Governo Petista
Quem educa cresce?
Disposto a colocar o País na rota do desenvolvimento sustentável, Lula descobre que sem educação nenhum projeto seu vai para a frente e decide, agora, lançar um PAC que coloca dinheiro na escola Reportagem de Por Rodrigo Rangel e Hugo Studart - Revista Istoé

O século XVIII, Voltaire, o filósofo e historiador francês, já teorizava: “Educar mal um homem é dissipar capitais e preparar dores e perdas à sociedade.” Mais de 200 anos depois, tornou-se consenso na academia a idéia de que, sem educação, é impossível fazer uma sociedade crescer. Demorou, mas parece que o presidente Lula se deu conta disso. Na terça-feira 24, ele lançou no Palácio do Planalto o PDE, sigla para Plano de Desenvolvimento da Educação. É uma espécie de irmão siamês do PAC, o propalado programa para acelerar a economia. Trata-se de um pacote de 47 medidas destinadas a melhorar o ensino. Há previsão de mais dinheiro para as escolas, salários melhores e mais qualificação para os professores e abertura de mais vagas nas universidades. “Se nós implantarmos tudo o que anunciamos aqui, certamente passaremos para a história como a geração de políticos que preparou, como legado para a juventude, um sistema de educação que finalmente pôde colocar o Brasil em pé de igualdade com qualquer país do mundo”, festejou Lula. Não seria utopia?

“É de fato uma utopia, mas uma utopia que a experiência internacional demonstra ser realizável. Uma nação, quando se coloca a serviço da causa da educação, consegue concretizar esse ideal – disse a ISTOÉ o ministro da Educação, Fernando Haddad. “A educação não é algo que se resolva como um Plano Cruzado ou um Plano Real, todos sabem que é tarefa para uma geração.” As metas têm como horizonte o ano de 2022. É lá que, se tudo der certo, como prevê Lula, o Brasil terá educação de Primeiro Mundo. “Eu gostei do plano, principalmente no que diz respeito à educação básica”, disse o deputado Paulo Renato Souza (PSDB-SP), ex-ministro da Educação de FHC e um dos mais duros críticos do atual governo no setor. Souza concorda que, se tudo caminhar bem, o Brasil pode de fato atingir um nível de excelência na educação. É bem verdade que os problemas são muitos. A qualidade do ensino público é ruim, atestam índices oficiais. Os resultados da avaliação do ensino básico em 2006 foram os piores da história. A maioria dos estudantes tem problemas de compreensão e mal consegue interpretar um texto. As taxas de repetência e evasão são igualmente catastróficas.

“As metas de agora foram fixadas para 2022, mas também há metas intermediárias, a cada dois anos. Nunca houve no Brasil um plano que estabelecesse metas de qualidade”, afirma Haddad. Uma das medidas imediatas do plano é repassar R$ 1 bilhão aos mil municípios com ensino de pior qualidade. Ao mesmo tempo, escolas que atingirem metas de qualidade receberão mais recursos. O plano, explana o ministro, inclui ainda o acompanhamento individualizado por aluno, a garantia de que cada aluno esteja alfabetizado até os oito anos, a supervisão individualizada dos professores e a participação da comunidade na escolha dos diretores.

No pacote que segue agora para o Congresso há ainda a criação de um piso salarial para os professores. Hoje tem professor no Brasil que não ganha nem um salário mínimo. A proposta é que o piso seja de R$ 850. O próprio Haddad acha o valor ainda insuficiente. “Eu sempre vou dizer que é (pouco), afinal eu sou professor”, dizia ele na quart-feira 25, enquanto do lado de fora do gabinete professores protestavam pedindo mais. Os sindicatos defendem piso de R$ 1.500. Pelo menos num ponto todos concordam: é hora de crescer e melhorar.
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Observação: Quando o presidente Lula pegou o Brasil das mãos de FHC/PSDB em janeiro de 2003, o país estava na 15ª posição das maiores potência. Hoje o Brasil se encontra na 10ª maior economia mundial e chegará ao final do ano na 7ª posição. Isso é competência. Isso é saber governar. Contra fatos não há argumentações.

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