Diretamente do Rio de Janeiro


Terminamos de ler o livro do Bispo Edir Macedo, intitulado "Plano de Poder". O jornal O Globo prestou um grande serviço à Igreja Universal ao publicar uma matéria analisando o livro, dando-lhe promoção gratuita, mas cá pra nós, uma matéria absolutamente paranóica, totalmente recheada de preconceitos a um livro eminentemente light, em que o Bispo Macedo defende,pasmem, as experiências com célula tronco e o planejamento familiar, além é claro da liberdade de crenças. Uma simples lida no livro dá para qualquer analista, minimamente independente, perceber que o ataque da Globo ao livro de Macedo é por questões relativas ao vil metal. Uma briga pelo "Bezerro de Ouro".

O livro de Macedo se resume em duas palavras: Engajamento e mobilização. Com citações bíblicas, Macedo procura de forma suave despertar os 40 milhões de Evangélicos a participarem da vida política da nação, sem apologia a qualquer tipo de governo do tipo do dominicano Jerônimo Savonarola, implementado em Florênça, que tanto revoltou o povo que Savonarola foi enforcado e seu corpo foi parar na fogueira em 1498. Muito pelo contrário, no livro vemos um líder religioso extremamente "moderno" e perigosamente "liberal", uma fiel constatação que a sociedade brasileira, principalmente a carioca, encontra-se em um processo irreversível de deteriorização.

Há na natureza um fenômeno que serve para ilustrar o que vem acontecendo na sociedade brasileira, trata-se da Homeostase, que é a propriedade dos seres vivos de regular o seu ambiente interno de modo a manter uma condição estável, mediante múltiplos ajustes de equilíbrio controlados por mecanismos de regulação interrelacionados. Por exemplo: A floresta amazônica tende a se defender dos ataques humanos mediante a homesostase, a fim de se preservar, porém se o ataque for acima da sua capacidade de se auto-regular, ocorrerá um processo de deteriorização irreversível, portanto será inevitavelmente destruída. Fazendo uma analogia desse fenômeno com o processo civilizatório, entendemos que muitas sociedades e impérios sumiram da história, porque superaram a capacidade do fenômeno da homeostase social, ou seja, entraram em um processo de deteriorização irreversível, o que aconteceu, por exemplo, com Roma.

O início do processo de deteriorização irreversível do ocidente se iniciou em 1789, mais especificamente com o Artigo VI da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, assim estabelecido: "VI - A lei é a expressão da vontade geral; todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou por seus representantes, à sua formação; ela deve ser a mesma para todos, seja protegendo, seja punindo. Todos os cidadãos, sendo iguais a seus olhos, são igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo sua capacidade e sem outras distinções que as de suas virtudes e de seus talentos. "

Parece extremamente democrático, porém o mais importante de todas essas palavras é: " A lei é a expressão da vontade geral", ou seja, a implementação do chamado Direito Positivo, em frontal ataque ao Direito Natural, vigente até aquela declaração. O Direito Positivo é o conjunto de princípios e regras que regem a vida social de determinado povo em determinada época, enquanto que o Direito Natural é uma teoria que postula a existência de um direito, cujo conteúdo é estabelecido pela natureza e, portanto, é válido em qualquer lugar e em qualquer época.

Expliquemos melhor: Com a introdução do Direito Positivo, qualquer conduta humana, hoje condenável, amanhã poderá ser legal,mesmo que seja contrária à natureza, por exemplo a pedofilia, hoje tão combatida, amanhã poderá ser legalmente permitida, bastando que uma lei seja aprovada, pois esta seria "a expressão da vontade geral", mesmo sendo aprovada por políticos eleitos das formas mais absurdas como sabemos que ocorre hoje e sem a participação efetiva da sociedade, que em sua imensa maioria vota em troca de qualquer benefício, ou prefere ir à praia em um dia ensolarado de votação.

O Bispo Macedo teve a oportunidade de promover uma grande revolução no meio evangélico, mas agiu como seu candidato à prefeitura do Rio, o Bispo Crivella, preferiu o entendimento, preferiu não ser radical e caiu na mesmice. Em seu livro, Macedo não apresentou qualquer paradigma para os evangélicos tentarem atuar contra esse processo irreversível de deteriorização da sociedade brasileira. Tentar despertar os 40 milhões de evangélicos a participarem desse imbróglio que é a vida política brasileira atual, inserindo-se nele é "chover no molhado". O que os Cristãos de verdade e não apenas os evangélicos precisam é se engajar e se mobilizar em uma nova concepção de mundo, saindo da mesmice de só se lutar por questões relativas ao vil metal, só se lutar por infindáveis aumentos salariais, verdadeira adoração ao "bezerro de ouro", sem atacar o cerne do mal, que é o atual modelo de sociedade, uma sociedade verdadeiramente anticristã.

Comentários

Anônimo disse…
Caro Daniel,

Vou falar um pouco sobre o assunto porque além de ser evangélico há 21 anos, fui da Igreja do bispo Macedo durante 17 anos (membro, obreiro, responsável de obreiros, diretor de emissoras de rádio, Assistente Administativo no escritório central da Bahia e assessor político).

Realmente, o bp. Macedo perdeu a grande oportunidade de exercer um papel de maior destaque, influenciando nessa mudança da sociedade de que você fala.

A IURD foi a responsável pela mudança de comportamento de todas as religiões, principalmente a Católica, pois quem não aderisse a mudanças ficaria para trás.

Contudo, o principal motivo do bp. Macedo ser hoje o líder apenas da IURD deve-se ao fato do egoísmo que sempre reinou no ceio de sua igreja, desde o princípio. Quando entravam numa campanha política, promoviam cafés da manhã e almoços com pastores de outras denominações. No entanto, em suas emissoras de rádio e TV não deixavam entrar as outras "igrejinhas" "menos favorecidas", nem mesmo pagando pelos horários.

No início de minha vida cristã eu até acreditei que a solução para o país seria um presidente evangélico. Com o tempo, abandonei essa idéia, ao ver que dos 18 dep. federais da IURD apenas UM (!!!) não se sujou com a máfia das ambulâncias (a deputada federal Zelinda Novaes).

Hoje, acredito que a solução para qualquer país é crença pura no Senhor Jesus, observando seus DOIS mandamentos: AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS; AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO. Afinal, está escrito que "FELIZ É A NAÇÃO CUJO DEUS É O SENHOR". Uma nação com tantos 'deuses' não pode ser feliz; uma mulher com inúmeros homens não pode ser feliz; um homem com muitas mulhes não pode ser feliz. Enquanto muita gente está buscando uma saída, o Senhor Jesus diz: "Eu sou a Porta; eu sou o Caminho (não um dos caminos), a Verdade e a Vida...").

Um forte abraço!
Anônimo disse…
Desculpe, o autor do artigo O PLANO DE PODER DO BISPO MACEDO que comentei é de autoria de MELQUISEDEC NASCIMENTO.