Venezuela: Chávez lança a
industrialização socialista

“Serão abertas 48 fábricas de máquinas e ferramentas, 8 de equipamentos e materiais elétricos, entre outras de vários ramos”, afirmou o presidente venzuelano. “Nas próximas semanas começarão a funcionar 200 fábricas socialistas”, completou.“Nas próximas semanas começarão a funcionar 200 fábricas socialistas”, anunciou o presidente Hugo Chávez, durante a inauguração no estado de Zulia da primeira etapa do Complexo Termelétrico Ciclo Combinado G/J Rafael Urdaneta, no dia 16. “Estamos pondo fim à orientação imposta ao nosso país pelo modelo neoliberal de só extrair petróleo. Serão abertas 48 fábricas de máquinas e ferramentas, oito de equipamentos e materiais elétricos, 88 fábricas de alimentos, 12 de produtos químicos, 19 de plástico, vidro e pneumáticos, 10 de vestuário, oito de transporte, quatro de moradias e três de reciclagem”, afirmou o presidente, lembrando que o país está transitando pelo caminho que o levará a um novo modelo social, “deixando atrás o sistema econômico capitalista de exploração e gerador de pobreza”. “Vamos reverter essa política de submissão aos interesses dos países poderosos que nos impõem a importação de máquinas, de tecnologia, e até de materiais derivados do petróleo, como o plástico, numa nação reconhecida como o quinto exportador mundial de óleo cru”, assinalou.

AUTO-SUFICIÊNCIA - Sobre a produção de alimentos, Chávez disse que seu governo trabalha para se tornar auto-suficiente em curto espaço de tempo. “Mais de 70% dos produtos consumidos ainda não se produzem aqui, e nós temos enormes potencialidades. Podemos, e vamos, ser auto-suficientes e ainda exportar produtos como carne, leite e outros”, assegurou, advertindo que as fábricas que hoje agem de forma especulativa, se recusando a vender leite pelo preço regulado pelo Estado para evitar abusos, poderão ser expropriadas. “Quem trabalhar dentro da lei, quem não atropelar os direitos da população, quem não tiver como regra o roubo, a especulação e a desonestidade pode ficar tranqüilo. Nós respeitamos a propriedade privada”, falou. O chefe do Estado ainda informou que nas próximas semanas serão entregues computadores, telefones celulares, carros e motos fabricados e montados no país com a assessoria da China e do Irã. Hugo Chávez anunciou a criação da Comissão Central de Planificação que tem como objetivo “acabar com a autonomia, que representa uma certa dilapidação de recursos e esforços, dos entes do Estado”, durante o programa “Alô, Presidente”, que se transmitiu desde o estado de Barinas, onde deixou inaugurado o Centro Técnico Socialista Produtivo Florentino.

PLANEJAMENTO - O presidente manifestou que a autonomia dentro das empresas do Estado não tem como coexistir com o projeto de governo que está sendo aplicado no país. “Estamos entrando na etapa de planificação centralizada por categorias estratégicas, macro-setores integrados. Temos que integrar os planos num grande plano unificado, com níveis, com objetivos, com frentes, com áreas determinadas. É assim que o desenvolvimento avança mais e melhor, com muita mais solidez. Não pode uma empresa querer resolver seu problema sem conhecimento do que acontece no resto da economia”, afirmou, sublinhando que “no capitalismo o que impera é a autonomia gerencial, de planificação. É o interesse de uns poucos contra todo mundo. Nós queremos que a produção cresça, com prioridade para os setores chave, que a distribuição seja cada vez mais justa e isso só com planificação centralizada”.

“Dizem que o Estado tomando conta da produção é ineficiente, é corrupto, é burocrata. Isso é para que acreditemos que o capitalismo é que é bom, que é eficiente. Para que acreditemos que os monopólios é que são melhores. Mentira. Temos que ficar alertas. Não podemos baixar a guarda, todos os funcionários, a população inteira é que deve lutar contra esses flagelos”, conclamou. O ministro de Energia e Petróleos, Rafael Ramírez, ratificou que a Corporação Elétrica Nacional é a nova entidade que agrupará às 14 empresas que se encarregam da geração de eletricidade no país. (Hora do Povo).

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