Nota do Governo brasileiro sobre o golpe em Honduras

GOLPE EM HONDURAS
Nota do Governo brasileiro sobre o golpe em Honduras
''O governo brasileiro condena de forma veemente a ação militar que resultou na retirada do presidente de Honduras, José Manuel Zelaya, do Palácio Presidencial em Tegucigalpa no dia de hoje e sua condução para fora do país.Ações militares desse tipo configuram atentado à democracia e não condizem com o desenvolvimento político da região. Eventuais questões de ordem constitucional devem ser resolvidas de forma pacífica, pelo diálogo e no marco da institucionalidade democrática.O governo brasileiro solidariza-se com o povo hondurenho e conclama a que o presidente Zelaya seja imediata e incondicionalmente reposto em suas funções.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva segue acompanhando a situação por meio de contatos com outros chefes de Estado e através de informações repassadas pelo ministro Celso Amorim.''
Itamaraty
http://nogueirajr.blogspot.com/

Comentários

Anônimo disse…
É, muito bonita a declaração.

Só falta lembrar que o presidente deposto, José Manuel Zelaya, vinha incorrendo numa série de ações ilegais, passando por cima do Judiciário e do Congresso de Honduras. Convocou um plebiscito que foi declarado ilegal pelo Tribunal Superior Eleitoral e inconstitucional pela Suprema Corte. Mesmo assim pretendia levar a cabo a consulta popular "na marra", por achar que "ouvir o povo" é mais importante que respeitar as instituições e a legalidade. E mais: pretendia realizar o plebiscito num processo controlado inteiramente pelo Executivo, sem supervisão dos outros poderes e sem nenhuma garantia de transparência. O objetivo disso tudo? Mudar a Constituição e se perpetuar no poder. Tudo isso a poucos meses do fim de seu mandato.

O que impressiona nesse episódio todo é o grau de desinformação da mídia global e, consequentemente, da comunidade internacional. É necessário repudiar qualquer golpe de Estado por ser uma atentado à ordem democrática, isso é verdade. Mas não se pode acreditar cegamente no discurso de alguém que tem Hugo Chávez como grande ídolo e que posa agora de santo defensor dos valores da democracia.

O senhor Zelaya é uma ameaça à estabilidade de toda a região e merece ser tratado com cautela. Caso contrário, terá dado certo seu plano de forçar uma ruptura institucional com o intuito de angariar a simpatia da comunidade internacional, que passará a apoia-lo por desconhecer a situação doméstica hondurenha.
cidadão brasileiro disse…
Penso que as considerações do anônimo são muito judiciosas. Zelaya de fato desobedeceu a uma ordem judicial. Quando o chefe de um poder desobedece a decisão de outro poder, no caso, o Judiciário, se estabelece a crise institucional. NO ENTANTO, não há na constituição hondurenha nenhum dispositivo que autorize a deposição de um presidente. Ambos no caso erraram, o Presidente, por desconhecer a decisão da Corte Suprema, e os militares que o depuseram.