O Brasil precisa saber
Tudo o que você queria saber sobre um documentário "maldito" mas nunca quiseram te contar
Luiz Carlos Azenha - Vi o Mundo

De João Goulart a Fernando Collor, o Cidadão Kane tropical.


Chama-se "Beyond Citizen Kane". Foi legendado com falhas em inglês e traduzido com erros e omissões para o português. Mas nunca saiu do circuito alternativo e do escurinho da internet. O documentário, de Simon Hartog, da emissora pública britânica Channel Four, é de 1993. Tem, portanto, 14 anos de idade. Só um pouquinho mais novo do que o filho de Fernando Henrique Cardoso com a repórter Miriam Dutra, da TV Globo. Porém, essas duas informações são negadas ao público da província. É hipocrisia de Estado. Você se lembra quando não se falava a palavra "câncer", mas "aquela doença?" E quando o aborto era proibido, embora praticado abertamente em clínicas chiques do Rio e de São Paulo? Toda a elite brasileira faz de conta que o filho de FHC não existe, porque ninguém quer perguntar quem pagou as contas dele e da mãe na Espanha.

Toda a elite brasileira sabe que o Channel Four fez o documentário sobre Roberto Marinho - que, aliás, foi ao ar mais uma vez no Reino Unido um dia depois da morte do empresário brasileiro. Porém, nunca passou na TV brasileira. Em nenhuma TV brasileira. Não é alugado no Blockbuster. Nem está à venda nas lojas Americanas. Quem é que tem medo de informação? Será que uma das maiores empresas de comunicação do mundo tem medo de informação? Como eu não tenho e acho que ninguém deve ter medo de idéias, opiniões e informação, mesmo que não concorde com elas, reproduzi trechos do documentário. Dei prioridade aos personagens e ao que eles falam. Divirtam-se. E espalhem.


Leonel Brizola, sobre Roberto Marinho: "Eu costumava dizer que ele é uma espécie de Stálin das comunicações de nosso país".

Chico Buarque: "É assustador" As duas declarações aparecem nesse vídeo.
Armando Rollemberg, jornalista: "O critério [para as concessões] foi um só, favorecimento político".Está aqui.

Armando Falcão, ministro da Justiça de 1974 a 1979: "O doutor... jornalista Roberto Marinho apoiou a Revolução de março de 1964 desde antes dela eclodir". Está aqui.

Costa e Silva, o segundo ditador: "Que os ricos fiquem mais ricos, para que graças a eles os pobres, por sua vez, sejam menos pobres".
Caetano Veloso: "Caminhando contra o vento, sem lenço e sem documento". Costa e Silva e Caetano estão aqui.

A foto censurada do terceiro ditador, Garrastazu Médici. A TV Excelsior perde a concessão.

Chico Buarque: "A TV Globo se encarregou de ser mais realista que o rei, de reforçar essa censura proibindo o meu nome". Médici,a TV Excelsior e Chico estão neste trecho.

Médici, nos tempos do "Brasil,Ame-o ou Deixe-o": "No noticiário da TV Globo o mundo está um caos e o Brasil está em paz". Está nesse trecho.

Gabriel Priolli: "O que a Globo fez de diferente dos outros meios de comunicação [também censurados] é que a Globo encampou, defendeu o regime." Está aqui.

Antônio Carlos Magalhães, ministro das Comunicações e "afiliado" da Globo: "Eu tenho sorte do doutor Roberto Marinho ser meu amigo há mais de 30 anos."
Como a NEC passou do controle de Mário Garnero para o da Globo?


Beth Costa, jornalista, e o "jeitinho" de esconder a inflação no governo Sarney: "Sai o índice de inflação do mês. A caderneta de poupança vai render 30, 40%; então, ela [Globo] tirava o peso negativo". Veja o vídeo aqui.

Diz o documentário, de 1993: "O jornalismo é centralizado e rigorosamente controlado no Rio". Diz a Beth Costa, sobre as ordens superiores: "Tira essa parte, muda um pouquinho isso aqui". Veja aqui como funciona, nos bastidores.

Lula sobre as greves no ABC paulista: "Ela [Globo] só informava sobre os interesses patronais".

Fernando Pacheco Jordão, sobre Globo Repórter que foi arquivado: "Na chefia de Jornalismo é que foi a censura".

Luis Carlos Cabral, produtor da Globo, sobre a campanha de Leonel Brizola para governador do Rio, em 1982: "A TV Globo já antes das eleições estava dando de maneira distorcida os resultados do IBOPE". Lula, Jordão e Cabral estão aqui.

Marcos Hummel, no Jornal Nacional: "Festa em São Paulo. A cidade comemora 430 anos com mais de 500 solenidades". Era o dia do grande comício das diretas, na praça da Sé, em 25 de janeiro de 1984. Veja aqui.

"Quem venceu o debate?", pergunta Cid Moreira no Jornal Nacional logo depois do compacto do encontro, na noite anterior, de Lula e Collor, na campanha presidencial de 1989.

Vianey Pinheiro: "Ficou uma peça publicitária e não o resumo de um debate". Veja aqui. A lista de todos os vídeos está aqui. Rede Globo o VERME que destró o Brasil.

Comentários

Cássio Augusto disse…
Vc está falando do "Muito além do Cidadão Keane"??? este eu ví no YouTube!!!
Anônimo disse…
Ué, Daniel, o Azenha também foi demitido da Globo? por isso está cuspindo no prato que comeu?
Mas por que tanto tempo lá?
Nessas atitudes é que conhecemos o verdadeiro caráter das pessoas.
Cássio, é sobre o vídeo Muito além...
Um abraço,
DANIEL.
CLIP SORRISO SARCÁSTICO DENUNCIA CRIMES
Novo clip do Rapper Pirata traz protesto contra políticos e denúncias de crimes cometidos pelo estado.

O “Rapper Pirata” em parceria com a “Agência Periférica de Noticia” lançou recentemente o clip da música “Sorriso Sarcástico”, música que integra o “Triunfo”, título do último álbum do grupo.

Com a edição de Geraldo Brito e direção artística do próprio Rapper Pirata, o clip retrata, por meio de imagens rápidas e dinâmicas, várias denúncias de crimes cometidos pelo estado: abandono, miséria, violência policial, moradias precárias, preconceito racial, entre outros.

Apesar do clip traduzir nas imagens aquilo que é explicitado pela letra da música, os jornalistas envolvidos na produção procuraram trazer informações além das já contidas no próprio rap, como por exemplo: a atitude policial diante de protestos realizados na cidade de São Paulo, que retiram as identificações das fardas para que não sejam reconhecidos em possíveis denúncias, realizadas por pessoas que sofreram ou viram algum tipo de agressão durante um determinado evento.

Nas imagens, assim como na música, são feitos protestos contra a administração pública, principalmente nas conhecidas figuras de alguns políticos eleitos e remunerados com o objetivo de cumprir anseios populares.

O título Sorriso Sarcástico instiga a reflexão sobre o clássico político que ri, diante das câmaras, e fornece abraços em períodos eleitorais, mas que no final nada faz em beneficio da população.


NOVO CLIPE SORRISO SARCÁSTICO
http://br.youtube.com/watch?v=GEPB4b19tpc

MY SPACE http://www.myspace.com/rapperpirata

Serviço:
Clip: Sorriso Sarcástico / Ano: 2008
Grupo: Rapper Pirata
CD: Triunfo / Ano: 2006
Edição: Geraldo Brito
Pós-Edição: Rapper Pirata e Geraldo Brito
Imagens: Geraldo Brito
Direção Artística: Rapper Pirata
Produção: Agência Periférica de Notícias

Imprensa
Geraldo Brito
e-mail: geraldoreportagem@yahoo.com.br
fone: 11 9556 1766