Acabou o PAN, começou o tiroteio
reprodução de chamada de O Globo

Chamada de primeira página de O Globo de hoje (reproduzida aqui ao lado) mostra que nem bem terminou o PAN e já recomeçaram os confrontos entre PMs e traficantes, e com um morto.O recomeço tão imediato do tiroteio me deixou com várias pulgas atrás da orelha, e as divido com você, leitor:

Os dados divulgados pela policia sobre a segurança durante o período do PAN não mostram uma queda tão significativa assim dos índices, em comparação com o mesmo período do ano passado, quando não havia PAN nem todo o aparato de segurança que o acompanhou. O índice de homicídios foi apenas 5% inferior. O de assaltos, 16%. O de roubo de carros, sim, 32% menor, o que mostra que a simples presença da polícia inibe esse tipo de delito.

Mas isso é muito pouco frente à tranqüilidade, à sensação de segurança que tomou conta da cidade. Apenas a diminuição desses índices justificaria essa sensação? Não é crível que durante todo o período do PAN, imbuída pelo espírito saudável da competição dos Jogos, a galera tenha deixado de cheirar seus papelotes ou de fumar seus baseados. E, evidentemente, os traficantes estavam ali para atender à demanda. O que teria havido então? Uma trégua da polícia, um liberou geral? Ou durante o PAN – e apenas durante ele – a polícia efetuou as prisões com o uso da inteligência, sem que fosse necessário disparar um único tiro, sem que houvesse um morto sequer? Ou, ainda, será que aconteceram confrontos, sim, e muitos morreram, sim, e isso apenas não foi divulgado para manter aceso o “espírito do PAN”?

Todas as hipóteses merecem comentários.

1. Se a polícia usou a inteligência e assim conseguiu prender traficantes e coibir o tráfico, sem a perda de vidas, por que a volta dos confrontos agora?
2. Se a polícia deixou o tráfico correr solto e isso evitou os confrontos e as mortes, e ainda de quebra nos deu a sensação de vivermos em uma cidade segura, não seria a hora de discutirmos seriamente um assunto já levantado até pelo governador do estado, Sérgio Cabral, a descriminalização das drogas?
3. Mas, se, ao contrário, tudo estava acontecendo exatamente como dantes no quartel de Abrantes, os crimes, os confrontos e os mortos continuaram durante o PAN, isso nos leva a outras perguntas:
. Por que a imprensa ficou caladinha? Ela tem o direito de nos omitir informação em benefício da boa imagem da cidade durante os Jogos?
. Não será a divulgação sensacionalista dos crimes um fator decisivo para o aumento da sensação de insegurança?
. Nossa sensação de insegurança não alimenta ainda mais a violência?
O que você acha? Escrito por Antônio Mello - blog do Mello

Lustosa da Costa comenta:

Era tudo mentira - Até a revista de chantagem foi forçada a reconhecer que o governo não tinha culpa na queda do avião da TAM em Congonhas, como toda a mídia insistia em afirmar, tentando desgastar Lula. Era mais uma calúnia dos meios de comunicação que, há muito, trocaram a credibilidade pelo facciosismo.
Fiscalização - A maior preocupação do ministro da Defesa deve ser para saber se o desempenho das companhias aéreas importou na rebaixa do nível de segurança das aeronaves. Se os aviões estão recebendo a assistência técnica devida, nos prazos definidos pelo fabricante, se o pessoal de terra e ar está sobrecarregado de trabalho, se os aparelhos voam com excesso de combustível, por conta dos melhores preços. Porque há quem diga que o avião somente voou com tanto querosene de Porto Alegre para Congonhas porque ele era mais barato nos pampas, o que ditou sua aquisição ali. Em suma, se as atuais companhias têm condições de oferecer vôos, aos preços atualmente em voga, sem prejuízo da segurança das vidas dos passageiros. Lustosa é jornalista do Diário do Nordeste.
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Comentários

Anônimo disse…
Inacreditável Lula!

Para se vingar do surto de irracionalidade que, na opinião deles, embebe a economia e a política, um grupo de operadores do mercado financeiro bolou uma brincadeira que também os ajuda a passar o tempo até a próxima eleição. Consiste de três observações.



Primeira:



Todo País tem dois líderes políticos que brigam o tempo todo pela supremacia de suas idéias, mas no Brasil, além disso, eles se distinguem pela enorme diferença em matéria de estrela política.



Um (FHC) sempre foi aluno aplicadíssimo: passou noites em claro dedicado ao dever de casa, fez tudo o que os manuais mandam e cortejou a comunidade internacional.



Outro (Lula) é o exemplo do mau aluno: não passou pela escola, sempre condenou o que os manuais ensinam e desdenhou os conselhos da comunidade internacional.



Quando chegaram ao poder, o primeiro aplicou o que aprendeu. Acabou com a inflação, mas em seguida foi atropelado por seis crises internacionais que praticamente inviabilizaram seus dois mandatos, sem falar no fato de seu candidato à sucessão ter sido derrotado.



O segundo pôs em prática o contrário do que pregou a vida inteira. Ou seja: a mesma receita que o opositor havia aplicado, mas cujo êxito acabou corroído por aquelas seis crises. Foi um sucesso espetacular, principalmente pelo fato de o mundo ter ajudado com ausência de crise, excesso de dólares e voracidade importadora.



Moral: “Como é cruel a vida de quem não tem estrela”.



Segunda brincadeira:



A atual equipe (econômica e política) se esmera nas bobagens: excesso de gasto com pessoal, juros altos desnecessariamente, contingenciamento exorbitante, taxa de investimento zero, carga tributária escorchante, anarquia nos gastos com pessoal, desperdício, rejeição sistemática à reforma previdenciária e bombardeio do sistema de agências reguladoras.



E, no entanto, é premiada com uma maravilhosa safra de indicadores econômicos – inflação insignificante, alto volume de investimento direto, baixo risco país, mais de US$ 100 bilhões de reservas cambiais, déficit público sob controle, dívida externa zero e crescimento econômico pelo menos igual ao do governo passado.



Moral: “Se a gente pode fazer errado, por que fazer certo?”



Terceira brincadeira:



“Nós já sabemos o dia em que vai acabar todo esse vento a favor no mercado internacional. Será no dia em que Lula deixar o governo”, diz um dos autores das observações.