonar as metas de inflação. Como avalia?

Não acho que tenha abandonado. Mas não está tão independente como já foi. Talvez tenha apenas sido muito astuto quando olhou os problemas externos três meses atrás.

O sr. está preocupado com o controle da inflação no Brasil?

Não muito. Existe outro fator importante aqui: o Brasil tem o desafio da doença holandesa neste momento. O real subiu tão fortemente que as autoridades brasileiras precisam fazer algo. De certa forma, eu até admiro o fato de o Banco Central tomar certos riscos. Mas, eles precisam ter cuidados, é claro.

O sr. fala sobre o risco que a apreciação cambial traz ao País. Estamos vendo muita pressão no câmbio nos últimos dias com a crise europeia. Seria essa a reversão desordenada que o sr. teme?

A situação na Europa se tornou muito problemática nas últimas semanas, especialmente em relação à Europa. As autoridades europeias precisam ser mais decisivas, pois o mercado está muito nervoso. Falta confiança sobre as decisões políticas na Europa.

Essa turbulência pode afetar fortemente o real?

Já está afetando. A situação é muito frágil. Para ser honesto, muito vai depender da China. Se a China mostrar mais liderança, se a inflação lá cair e eles cortarem os juros e permitirem mais valorização da moeda, será muito importante para contrabalançar a crise na Europa.

Mas os Brics serão afetados pela crise europeia?

Claro, já estamos vendo isso. A zona do euro é um grande mercado. Isso afeta todo mundo, inclusive os Brics. Mas, deixe-me enfatizar: nos próximos 12 meses, o crescimento do PIB dos Brics será provavelmente igual a uma nova Itália. Precisamos manter essas coisas em perspectiva. É claro que a crise europeia pode afetar os Brics. Mas os Brics podem contrabalançar.

O sr. acredita que o Brasil entrará em recessão técnica?

Os dados mais recentes apontam que o PIB poderá se contrair no quarto trimestre. Mas acho que será temporário. Não tenho certeza de que o País entrará em recessão técnica.

Qual a taxa de crescimento que o sr. projeta para o Brasil nos próximos anos?

A tendência está entre 4% e 5%.

O sr. diz que os Brics não podem mais ser chamados de mercados emergentes. Qual é a perspectiva para que se tornem países desenvolvidos?

Acho que o Brasil tem, provavelmente, a maior chance. Até o fim desta década, a renda per capita terá dobrado. A economia está hoje perto de US$ 2 trilhões e o PIB per capita, próximo de US$ 15 mil. Talvez até o fim desta década seja de US$ 30 mil. Em 20 anos, o Brasil pode se tornar um país desenvolvido.

O que ainda precisa ser feito no Brasil?

Mais investimentos do setor privado e inovação.

Por que devemos acreditar que a China não é uma bolha, como o sr. argumenta? Há muita preocupação sobre a qualidade dos empréstimos, as dívidas locais e os preços das moradias.

Essa é uma visão muito popular. As pessoas precisam entender que os preços das casas na China estão caindo porque as autoridades estão tentando conter a alta. Não é um boom típico do Ocidente. É claro que não é o estouro de uma bolha, é o governo tentando conter.


http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/11/27/jim-o-neill-brasil-pode-se-tornar-desenvolvido-em-20-anos/
Eduardo Campos disse…
Atualizado em  30 de março, 2009 - 05:03 (Brasília) 08:03 GMT

Década de 2020 deve consolidar poder dos BRICs
Silvia Salek *

Da BBC Brasil em Londres


Crescimento acelerado pode fazer dos BRIC potências econômicas e políticas

Os anos 20 deste século podem marcar a consolidação do fortalecimento de países emergentes como potências econômicas e políticas, em um mundo cada vez mais multipolar. Segundo acadêmicos e instituições de pesquisa, os chamados BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) serão peças-chave dessa nova ordem.

Para investigar que desafios cada país do BRIC terá pela frente, no caminho para se tornar uma potência em 2020, a BBC Brasil produziu uma série especial que começa a ser publicada nesta segunda-feira, reunido reportagens multimídia de nossos repórteres no Brasil e enviados especiais a Rússia, Índia e China.

Em 2020, com 3,14 bilhões de habitantes (40% da população mundial naquele ano, segundo projeções da ONU), eles devem chegar mais perto das economias do G-7, após terem crescido a taxas muito superiores às de nações ricas.

O National Intelligence Council, entidade do governo americano ligada a agências de inteligência, prevê que já em 2025 todo o sistema internacional - como foi construído após a Segunda Guerra Mundial - terá sido totalmente transformado.

"Novos atores - Brasil, Rússia, Índia e China - não apenas terão um assento à mesa da comunidade internacional, mas também trarão novos interesses e regras do jogo", afirma a instituição

"Muito provavelmente, por volta de 2020 vamos nos dar conta de que existe um equilíbrio muito maior no mundo em termos econômicos e políticos com o fortalecimento de países emergentes como China, Índia, Brasil e Rússia. Com um maior poder econômico, virá também um maior poder político e uma participação ativa desses países em organismos internacionais", disse à BBC Brasil Stepháne Garelli, professor da Universidade de Lausanne, na Suíça, e autor de um estudo que traça cenários para 2050.

Conceito complexo

O conceito de sistema multipolar é complexo e, ainda que boa parte dos analistas concorde que o mundo caminha para isso, o tempo que levará para que a China tenha voz no Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil tenha um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU ou o Banco Mundial seja dirigido por um russo ou indiano variam muito.

Mas a discussão já não se limita mais ao meio acadêmico. Diferentes aspectos do que pode vir a ser um mundo multilateral (ou multipolar) já começam a aparecer em discursos de autoridades que estão no centro do processo de tomada de decisões internacionais.

Um exemplo recente vem de Gordon Brown, o primeiro-ministro britânico, que, às vésperas do encontro do G-20, em Londres, declarou no Brasil que "o tempo em que poucas pessoas mandavam na economia acabou".

Também às vésperas do encontro, o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, disse em entrevista a uma TV francesa que "soluções globais supõem que a governança de instituições como o FMI seja mais legítima, mais democrática, com espaço para os países emergentes e pobres".


http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_bricsabertura_ss.shtml
Eduardo Campos disse…
Continuação 1 :

Reunião do G-20

A reunião do G-20, grupo que une países emergentes aos países-membros do G-8, pode ser vista como um sinal dessas mudanças. A voz dos emergentes no cenário de crise ganha especial relevância.

Segundo boa parte dos analistas ouvidos pela BBC Brasil, eles não apenas serão menos afetados do que os países desenvolvidos pela crise, como também podem se recuperar mais rapidamente.

Essa possível recuperação mais rápida se baseia em alguns pilares que serão também propulsores do crescimento de longo prazo.

"A situação das economias desses países é muito diferente. Mas, de maneira geral, os BRIC estão mais bem posicionados para a recuperação do que muitas outras economias", disse Markus Jaeger, responsável por análises de longo prazo no Deutsche Bank.

Para Alfredo Coutinho, analista mexicano da agência Moody's nos Estados Unidos, a crise revela ainda a vulnerabilidade das economias desenvolvidas e deixa clara a necessidade de equilíbrio na economia global.

"É uma oportunidade para as economias emergentes, que devem liderar a recuperação", disse Coutinho.

Crise

Em entrevista à BBC Brasil, Jim O'Neill, economista-chefe do Goldman & Sachs, que criou a sigla BRIC em 2001, prevê que a crise até mesmo acelere a escalada dos emergentes, e diz que já em 2020 a economia desses quatro países encoste nas dos países do G-7, o grupo das atuais nações mais ricas do mundo.

Não faltam céticos em relação à projeção de O'Neill. John Bowler, diretor do Serviço de Risco por País (CRS na sigla em inglês) da Economist Intelligence Unit é um deles.

"Acho que esse processo será mais demorado. Há uma série de obstáculos à confirmação dessas projeções tanto no campo econômico quanto político", disse Bowler.

Apesar das ressalvas feitas por muitos dos ouvidos pela BBC Brasil, o "otimismo" de O'Neill não é isolado.

Um relatório da consultoria Ernst&Young, Global Megatrends 2009, por exemplo, afirma que "a fome de crescimento, junto com a rápida industrialização das economias e populações em expansão, põe os emergentes no caminho da recuperação mais rapidamente, e os países do BRIC são claramente os atores principais".

Essa fome de crescimento vem, em parte, da nova classe média que tem revolucionado o consumo nesses países. Segundo o Banco Mundial, 400 milhões de pessoas se encaixavam nessa categoria em 2005 nos países em desenvolvimento. Em 2030, deverão ser 1,2 bilhão de pessoas.

"A classe média, principalmente dos países do BRIC, será o novo motor da economia mundial", prevê Stepháne Garelli, da Universidade de Lausane e diretor do índice de competitividade, publicado pelo Institute of Management Development, que avalia 61 países em 312 critérios.

"É uma classe média ávida por comprar seu primeiro carro, seu primeiro celular de última geração. Não é conservadora como a classe média do atual mundo rico. Ela quer 'comprar felicidade'", acrescentou.


http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_bricsabertura_ss.shtml
Eduardo Campos disse…
Atualizado em 30 de março, 2009 - 06:42 (Brasília) 09:42 GMT


Crise econômica pode acelerar ascensão dos BRICs
Rogerio Wassermann

Da BBC Brasil em Londres


Para O'Neill, BRIC terão a grande massa do consumo mundial até 2020

A crise econômica global não impedirá que os países do grupo dos BRIC estejam entre as maiores economias do mundo, segundo afirma o próprio autor do conceito dos BRICs, Jim O'Neill, economista-chefe do banco de investimentos Goldman Sachs.

Para ele, a crise pode até mesmo acelerar as mudanças na economia global que garantirão a Brasil, Rússia, Índia e China ocupar um lugar de destaque entre as potências mundiais já em 2020.

Em entrevista exclusiva à BBC Brasil, O'Neill afirma que em 2020 a China, por exemplo, poderá estar próxima de disputar com os Estados Unidos o posto de maior economia do mundo. Segundo ele, os demais países dos BRIC s poderão ter economias de tamanho equivalente à de países como Alemanha, França ou Reino Unido.

Para O'Neill, até 2020 a grande massa de consumo do mundo estará nas economias dos BRICs.

O'Neill afirma ainda que as previsões que fez em 2001 sobre o crescimento da economia dos países do grupo eram conservadoras e por isso não são afetadas por um eventual período de baixo crescimento, como o atual:

"Nós assumimos que os países BRICs teriam ciclos econômicos, e isso é o que acontece agora. Então, nossa projeção de longo prazo não é afetada de nenhuma maneira", diz.

Leia abaixo a íntegra da entrevista que O'Neill concedeu à BBC Brasil em Londres:


BBC Brasil: Como a crise global está afetando os BRICs?

Jim O'Neill: A crise é tão grave que está afetando negativamente todo mundo, incluindo os BRICs. Mas entre os BRICs temos que olhar especificamente para cada um, porque os aspectos da crise são diferentes.

Para resumir de maneira simples, quase sem dúvida a Rússia vai sofrer mais, e o Brasil em seguida, por serem produtores de commodities. A China parece estar lidando melhor com a crise, apesar do fato de ser um grande exportador. E a Índia está um pouco atrás. Então, a China parece estar na situação menos grave e a Rússia na mais grave.

BBC Brasil: A crise altera em algo sua previsão inicial de que os quatro países devem se tornar até 2050 economias-chave e juntos ultrapassarem em tamanho o atual G-7?

O'Neill: De maneira nenhuma. Acho interessante que me perguntem tanto sobre isso. Se você olhar com cuidado para as projeções que usamos em 2003 e depois para as atualizações que fizemos depois disso, verão que elas eram muito conservadoras.

Por exemplo, partimos da premissa que no longo prazo a China cresceria 5,8%, e até essa crise a China vinha crescendo o dobro disso. Mesmo com a crise, o consenso sobre o crescimento da China para este ano é de 7%.

Nós estimamos que os países BRICs teriam ciclos econômicos, e isso é o que acontece agora. Então, nossa projeção de longo prazo não é afetada de nenhuma maneira.

Na verdade, creio que se a China já estiver mesmo começando a se recuperar do impacto da crise, pode ser que a crise acelere a velocidade da mudança na economia mundial.

BBC Brasil: Como o senhor vê os BRICs em 2020?


http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_entrevista_jimoneill_rw.shtml
Eduardo Campos disse…
Continuação 1 :

O'Neill: A China já ultrapassou a Alemanha e se tornou a terceira maior economia do mundo, curiosamente no momento exato em que havíamos previsto que isso aconteceria. A grande questão é se na próxima década (a China) vai ultrapassar o Japão e o quão perto vai estar dos Estados Unidos, em 2020. Poderá estar bem perto.

A grande questão para os outros três países será o quanto estarão perto, em 2020, das principais economias européias. Acho que é bem possível que estejam próximos.

Cada um tem algo em seu favor.

A Índia tem essa enorme vantagem demográfica. O Brasil, como tem sido demonstrado por esta crise, conta com uma estrutura macroeconômica que fornece uma ótima base em termos de política econômica. A Rússia é a que parece mais vulnerável, devido à sua excessiva dependência de energia e à ausência de mudanças, ou de qualquer prova de mudanças internas.

Acho que para 2020, a questão para os três países é saber se o tamanho de suas economias vai estar próximo das de Alemanha, França ou Reino Unido. E para a China se estará próxima dos EUA.

BBC Brasil: Estes países precisarão de reformas para chegar a 2020 nessas condições ou podem continuar com seus atuais modelos de desenvolvimento?

O'Neill: Acho que isso precisa ser analisado individualmente.

Acho que o Brasil é possivelmente o que está mais bem posicionado, em termos de mudanças necessárias para cumprir as previsões que fizemos para 2050, ou para o que eu disse sobre 2020. O Brasil tem em muitos sentidos mais atributos de um país desenvolvido em termos de suas políticas e de sua sociedade. Provavelmente o que tem de fazer é tirar o governo do caminho e deixar o setor privado fazer mais.

A Índia precisa parar de pensar que simplesmente merece ser um grande país só porque tem uma população grande, ou porque alguém como eu sonhou com esta sigla BRICs. A Índia precisa continuar com as mudanças, melhorar a eficiência de seu governo, tanto nos Estados quando no nível federal. E quanto mais tempo levar para isso acontecer, mais difícil será para conseguir cumprir as projeções.

A China tem a questão do regime de partido único, mas curiosamente, eu diria, de maneira provocativa, que a emergência desta crise mostrou que (o regime de partido único) parece permitir à China lidar com muitos dessas questões complexas de maneira mais fácil do que muitas democracias. Acho que em algum ponto no futuro a China terá que mudar, mas não estou seguro de que o sistema chinês imponha qualquer limitação no que se refere à economia.

E, finalmente, a Rússia terá que mudar. Esta crise demonstrou que a Rússia é de longe muito dependente de um grande produto, que é o petróleo. A Rússia precisa se afastar disso.


http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_entrevista_jimoneill_rw.shtml
Eduardo Campos disse…
Continuação 2 :

BBC Brasil: O senhor afirmou que a China precisa resolver a questão do regime de partido único. O senhor acredita que exista uma relação entre os sistemas políticos desses quatro países e sua capacidade de crescimento?

O'Neill: Desde o início eu disse que era muito duvidosa a idéia de que a China não poderia atingir nossas previsões sem mudar radicalmente seu sistema político. Se você observar, na metade de 2009, sete anos após eu ter criado o termo BRICs, verá que a China tem conseguido lidar muito bem com muitos choques que a acometeram.

Então, apesar de muitos de nós no Ocidente não gostarem do sistema político da China, não está claro para mim que a população chinesa não esteja feliz com ele. É uma coisa muito polêmica de se dizer, mas os chineses parecem capazes de manter esse sistema e manter um caminho de desenvolvimento com o qual a maioria parece estar satisfeita.

Estou seguro de que isso não vai ser assim para sempre, mas se considerarmos 2020, é perigoso esperar que aconteçam grandes mudanças, ou que exista necessidade de grandes mudanças.

BBC Brasil: O senhor acha que a democracia está atrasando o desenvolvimento do Brasil ou da Índia?

O'Neill: Se você comparar o modelo da China ao da Índia e observar que a China tem crescido nos últimos 20 anos mais do que a Índia, apesar de a demografia da Índia ser muito mais favorável, verá claramente que há algo na China mais bem sucedido do que na Índia.

Apesar de a democracia indiana ser uma coisa maravilhosa, que todos amamos e da qual os indianos têm tanto orgulho, suspeito que ela não funcione muito bem em termos de mudanças de política econômica. A Índia precisa manter sua democracia, mas também precisa encontrar uma maneira para fazer com que ela funcione de forma mais eficiente. É quase como se em determinados momentos a democracia indiana sufocasse a Índia.

Eu comumente brinco com autoridades indianas sobre esta eleição que está a caminho. Digo que enquanto eles estiveram esperando a vinda dessa eleição, ao longo de um ano ou mais, a China efetivamente produziu o equivalente a meia Índia.

Então, a menos que eles consigam sair desta eleição com um sistema de governo mais eficiente, vai haver cada vez mais sinais de que a democracia indiana é de fato boa demais, porque efetivamente impede a tomada de decisões.

Não acho que poderíamos dizer o mesmo sobre o Brasil, mas se olharmos a China e a Índia, há contrastes muito interessantes sobre sua forma de governo e sobre sua capacidade de crescer.


BBC Brasil: Os países do BRIC podem ser o motor da recuperação e do crescimento da economia mundial no futuro próximo?

O'Neill: Acho que se olharmos o que vem acontecendo nos últimos seis meses veremos que há uma grande desaceleração em todo lugar. Mas se olharmos as contribuições para o consumo global, veremos que os BRICs foram as únicas economias significativas que fizeram uma contribuição positiva.

Meu grupo tem analisado dados que mostram que o chamado descolamento entre os Estados Unidos e as economias dos BRIC está ocorrendo. O consumo nos Estados Unidos ficou negativo, muito negativo, mas ainda há crescimento no consumo na maioria dos BRICs.

De acordo com dados de fevereiro, o consumo na China, a economia mais importante do grupo, está crescendo em termos reais em 15,5% ao ano. Então há uma contribuição significativa (da China) para o crescimento do resto do mundo.

E acho que isso vai crescer conforme chegarmos mais próximos a 2020. Vai se tornar claro, quando entrarmos na próxima década, que a grande massa de consumo no mundo estará nas economias BRICs.


http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090330_entrevista_jimoneill_rw.shtml