São Paulo em boas mãos
Chapa Marta-Aldo é lançada contra 'enrolação social'

Ao seu lado estava o deputado federal e candidato a vice-prefeito, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), dirigentes partidários e ampla representação dos movimentos da sociedade civil — especialmente as centrais sindicais. Cerca de 250 pessoas compareceram ao evento, realizado no Hotel Pestana, na zona sul da capital paulista. “As forças democráticas, populares e de esquerda estão juntas, unidas, para resgatar a capacidade de pensar e planejar esta cidade”, afirmou Marta, destacando a unidade dos seis partidos políticos que integram a coligação (PT, PCdoB, PSB, PDT, PRB e PTN). “É a única cidade que terá essas forças unidas”, ressaltou. “Nós somos militantes, e isso nos diferencia.”

Na opinião de Marta, as candidaturas do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) e do prefeito Gilberto Kassab (DEM) representam, na verdade, um único projeto político. “Nós somos o lado do povo, da inclusão social. Demos e tucanos estão ao lado da enrolação social, da falta de planejamento.” Segundo a ex-prefeita, as forças conservadoras revelam incompetência para lidar com o elevado orçamento de São Paulo — cerca de R$ 21 bilhões. “Eu assumi uma cidade falida em 2000, com apenas R$ 9 bi para gastar, e mesmo assim fiz mais do que o atual governo.” Exemplo dessa falta de compromisso, segundo Marta, é o caos no trânsito e a modesta evolução do Metrô, que cresceu apenas 2,5km nos últimos seis anos.

Por uma educação melhor - Aldo Rebelo, indicado a vice em consenso pelos partidos do Bloco de Esquerda, também enalteceu a união das esquerdas em torno de uma única candidatura, sob uma plataforma comum. “Estamos dispostos a oferecer o que temos de melhor para buscar a unidade e a coesão. Não estamos aqui para criar tensão ou fomentar disputas.” Em sua fala, Aldo fez uma especial saudação a quatro mulheres — além de Marta, citou a esposa (a jornalista Rita Polli), a mãe (“está em Alagoas e se assusta com o frio de São Paulo”) e Zilma Moura (ex-professora dele no Grupo Escolar de Viçosa, “que prometeu vir a São Paulo para dar apoio ao ex-aluno e à companheira Marta”). Para o parlamentar, “uma mulher à frente da chapa tem a função de preencher grandes expectativas”.

Aldo criticou os péssimos índices de ensino obtidos pela cidade — “quem está à frente deve ter educação modelo” Segundo ele, é “inconcebível que seu antigo colégio em Viçosa consiga ter uma qualidade de ensino muito superior que à média paulistana”. Sobre as desigualdades que assolam a metrópole, ele acrescentou que Marta, em seus quatro anos como prefeita (2001-2004), “fez todo o esforço para reduzir o abismo social entre pessoas que moram no mesmo espaço físico”. E declarou que “São Paulo não é apenas dos seus habitantes. Ela é partilhada por todo o Brasil, pelo imaginário de milhões de pessoas que nos vêem de longe”.

Acordo promissor - Em outros discursos durante o lançamento da chapa, dois temas sobressaíram — a “costura” da coligação pró-Marta e a necessidade de tirar São Paulo do abandono. O ministro do Esporte, Orlando Silva, sustentou que Marta tem “inteligência, liderança e capacidade de trabalho” para tirar São Paulo do retrocesso. Sobre a presença de Aldo na chapa, Orlando frisou que “houve uma doação (à disputa) do que o PCdoB tem de melhor”.

Opinião semelhante expressou o senador Aloizio Mercadante (PT-SP): “O PCdoB não poderia destacar um quadro de mais estatura”. Ele comentou, ainda, o abandono pela Prefeitura de projetos lançados por Marta, como o bilhete único e os corredores de ônibus batizados de Passa-Rápido. “São Paulo mudou com Marta sem a parceria do governo federal”, enfatizou. “Agora, um segundo governo Marta será ainda melhor do que seu primeiro — o melhor governo que São Paulo já teve”. Já Renato Rabelo, presidente nacional do PCdoB, exaltou “a aliança que congrega partidos de rica trajetória, tendo à frente duas grandes lideranças”. O sentido dessa composição, diz ele, é fazer com que a maior cidade nacional ocupe seu devido “papel estratégico” no país. “São Paulo tem uma grande dimensão econômica, social, cultural — e precisa ocupar seu lugar político.” De São Paulo, André Cintra - Vermelho.

Comentários

Cássio Augusto disse…
Tomara que consigam impedir a vitória do Chuchu!!!