Dilma fará acordo na área de energia nuclear com Argentina

 
Na visita à Argentina, na próxima segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff firmará acordos em áreas de seu interesse direto: energia e habitação. Esta é a primeira viagem de Dilma ao exterior desde a posse e representa o primeiro encontro entre duas presidentes mulheres dos países. Dilma e a presidente argentina Cristina Kirchner assinarão uma proposta para construção de reatores de pesquisa para energia nuclear, que devem ficar prontos em cinco anos. Também há previsão de acordo na área de biocombustíveis e para construção da Hidrelétrica de Garabi, na fronteira entre Argentina e o estado do Rio Grande do Sul, e da Ponte sobre o Rio Peperi-Guaçu, entre a Argentina e o estado de Santa Catarina. Os projetos são de longo prazo. O governo brasileiro também pretende disponibilizar ao país vizinho o modelo do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. O convênio será firmado entre a Caixa Econômica Federal e o Ministério do Planejamento da Argentina. Não há previsão de financiamento de casas por parte da Caixa.
Comércio - Segundo o governo federal, o volume anual de comércio Brasil-Argentina é da ordem de 33 bilhões de dólares, o que representa um crescimento de mais de 1000% em 20 anos. Entre 80 e 90% das relações comerciais são de produtos manufaturados. No período de 2002 a 2007, 40 empresas brasileiras investiram 15 bilhões de dólares no país vizinho. Apesar da intensificação das relações, o governo argentino está preocupado com o déficit do país com o comércio brasileiro. De acordo com o Subsecretário-Geral da América do Sul, Central e do Caribe, embaixador Antonio José Ferreira Simões, o desequilíbrio será passageiro. “Temos que ter mais comércio, mas as coisas vão se encaminhar ao equilíbrio”. Para conquistar novos mercados, os países pretendem vender produtos de forma conjunta, principalmente na área agrícola. Também há previsão de criação de um Fórum de Altos Executivos Brasil-Argentina, que teria a função de levar o pensamento empresarial aos governos dos países. (Luciana Marques - VEJA, de Brasília)

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