O “velho MDB” é refém de Eliseu Padilha

Há algo mais do que seletividade ética no silêncio do senador Pedro Simon (PMDB) sobre as denúncias de corrupção envolvendo o governo Yeda Crusius (PSDB). Há um abacaxi político altamente espinhoso no colo do representante do “velho MDB”. O abacaxi tem nome e sobrenome: Eliseu Padilha. O deputado federal, apontado como um dos líderes do esquema de fraude em licitações, investigado pela Operação Solidária, tem todo o PMDB na palma da mão. Sabe demais. Ninguém, dentro do partido, se atreve a enfrentá-lo diretamente. No dia 29 de maio, Padilha enviou um recado para dentro e fora do PMDB. Em entrevista ao jornalista Gustavo Mota, no programa Espaço Aberto, da rádio Guaíba, o parlamentar disse que se o inquérito da Solidária viesse à tona, exporia muitos deputados, de vários partidos. Ele afirmou, na época:

“Se a CPI pudesse esclarecer a Operação Solidária, eu gostaria que tivesse CPI, primeiro porque muita gente que talvez até tenha assinado a própria CPI, vai aparecer o nomezinho dela altamente implicado nessa chamada operação. Segundo, tem várias pessoas que até agora não foram citadas, que possivelmente venham e que pertencem ao chamado meio político mais alto do Estado também apareçam”.

O futuro político do PMDB gaúcho está amarrado ao destino de Padilha, secretário-geral do partido no Rio Grande do Sul e presidente da Fundação Ulysses Guimarães. Publicamente ou nos bastidores, ele manda recados claros para eventuais peemedebistas descontentes. Até hoje, o partido não se manifestou sobre as denúncias que envolvem o “número um”, expressão utilizada por investigados da Operação Solidária para se referir a Padilha. Ilustração: Sátiro-Hupper

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