Uma solução para os Aeroportos do Brasil
"Frete rápido"
Fiquei na dúvida. O motor é dianteiro ou traseiro?

Escrito por Eduardo Guimarães - Cidadania.com

Além do jornalismo de convencimento (aquele que em vez de informar o público procura vender-lhe teses), a grande imprensa brasileira pratica, concomitantemente, um jornalismo sabujo e outro pit-bull. Desta vez quero falar do jornalismo sabujo. Leio a Folha de São Paulo porque é um jornal que ainda tem um restinho de pudor e procura disfarçar seu partidarismo. O resto da grande imprensa escrita já não tem pretensão nenhuma de esconder que tem partido político e ideologia. Então, leio a Folha, porque, pelo menos, me divirto com ela todos os dias dando exemplos cabais de como seu pretenso apartidarismo é uma balela.

Vejam só o editorial de sábado (31/3) "Buraco negro"(assinante da Folha, clique aqui), feito para mostrar que o jornal não está deixando passar batido a vergonha que é a falta de explicações oficiais sobre uma cratera daquelas proporções aberta no meio da cidade. O texto reclamou de atraso nas investigações do IPT sem mencionar uma única vez o governador José Serra, o responsável maior pelas investigações. O editorial tampouco ousou tocar no nome do ex-governador Geraldo Alckmin, o contratante do consórcio de empreiteiras que está (des)construíndo a linha 4 do metrô paulistano.

Todos os dias lemos nos jornais toneladas de críticas ao "apagão aéreo". São editoriais, colunas, artigos e cartas de leitores nos quais um nome tem presença garantida. O nome do presidente da República é sempre vinculado à crise nos aeroportos. Não que isso esteja errado. Errado é o mesmo não acontecer num caso muito mais grave que o dos atrasos nos vôos, que é o da cratera. O jornalismo sabujo é pior do que o jornalismo de convencimento e o pit-bull. Nada mais indecente do que jornalistas exibindo, explicitamente, as dobradiças que têm nas colunas vertebrais e que certos políticos acionam por controle remoto.

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